Janot quer investigar Aécio. Puro teatro!
Por Altamiro Borges
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Janot mandou Aécio para o STF. E Teori mandou FHC para Moro. Pra quê?
Depois da inexplicável inação do STF diante da permanência de Eduardo Cunha, respingando crimes por todo lado e babando vingança contra Dilma.
Depois de mais de dois anos de sucessivos engavetamentos de todas as denúncias, suspeitas, listas, depósitos, confissões e indícios contra tucanos.
Depois de terem colocado a mais sagrada das instituições nacionais – a escolha do presidente pelo voto popular, que tomou vidas e décadas de vidas de brasileiros, sinto-me no direito de não ter a menor fé que qualquer destas iniciativas ande mais que um passo de formiga.
O STF abrir mais inquéritos sobre Cunha, Aécio ser denunciado no Supremo e o enviar as menções a FHC para Sérgio Moro, a esta altura, não pode deixar de rescender a hipocrisia.
Sou, como cidadão, obrigado a cumprir as determinações das cortes de meu país. Não a considerá-las dignas.
Não sou dono da verdade, nem posso querer determinar como julgariam, embora pareça óbvio que um celerado não pode presidir um julgamento.
Mas a omissão foi uma chicana a que covardia alguma ficaria a dever.
Idem quando impediram, pelo silêncio, que Dilma pudesse lançar mão de um recurso político legítimo, que lhe daria fôlego para o embate político. Vai-se um mês e meio que não se examina o evidentemente parcial despacho de Gilmar Mendes que impediu Lula de ser Ministro da Casa Civil e falta pouco para que também isso perca o objeto – além da razão de ser , que já se foi – porque não haverá mais Dilma de quem ele possa auxiliar.
Dos dinheiros de empresas para campanhas, também muito não podem falar, porque assistiram impávidos Gilmar Mendes sentar-se indecorosamente sobre sua proibição e, com isso, tornaram-se co-responsável pelo vale-tudo financeiro de campanhas milionárias.
E mandar FHC para Moro? Francamente, só rindo. Arriscam-se a ouvir do juiz do Paraná: não é esse que eu quero, não, é o outro. Façam-me o favor de trocar.
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Acusado internacionalmente de ser um dos principais cúmplices do "golpe dos corruptos" no Brasil, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, decidiu fazer uma encenação bisonha. Nesta segunda-feira (2), ele finalmente solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a investigação sobre as várias denúncias de corrupção contra o cambaleante Aécio Neves. Num gesto teatral, ele pediu na abertura do inquérito que o presidente nacional do PSDB preste depoimento em até 90 dias sobre as suspeitas de recebimento de propina de Furnas. Será que ainda dá para acreditar minimamente no senhor Rodrigo Janot, sempre tão servil e dócil diante dos tucanos de alta plumagem?
A solicitação foi feita ao ministro Teori Zavascki, o relator no STF da midiática Operação Lava-Jato que também tem adotado um comportamento suspeito - para não dizer acovardado - diante das graves denúncias contra chefetes da oposição golpista. O ministro, porém, ainda não respondeu ao pedido da PGR. Pelo andar da carruagem da "Justiça" nativa, a investigação poderá demorar alguns anos - só os tucanos mortos, como o ex-presidente do PSDB, o jagunço Sérgio Guerra, são acusados formalmente de corrupção. Vários outros, mais sujos do que pau de galinheiro, seguem fazendo discursos cínicos em defesa da ética e participando de marchas golpistas contra a corrupção e pelo "fora Dilma".
A solicitação da PGR causou surpresa até em jornalistas mais críticos da imprensa golpista. Bernardo Mello Franco, em sua coluna na Folha desta terça-feira (3), lembrou que "o procurador Rodrigo Janot levou 559 dias e quatro delações para decidir investigar Aécio Neves na Lava Jato. O senador foi citado pela primeira vez em 21 de outubro de 2014. Naquele dia, Alberto Youssef ligou o tucano às estranhezas de Furnas". O risco de ser investigado, julgado, condenado e até preso talvez explique a conduta irresponsável do cambaleante Aécio Neves. Desde a derrota na eleição presidencial de 2014, o aventureiro partiu para o tudo ou nada, jogando na desestabilização política e no caos na economia.
Em seu pedido ao STF, o procurador Rodrigo Janot finalmente menciona a existência de uma conta no exterior ligada a uma fundação em nome da mãe do tucano, Inês Maria Neves Faria. O fato havia sido revelado na "delação premiada" do senador Delcídio do Amaral, mas nunca obteve a atenção dos nobres magistrados. Na mesma solicitação, Rodrigo Janot ainda pede a abertura de inquérito contra o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), um dos mais histéricos tucanos, contra o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, contra a cúpula do PMDB e contra o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva. Se bobear, só o ministro petista será investigado. Afinal, os tucanos e os seus aliados - como o correntista suíço - são santos. Só depois da morte eles serão punidos - talvez no inferno!
Reproduzo abaixo artigo de Fernando Brito, do combativo blog Tijolaço, sobre o exótico pedido de investigação da PGR:
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Janot mandou Aécio para o STF. E Teori mandou FHC para Moro. Pra quê?
Depois da inexplicável inação do STF diante da permanência de Eduardo Cunha, respingando crimes por todo lado e babando vingança contra Dilma.
Depois de mais de dois anos de sucessivos engavetamentos de todas as denúncias, suspeitas, listas, depósitos, confissões e indícios contra tucanos.
Depois de terem colocado a mais sagrada das instituições nacionais – a escolha do presidente pelo voto popular, que tomou vidas e décadas de vidas de brasileiros, sinto-me no direito de não ter a menor fé que qualquer destas iniciativas ande mais que um passo de formiga.
O STF abrir mais inquéritos sobre Cunha, Aécio ser denunciado no Supremo e o enviar as menções a FHC para Sérgio Moro, a esta altura, não pode deixar de rescender a hipocrisia.
Sou, como cidadão, obrigado a cumprir as determinações das cortes de meu país. Não a considerá-las dignas.
Não sou dono da verdade, nem posso querer determinar como julgariam, embora pareça óbvio que um celerado não pode presidir um julgamento.
Mas a omissão foi uma chicana a que covardia alguma ficaria a dever.
Idem quando impediram, pelo silêncio, que Dilma pudesse lançar mão de um recurso político legítimo, que lhe daria fôlego para o embate político. Vai-se um mês e meio que não se examina o evidentemente parcial despacho de Gilmar Mendes que impediu Lula de ser Ministro da Casa Civil e falta pouco para que também isso perca o objeto – além da razão de ser , que já se foi – porque não haverá mais Dilma de quem ele possa auxiliar.
Dos dinheiros de empresas para campanhas, também muito não podem falar, porque assistiram impávidos Gilmar Mendes sentar-se indecorosamente sobre sua proibição e, com isso, tornaram-se co-responsável pelo vale-tudo financeiro de campanhas milionárias.
E mandar FHC para Moro? Francamente, só rindo. Arriscam-se a ouvir do juiz do Paraná: não é esse que eu quero, não, é o outro. Façam-me o favor de trocar.
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