Dilma defende Chico e repudia "o ódio e a intolerância"
Um dia após a divulgação de um vídeo que mostra o cantor e compositor Chico Buarque sendo hostilizado por um grupo de jovens antipetistas no Rio de Janeiro, a presidenta Dilma Rousseff manifestou seu apoio ao músico. De acordo com ela, “não podemos aceitar o ódio e a intolerância”.
Dilma utilizou as redes sociais para solidarizar-se com Chico Buarque, nesta quarta-feira (23), após as agressões verbais e intimidações sofridas pelo artista.
“Minha solidariedade a Chico Buarque, um dos maiores artistas brasileiros, que foi hostilizado no Rio por conta de suas posições políticas”, escreveu a presidenta.
Segundo ela, o Brasil tem uma “tradição de conviver de forma pacífica com as diferenças" e é preciso respeitar as divergências de opinião. “A disputa política é saudável, mas deve ser feita de forma respeitosa, não furiosa”, escreveu.
“Reafirmo meu repúdio a qualquer tipo de intolerância, inclusive à patrulha ideológica. A Chico e seus amigos, o meu carinho”, completou.
Na última segunda, Chico foi abordado de froma hostil, em uma rua da Zona Sul do Rio de Janeiro, por um grupo de jovens que tentaram intimidar o cantor, questionando suas posições políticas de esquerda.
O cantor saía de um restaurante e estava acompanhado por Eric Nepomuceno, Miguel Faria Jr. e Cacá Diegues.
Apesar da agressividade e da má educação dos rapazes, o artista permaneceu tranquilo, rebateu as provocações com ironia e reiterou de que lado está: “Eu acho que o PSDB é bandido, e aí?”, disse, respondendo ao xingamento de um dos agressores dirigido ao PT.
Entre os jovens, estava Álvaro Garnero Filho, filho do empresário e apresentador paulista Álvaro Garnero.
Apoios
Além do apoio da presidenta Dilma, o músico recebeu várias mensagens de solidariedade. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Eric Nepomuceno e Cacá Diegues estão entre os que também se manifestaram em defesa de Chico.
“Chico foi um santo, um cavalheiro. Os meninos começaram a hostilizar, do outro lado da calçada. Chico atravessou e foi lá falar com eles. Esta cena de repressão nazista é um exemplo do que está acontecendo no Brasil: a absoluta intolerância. As discussões políticas estão indialogáveis. A disputa política se transformou em duelo. Eles não queriam argumentar, só xingar”, comentou na o cineasta Cacá Diegues, que assistiu a toda a cena.
A melhor resposta
Nesta quarta, o site Vi o Mundo destacou que, ao divulgar o ocorrido, veículos como O Estado de S.Paulo e Folha de S.Paulo omitiram as ofensas verbais do grupo a Chico e ainda tentaram inverter a situação. “Você é um merda” foi apenas uma das agressões que o compositor teve que ouvir.
“O Estadão enfatizou que Chico ‘bateu boca’ e a Folha, que foi ‘questionado’. Uma forma descarada de culpar a vítima”, avalia o site.
A publicação do Vi o Mundo foi compartilhada na página oficial do próprio Chico, nesta quarta. O artista preferiu não comentar explicitamente o ocorrido nas redes sociais. Mas, na madrugada desta terça, sem postar comentários, ele publicou no Facebook o vídeo da música Vai trabalhar, vagabundo.
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