terça-feira, 28 de outubro de 2014

MÍDIA - A derrota da grande mídia.

Toda a grande mídia foi derrotada com a vitória do PT



A imprensa e não só os jornalões, mas toda a grande mídia foi derrotada ontem com a vitória eleitoral do PT que resultou na reeleição da presidenta Dilma Rousseff, contra quem eles fizeram campanha, velada ou abertamente, o tempo todo.
Mais uma vez o Grupo Globo, rede de TV à frente, foi fragorosamente derrotado ao enquadrar seu noticiário e transformá-lo, seja pelo que veiculava, seja pelo que omitia, em campanha pró-candidatura conservadora do concorrente ao Planalto pelo PSDB-DEM, senador Aécio Neves. Se é que aquilo que o Grupo faz com aquele padrão Globo e tudo pasteurizado pode ser considerado notícia.
O jornal O Estado de S.Paulo, também, é outro grande derrotado. Se bem que o jornalão da Marginal Tietê teve o mérito de fazer aquele editorial de ontem – “O voto pela reconciliação nacional” – assumindo abertamente a defesa da candidatura Aécio, com nome, sobrenome e digitais. O que, aliás, o jornalão fez quase diariamente nas últimas semanas. E coisa que a Folha de S.Paulo e O Globo jamais fizeram assumidamente. O Estadão perdeu. Do mesmo jeito. E feio.
Mídia se repete e se excede em suas campanhas políticas e não tem senso de limites
O fato é que eles, da mídia, não têm limites. Esticam a corda além do que pode e deve ser feito na luta política. Por isso até tentaram, mas não conseguiram emplacar como um baita escândalo e atentado à liberdade de imprensa, aquele ato de protesto de cerca 200 pessoas de várias organizações que na 6ª à noite jogaram lixo em frente ao prédio da Veja, a revista da Editora Abril que antecipou em dois dias a circulação de sua edição desta semana para ajudar a campanha do senador Aécio Neves.
Não têm limites, vão num crescendo, ultrapassam todo o bom senso, não medem as consequências e dá nisso. Não estamos absolutamente sugerindo aplausos, nem aplaudindo o protesto feito ás portas da revista – de resto condenado pelos presidentes Lula e Dilma. Já o candidato tucano derrotado, Aécio Neves e sua UDN travestida de PSDB, pela voz do próprio Aécio achou a manifestação um gravíssimo atentado à liberdade de imprensa e de expressão…
Pessoal, o país já viveu isso várias vezes em sua história e em 1954 foi um dos piores exemplos de períodos em que nossa mídia viveu seus dias de imprensa marrom. Naquele ano foram num crescendo, sem quaisquer limites, até que ultrapassaram toda e qualquer fronteira de oposição e da crítica.
O presidente da República contra o qual se insurgiam, Getúlio Vargas, se matou a Tribuna da Imprensa, jornal de seu maior inimigo, Carlos Lacerda foi empastelada, o povo tentou invadir a redação que a família Marinho tinha a época – era só O Globo, então – e essa gente nem podia sair à rua, sob o risco de ser linchada.
Veja em seu canto do cisne 48 h antes para ajudar candidatura da direita
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) agiu de forma legal, constitucional e apropriada, portanto, quando determinou na noite da 6ª feira pp. à revista Veja que publicasse em seu site o direito de resposta reivindicado pelo PT a esse material da edição dessa semana em que a revista disse que os presidentes Lula e Dilma tinham conhecimento de irregularidades que teriam ocorrido na Petrobras.
A revista se fundamenta em pseudo confissão sob o sistema de delação premiada, do doleiro preso Alberto Yousseff, numa das situações mais surreais já vistas nos últimos tempos, já que assim que ela foi distribuída aos assinantes e às bancas, os advogados do preso vieram a público dizer que acompanham seus depoimentos diários e em nenhum momento o ouviram dizer isso.
O TSE concedeu liminar à ação impetrada pela campanha da presidenta Dilma obrigando a revista a publicar no site o direito de resposta ao PT em relação à reportagem. A campanha da presidente mostrou que Veja antecipou sua edição em dois dias com a “nítida intenção de tumultuar a lisura do pleito eleitoral do próximo domingo (26)”.
Bom que Veja seja condenado a publicar desmentido também na edição impressa
Provou, ainda, que a revista postou no Facebook dela, com 5,4 milhões de seguidores, notícia com o título “Tudo o que você queria saber sobre o escândalo da Petrobras: Dilma e Lula sabiam” – propaganda, de resto, reproduzida na página oficial do PSDB, partido do adversário da presidenta na disputa ao Planalto, também na mesma rede social.
O mérito da questão ainda vai ser julgado esta semana. Será ótimo, legal e medida de justiça, que o Tribunal obrigue também a revista a publicar o direito de resposta também na edição impressa da revista, em igual tamanho e com o mesmo destaque, na próxima ou numa das próximas edições de Veja.

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