Lula: só o que queremos socializar é a felicidade
Autor: Fernando Brito
A fala de Lula divulgada hoje só tem uma coisa errada.
Deveria estar na TV aberta, não no Youtube.
Seria absolutamente natural como jornalismo, pois se trata de um ex-Presidente, vencedor de eleições ele próprio por duas vezes, e que, por mais duas vezes, saiu vitorioso como principal referência da eleição de Dilma.
Aliás, não seria apenas jornalismo com também um grande serviço público, pois se trata de um convite ao desarmamento de espíritos, à capacidade de convívio civilizado e ao bom funcionamento do país.
Infelizmente eu e você sabemos que é muito mais fácil que as tevês brasileiras veiculem a conversa de outros, mais interessados em proclamar como “venceram na derrota” e a dizer o que “exigem” que o governo faça ou deixe de fazer.
Quanto a Lula, o que os jornais se apressam em dizer, é que ele quer “interferir” no Governo Dilma.
E deixam de observar o obvio, que está expresso na camiseta inusual com que ele gravou o vídeo que reproduzo abaixo.
Lula vai assumir o comando não do Governo, mas de seu partido, o PT.
E tentar devolver a ele o discurso que faz, o do progresso social e da ampliação de oportunidades, sem exclusões.
A capacidade de falar às pessoas.
Lula percebeu que transferiram ao PT o ódio que não puderam dirigir a ele.
Por isso, ao mesmo tempo, adota o discurso anti-divisão.
Que azeda e estraga a vida, inclusive seus momentos de festa democrática.
Lula resgata o verso de Tom Jobim – “é impossível ser feliz sozinho” – e cria um caminho para sua reentrada no mundo da política.
O da socialização da felicidade.
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