Democratismo armado é a negação da democracia. Eleição na PF é “liberar” a meganhagem
Publicam os jornais que os delegados da Polícia Federal estão organizando uma eleição para escolher uma lista tríplice de candidatos para a nomeação do diretor da corporação. O escolhido, necessariamente, ficaria entre os três mais votados mas, na prática, fica o governo “obrigado” a escolher o mais votado, sob pena de “não estar respeitando o direito da categoria”.
É, sem meias-palavras, um absurdo.
E não adianta alegar que a função é técnica e o diretor não deve obediência, exceto em assuntos administrativos, ao ministro ou à Presidência.
O mesmo raciocínio valeria para os comandantes do Exército, da Marinha ou das Forças Armadas e nem por isso se consegue imaginar o que seria generais, almirantes e brigadeiros em campanha eleitoral?
Ou os seus comandantes administrando a tropa de olho no voto dos seus pares?
Não pode funcionar e é um convite à insubordinação.
Como é que um chefe pode punir um delegado que transgrida as regras se depende do voto dele e de seus colegas para “eleger-se”?
E transgressão, neste caso, viola a vida e liberdade de terceiros.
A Polícia Federal tem poderes imensos e os últimos anos mostraram isso. Desbordaram todos os limites, vazaram informações e infringiram regras. Até os sistemas de “grampo” não se sabe bem como são controlados para que não sejam feitas escutas ilegais.
A hipertrofia de poderes das instituições de Estado as transformaram numa ameaça à própria democracia, pois passam a prestar satisfações às corporações e não ao governante eleito.
E nos deixa, como estamos, submetido a um Estado policial. E judicial.
O poder real fica nas mãos não de quem foi eleito povo, mas pelos “colegas”.
O que não foi nem nunca será democracia, muito antes pelo contrário.
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