sexta-feira, 11 de maio de 2012

POLÍTICA - PSDB treme diante de Leréia.


Por Altamiro Borges

Pelo jeito o deputado Carlos Alberto Leréia, amigo íntimo do mafioso Carlinhos Cachoeira, conhece bastante as sujeiras no ninho tucano. Algumas lideranças do PSDB até chegaram a defender o seu desligamento do partido, mas logo recuaram. Segundo a Folha de hoje, o partido que se dizia ético, a exemplo de Demóstenes Torres, “evita decidir o destino de deputado ligado a Cachoeira”.


Votos de confiança

O ex-senador Papeléo Paes, indicado para dirigir o Conselho de Ética do PSDB, já anunciou que “neste momento não vamos abrir nenhum processo contra Leréia. É preciso cautela para dar amplo direito de defesa”. Aécio Neves, o cambaleante presidenciável da sigla, prefere não se meter em encrenca. “Essa comissão de ética vai ouvir o deputado Leréia”, despistou.

O governador Geraldo Alckmin, simpatizante do Opus Dei, fugiu do tema como o diabo da cruz. “É um debate exclusivamente do partido e deve ser tratado pela direção do partido”. E José Serra, o eterno candidato que rasga suas promessas, voltou a dar seu desastroso voto de confiança. “Li que ele [Leréia] está disposto a ir depor na CPI. Acho que deve se dar esse direito a ele”.

Relações explícitas com o mafioso

Sobre as ligações do deputado goiano com o mafioso, não há mais qualquer dúvida. Ele mesmo se jacta de ser amigo de Carlinhos Cachoeira há 25 anos. Vários grampos telefônicos da Operação Monte Carlo da Polícia Federal comprovam que as relações entre ambos eram realmente muito íntimas. Coisa de compadres – ou, para ser mais direto, de mafiosos.

Num dos áudios, Leréia aparece em negociações com integrantes da quadrilha cobrando uma propina de R$ 100 mil. Ele também usava um cartão de crédito do mafioso. Na semana passada, em pleno rebuliço do escândalo, o deputado até provocou. Ele fez um pronunciamento no plenário da Câmara Federal parabenizando Cachoeira, que fazia aniversário.

Deputado ameaça “soltar o verbo”

Apesar das inúmeras provas, o PSDB treme diante do parlamentar. Uma notinha na mesma Folha, na semana passada, explícita as razões. “Leréia tem dito internamente que, se o caso dele for conduzido para licença ou expulsão, ele vai ‘soltar o verbo’ para que o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB) tenha o mesmo tratamento”.

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