Agressão a Chico Buarque foi gota dágua; advogados se mobilizam contra fascismo
Antes de adentrar o assunto principal, vale conferir a resposta que Chico Buarque deu no Facebook aos fascistas que o agrediram (vide informações abaixo). Vale explicar, porém, esse caso, se porventura alguém ainda não souber do que se trata. Confira, abaixo, o vídeo da agressão que Chico sofreu na segunda-feira ao sair de um restaurante no Leblon.
A causa, como você já sabe, é a militância histórica de Chico a favor do PT. Esse grupo agressor, aliás, era integrado por um “rapper” que vive de produzir factoides para tentar aparecer, e que, assustado com a repercussão de sua selvageria, deu para trás.
Segundo informações do HuffPost Brasil, o rapper Túlio Dek, após agredir Chico, declarou que o compositor, cantor e escritor Chico Buarque “é um ídolo” para ele. Mais conhecido por ter namorado a atriz Cléo Pires, Dek estava no grupo que hostilizou e ofendeu Buarque na noite de segunda-feira (21), na saída de um restaurante no Leblon, na zona sul do Rio de Janeiro.
“Chico é um ídolo para mim. Só não entendo como um dos maiores ícones do Brasil continua apoiando cegamente o PT. Minha indignação foi com o cidadão e não com o artista”, afirmou o rapper, em entrevista à colunista Sonia Racy, do jornal O Estado de S. Paulo. Dek afirmou, inclusive, ter feito uma versão para Paratodos, canção de Chico Buarque, aos 10 anos de idade.
A confusão foi primeiramente noticiada pelo site Glamurama. De acordo com o site, além de Dek estava Álvaro Garnero Filho, filho do empresário e apresentador paulista Álvaro Garnero. “Petista, vá morar em Paris. O PT é bandido”, diziam os jovens, que estavam exaltados e procuraram criticar o ativismo de Chico a favor do PT, algo que data dos tempos de fundação do partido.
“Chico foi um santo, um cavalheiro. Os meninos começaram a hostilizar, do outro lado da calçada. Chico atravessou e foi lá falar com eles. Esta cena de repressão nazista é um exemplo do que está acontecendo no Brasil: a absoluta intolerância. As discussões políticas estão indialogáveis. A disputa política se transformou em duelo. Eles não queriam argumentar, só xingar”, comentou na tarde desta terça-feira o cineasta Cacá Diegues, que integrava o grupo de Buarque no restaurante.
Ironicamente, Chico Buarque não se pronunciou com palavras sobre a polêmica, preferindo apenas postar em sua página no Facebook uma de suas músicas.
Confira, abaixo, a música que Chico, clarividente, gravou em 1976
Após essa quilométrica introdução, vamos ao ponto prático e principal do post.
Há algumas semanas, o Blog informou que estava sendo criada uma Frente Antifascista. O movimento conta com dezenas de advogados, juristas, parlamentares, jornalistas que se reúnem em um grupo de What’s App chamado Os “Carbonários”, um grupo que este blogueiro integra.
O grupo se prepara para começar a atuar em 2016 através de, entre outras ações, usar uma legião de advogados militantes que pretende processar civil e criminalmente autores de agressões públicas ao vivo e na internet que grupos fascistas como o dos playboys supracitados vêm praticando contra quem tem opinião política diferente da deles.
A revolta que a agressão a Chico causou acelerou nossos planos. Vários advogados do grupo já se prontificaram a atuar em suas respectivas regiões. Eis alguns nomes.
Francisco Celso Calmon – Espírito Santo
João Ricardo Dornelles – Rio de Janeiro
Marcio Tenembaum – Rio de Janeiro
Marília Kairuz Baracat – Rio de Janeiro
Marilson Santana – Bahia
Rodrigo Mondego – Rio de Janeiro
Tarso Cabral Violín – Paraná
Vinícius de Lima Rosa – Espírito Santo
Esses são apenas alguns dos muitos nomes de advogados militantes de todo país que se propõem a atuar na militância advocatícia antifascista.
A ideia é a seguinte: as indenizações que serão arrancadas (com facilidade) dos fascistas irão reverter para um fundo que financiará as ações dessa advocacia militante para pagamento dos custos dos processos. Quem quiser ser representado por esses advogados terá que se dispor a doar ao fundo a indenização que for obtida.
Convido, assim, advogados de todo o país a se juntarem a esse movimento. A sociedade tem que reagir ao fascismo atacando onde eles mais temem, no bolso – ainda que muita gente prefira lhes dar uns sopapos.
Só há uma forma de combater o fascismo: é não se encolher diante dessa gente. Foi por falta de reação que eles dominaram a Europa na primeira metade do século XX.
Todo fascista é um covarde por natureza. Ou ataca escondido sob máscara do anonimato na internet ou em grupos nas ruas, contra pessoas sozinhas ou em desvantagem numérica. Se começarem a ter que responder por seus crimes, cortaremos o mal pela raíz. A hora chegou. Junte-se a nós, à Frente Antifascista.
Não passarão!
Fonte: Blog da Cidadania.
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