Quarta, 08 de abril de 2015
Carta de intelectuais a Obama
Cerca de 130 intelectuais, advogados, ativistas e professores entre eles o célebre linguista Chomsky, solicitaram ao líder democrata que anule o decreto no qual declara a Venezuela uma ameaça para a segurança nacional.
A reportagem está publicada no jornal argentino Página/12, 07-04-2015. A tradução é de André Langer.
Mais de cem intelectuais, entre eles o célebre linguista Noam Chomsky, professores e especialistas em direitos humanos, como o ex-procurador dos Estados Unidos Ramsey Clark, manifestaram-se através de uma carta aberta enviada ao presidente dos Estados Unidos Barack Obama a quem pedem a anulação do decreto que assinou declarando a Venezuela uma ameaça para a segurança do país norte-americano. Na carta, enviada na semana passada, solicitam ao chefe da Casa Branca que rescinda sua ordem executiva de 09 de março na qual indicou a Venezuela como “uma ameaça à segurança nacional dos Estados Unidos” e impôs sanções a sete funcionários do governo de Nicolás Maduro.
A carta convida o chefe de Estado para que “deixe de interferir mediante o financiamento e declarações públicas imprudentes nos próprios processos democráticos” do país caribenho. “E, sobretudo, o alentamos para que mostre aos nossos vizinhos latino-americanos que os Estados Unidos podem relacionar-se com eles em paz e respeitando a sua soberania”, acrescenta o texto, que leva a assinatura de cerca de 130 intelectuais, ativistas, advogados e representantes de organizações e professores de diversas universidades norte-americanas. A carta aberta resenha, por sua vez, que “durante décadas os Estados Unidos estiveram isolados em sua política sobre Cuba do resto do hemisfério e do mundo”, sendo que “durante 23 anos seguidos, a Assembleia Geral das Nações Unidas votou, em outubro, pela condenação do embargo” perpetrado contra a ilha.
Sob este marco, a ONU “chamou os Estados Unidos para que se abstenha de promulgar e aplicar leis e regulações que violem a soberania de outros Estados, os interesses legítimos de entidades ou pessoas sob sua jurisdição e a liberdade de comércio e navegação”, mencionou o documento. Os assinantes da carta também recordaram o pedido já feito por parte da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) para que sua administração revogue o decreto e a posição de países aliados a Washington, como a Colômbia e inclusive a oposição venezuelana, que rechaçaram as sanções aplicadas aos funcionários do governo local.
“Esta ação sinaliza que os Estados Unidos estão intensificando seu apoio para uma mudança de regime em Caracas”, advertiram os assinantes da carta. “Então, qual é a política hemisférica dos Estados Unidos dada esta postura beligerante para com a democracia da Venezuela?”, perguntaram ao presidente norte-americano através da carta. Os intelectuais asseguram, além disso, que não veem nada que possa possivelmente ser descrito como uma ameaça extraordinária para os Estados Unidos ou inclusive para os vizinhos mais próximos da Venezuela, um país que “não está em guerra com nenhum país, não tem bases militares fora de suas fronteiras e está ajudando a mediar um fim para a guerra na Colômbia”. “Assim, chamar (a Venezuela) de ameaça para a segurança nacional dos Estados Unidos diminui a credibilidade de sua administração aos olhos do mundo”, termina a carta.
Dias atrás, a responsável pelo Departamento de Estado para a região, Roberta Jacobson, manifestou-se sobre o rechaço que a medida adotada pelo Obama produziu na América Latina. Ao participar de um evento prévio à Cúpula das Américas, Jacobson disse estar “decepcionada com o fato de que não houvesse mais (países) que defendessem o fato de que (as sanções) não buscavam prejudicar o povo ou o governo venezuelano e não explicassem mais claramente, como nós fizemos antes das sanções, que isto era um objetivo muito limitado”.
A reportagem está publicada no jornal argentino Página/12, 07-04-2015. A tradução é de André Langer.
Mais de cem intelectuais, entre eles o célebre linguista Noam Chomsky, professores e especialistas em direitos humanos, como o ex-procurador dos Estados Unidos Ramsey Clark, manifestaram-se através de uma carta aberta enviada ao presidente dos Estados Unidos Barack Obama a quem pedem a anulação do decreto que assinou declarando a Venezuela uma ameaça para a segurança do país norte-americano. Na carta, enviada na semana passada, solicitam ao chefe da Casa Branca que rescinda sua ordem executiva de 09 de março na qual indicou a Venezuela como “uma ameaça à segurança nacional dos Estados Unidos” e impôs sanções a sete funcionários do governo de Nicolás Maduro.
A carta convida o chefe de Estado para que “deixe de interferir mediante o financiamento e declarações públicas imprudentes nos próprios processos democráticos” do país caribenho. “E, sobretudo, o alentamos para que mostre aos nossos vizinhos latino-americanos que os Estados Unidos podem relacionar-se com eles em paz e respeitando a sua soberania”, acrescenta o texto, que leva a assinatura de cerca de 130 intelectuais, ativistas, advogados e representantes de organizações e professores de diversas universidades norte-americanas. A carta aberta resenha, por sua vez, que “durante décadas os Estados Unidos estiveram isolados em sua política sobre Cuba do resto do hemisfério e do mundo”, sendo que “durante 23 anos seguidos, a Assembleia Geral das Nações Unidas votou, em outubro, pela condenação do embargo” perpetrado contra a ilha.
Sob este marco, a ONU “chamou os Estados Unidos para que se abstenha de promulgar e aplicar leis e regulações que violem a soberania de outros Estados, os interesses legítimos de entidades ou pessoas sob sua jurisdição e a liberdade de comércio e navegação”, mencionou o documento. Os assinantes da carta também recordaram o pedido já feito por parte da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) para que sua administração revogue o decreto e a posição de países aliados a Washington, como a Colômbia e inclusive a oposição venezuelana, que rechaçaram as sanções aplicadas aos funcionários do governo local.
“Esta ação sinaliza que os Estados Unidos estão intensificando seu apoio para uma mudança de regime em Caracas”, advertiram os assinantes da carta. “Então, qual é a política hemisférica dos Estados Unidos dada esta postura beligerante para com a democracia da Venezuela?”, perguntaram ao presidente norte-americano através da carta. Os intelectuais asseguram, além disso, que não veem nada que possa possivelmente ser descrito como uma ameaça extraordinária para os Estados Unidos ou inclusive para os vizinhos mais próximos da Venezuela, um país que “não está em guerra com nenhum país, não tem bases militares fora de suas fronteiras e está ajudando a mediar um fim para a guerra na Colômbia”. “Assim, chamar (a Venezuela) de ameaça para a segurança nacional dos Estados Unidos diminui a credibilidade de sua administração aos olhos do mundo”, termina a carta.
Dias atrás, a responsável pelo Departamento de Estado para a região, Roberta Jacobson, manifestou-se sobre o rechaço que a medida adotada pelo Obama produziu na América Latina. Ao participar de um evento prévio à Cúpula das Américas, Jacobson disse estar “decepcionada com o fato de que não houvesse mais (países) que defendessem o fato de que (as sanções) não buscavam prejudicar o povo ou o governo venezuelano e não explicassem mais claramente, como nós fizemos antes das sanções, que isto era um objetivo muito limitado”.
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