quinta-feira, 2 de abril de 2015

PETROBRAS - Atuação na Colômbia.



Petrobras participa de descoberta em mar na Colômbia
A Petrobras foi notícia na Colômbia nos últimos dias por participar da maior descoberta da América Latina em 2014 e a primeira em águas profundas no Caribe colombiano. Em dezembro, a empresa havia comunicado a descoberta, mas agora foi divulgado a estimativa de reservas de gás encontrada em uma perfuração do poço Orca 1, no bloco Tayrona.

A consultoria Wood Mackenzie estimou em 264 milhões de barris equivalentes as reservas do local, classificando o campo como "a maior descoberta de hidrocarbonetos na América Latina em 2014". A estimativa, se confirmada, é uma ótima notícia para a Colômbia, cujas reservas de gás têm previsão para se esgotar em 15 anos e as de petróleo, em sete. O setor de petróleo responde por mais de metade das exportações do país.

A Petrobras é operadora da área, com participação de 40% em um consórcio que tem a estatal colombiana Ecopetrol (30%), a espanhola Repsol (20%) e a norueguesa Statoil (10%).

Mesmo sendo importante por comprovar a existência de hidrocarboneto em uma região de fronteira, e com potencial importante para a Colômbia, para a Petrobras a descoberta acontece em momento de venda de ativos e dificuldades de caixa. E exigiria investimentos elevados em um momento que

ela enfrenta um pesadelo com as investigações da Lava-Jato e precisa reforçar o caixa depois que anunciou uma redução dos investimentos.

A Colômbia foi o primeiro país em que a Petrobras abriu uma sede fora do Brasil, em 1971. Desde o fim de 2013, porém, a empresa vem se desfazendo de ativos colombianos. Atualmente, possui alguns postos de gasolina e uma fábrica de lubrificantes, além dos trabalhos de exploração offshore.

Se confirmados os 264 milhões de barris equivalentes descobertos na Colômbia - ou 1,5 Trilhão de Pés Cúbicos (TCF) de gás - esse volume não chama a atenção quando comparado às gigantescas reservas encontradas no pré-sal brasileiro. Sozinho, o campo de Mexilhão, no pós-sal da Bacia de Santos, tem 42 bilhões de metros cúbicos. E quando consideradas as reservas de gás da Bacia de Santos (Mexilhão e o pré-sal) já provadas, o volume chega a 160 bilhões de metros cúbicos (5,6 TCFs), de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Sob outro ângulo, quando consideradas as reservas totais dessa bacia (somando as possíveis, provadas e prováveis) o volume chega a 395 bilhões de metros cúbicos de gás (ou 14 TCFs). Por esses números, pode-se ver a importância relativa da descoberta no Caribe em relação às da costa brasileira. A descoberta de fato é notável para a Colômbia.

A Colômbia, que precisa descobrir novas reservas para manter suas exportações petroleiras, vem encontrando dificuldades para atrais investidores no setor, em grande parte devido à ausência de descobertas significativas nos últimos anos. "Agora que se sabe que há gás no Caribe colombiano, isso deve despertar o interesse dos investidores, o que é muito bom para o governo colombiano", diz uma fonte do governo brasileiro.

Mas é preciso checar a viabilidade do investimento caso esses volumes sejam confirmados. O problema do gás é que seu transporte exige infraestrutura cara para tirar do mar e levar até a costa por meio de gasodutos submarinos. Isso normalmente precisa ser feito depois de uma análise do mercado consumidor que permita "monetizar" esse gás, ou seja, tornar recuperável o investimento.

Segundo a mesma fonte do governo brasileiro, esse novo campo precisaria de cerca de cinco anos de investimentos até entrar em produção, a partir do momento em que se decida que a área é comercialmente viável. 4

Outra alternativa de escoamento é por meio de unidades de liquefação, para que o gás seja exportado na forma de Gás Natural Liquefeito (GNL). E no momento os preços estão em queda livre. No Japão, que é o maior comprador de gás devido à sua enorme utilização para geração termelétrica (em substituição às usinas nucleares depois do acidente da usina de Fukushima), os preços do GNL despencaram de US$ 18 a 20 por milhão de BTU que eram pagos no início de 2014 para US$ 7 a US$ 8 por milhão de BTU recentemente.

A Petrobras assinou ontem com o Banco de Desenvolvimento da China (CDB) contrato de financiamento, por meio da subsidiária Petrobras Global Trading, no valor de US$ 3,5 bilhões. O contrato é o primeiro de um acordo de cooperação a ser implementado ao longo de 2015 e 2016, informou a empresa.

Fonte: Valor Econômico

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