Sequestro de Lula: Golpismo de Moro e Globo pode ter saído pela culatra
O DIA EM QUE LULA PROVOU SER MAIS FORTE QUE A GLOBO
Salva da bancarrota pelo ex-presidente Lula, a Globo imaginava que
esta sexta-feira 3 seria seu dia de glória; empenhada em destruir o
ex-presidente mais popular da história do País, numa luta que já quebrou
o setor de engenharia e vem arruinando o País, a Globo esperava
celebrar a prisão de Lula; beneficiária de mais um vazamento ilegal, a
Globo anunciou um "dia especial", por meio do Twitter de Diego
Escosteguy; depois, alguns de seus colunistas, como Eliane Cantanhêde,
decretaram a morte do PT; o que se seguiu, ao longo do dia, foi uma
reversão total das expectativas da família Marinho; abusos da Operação
Lava Jato foram denunciados por governadores, ministros do STF e pela
presidente Dilma Rousseff; além disso, o ataque vil a Lula e todos os
seus familiares acendeu a faísca da reação popular, que mobilizou
sindicatos, movimentos sociais e simpatizantes; nas ruas, repórteres da
Globo tiveram de trabalhar sem identificação para não serem agredidos
pela população; para completar o quadro, Lula anunciou que agora, irá
lutar para voltar ao poder; "Se quiseram matar a jararaca, não bateram
na cabeça. Bateram no rabo e a jararaca está viva"
Dois projetos de País entraram em choque nesta sexta-feira histórica. De
um lado, o projeto representado pelo grupo Globo, sem o qual não
haveria Operação Lava Jato, nem seus abusos que agora começam a ser
percebidos pela opinião pública. De outro, o projeto representado pelo
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deixou a presidência da
República com 80% de aprovação, projetando uma imagem positiva no Brasil
e no mundo.
O projeto da Globo é o mesmo de 1964, quando os Marinho se uniram aos
militares para golpear a democracia. Trata-se de uma visão subserviente
de Brasil, alinhada com os Estados Unidos, e sem nenhum protagonismo
regional. No mundo dos Marinho, riquezas nacionais, como o pré-sal,
devem ser abertas à exploração de multinacionais, como Shell, Exxon e
Chevron. O projeto de Lula, por sua vez, é o de um Brasil forte e
respeitado internacionalmente. Daí, a importância da diplomacia do
Sul-Sul e da construção de novos eixos de poder como os BRICs.
Nesta sexta-feira, a Globo, atendendo a seus próprios interesses ou de
terceiros, esperava celebrar seu dia de glória. Lula, afinal, seria
preso pelo juiz Sergio Moro, que recebeu, dos Marinho, o prêmio "Faz
Diferença". Seria o fim de um processo que já arruinou a economia
brasileira, quebrou o setor de engenharia e desmoralizou empresas
brasileiras que vinham suplantando concorrentes internacionais em
mercados globais, como a Odebrecht. Hoje, seria o dia de estourar o
champanhe – talvez, na famosa mansão em Paraty (RJ), registrada em nome
de empresas offshore.
Antes mesmo que o sol raiasse, a Globo já havia sido beneficiária de
mais um vazamento ilegal. Em seu Twitter, o jornalista Diego Escosteguy,
editor de Época, anunciava um "dia especial, cheio de paz e amor" (leia
aqui). Ao longo do dia, uma colunista da Globonews, Eliane Cantanhêde, começou a celebrar "a morte do PT" (leia aqui).
Reversão de expectativas
Quando os Marinho estavam prontos para celebrar a vitória do seu projeto
de País, se é que assim pode ser qualificado, começou a virada. Nas
redes sociais, a hashtag #ForaRedeGlobo se tornou um dos assuntos mais
comentados do mundo. Assim como em 1964, os Marinho foram novamente
associados a um projeto golpista e entreguista. A única diferença é que
os tanques e baionetas foram substituídos por juízes, policiais e
procuradores. Repórteres da emissora tiveram de trabalhar sem
identificação para não serem agredidos nas ruas. E quando Eliane
Cantanhêde dizia que a ação contra Lula turbinaria os protestos do dia
13 de março, a Globo foi surpreendida com a gigantesca rede de apoio ao
ex-presidente Lula. Sindicatos, simpatizantes de movimentos sociais de
todo o País anunciaram apoio incondicional a Lula e atos em defesa da
democracia.
Ao longo do dia, a festa da Globo começou a azedar com manifestações de
parlamentares, juízes, governadores e até de personagens ligados ao PSDB
que condenaram o abuso da condução coercitiva de Lula e de todos os
seus familiares. Manifestaram-se contra isso os governadores Ricardo
Coutinho, da Paraíba, Flávio Dino, do Maranhão, e Jackson Barreto, de
Sergipe, assim como José Gregori e Bresser Pereira, dois ex-ministros do
governo FHC. No Supremo Tribunal Federal, o ministro Marco Aurélio
Mello reagiu com indignação. "Condução coercitiva? O que é isso? Eu não
compreendi. Só se conduz coercitivamente, ou, como se dizia antigamente,
debaixo de vara, o cidadão de resiste e não comparece para depor. E o
Lula não foi intimado", afirmou.
O mais importante, no entanto, foi a força e a contundência do
pronunciamento de Lula. Primeiro, ele condenou a associação
antidemocrática entre grupos de comunicação e setores do Poder
Judiciário. Em seguida, voltou a denunciar a mansão dos Marinho em
Paraty, registrada em nome de uma empresa offshore sediada no Panamá.
Por último, ele mostrou estar pronto para viajar o País e voltar a lutar
por seu projeto de País. "O que aconteceu hoje era o que faltava para
que o PT voltasse a erguer a cabeça", disse Lula. "Se quiseram matar a
jararaca, não bateram na cabeça. Bateram no rabo e a jararaca está
viva".
Nesta sexta-feira, Lula mostrou que é muito, mas muito mais forte do que
a Globo, o maior monopólio de mídia do mundo, salva da bancarrota
justamente pelo ex-presidente.
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