Por onde ela passa, não nasce a grama
Autor: Fernando Brito
Leio no Estadão que Marina Silva já se prepara para deixar o PSB e retornar à formação de sua Rede.
O PSB, por sua vez, prepara-se para se fundir ao PPS de Roberto Freire, pernambucano corrido pelos eleitores para São Paulo, onde a Prefeitura paulistana, com José Serra, o acolheu nos conselhos da Empresa Municipal de Urbanização (Emurb) e da SPTurismo e o ajudou a voltar à Câmara, para onde agora não se reelegeu.
Marina sai deixando um partido em frangalhos, fadado a se unir ao PPS como sublegenda tucana, o que já é em São Paulo e no Paraná.
Volta para sua Rede, onde os “sonháticos” tiveram pesadelos com Aécio e na qual, agora, vai desfilar como atração pelas mãos da herdeira do Itaú e do tucano Walter Feldman, como o ser exótico e domesticado, sempre pronto a ser lançado contra a esquerda, embora sem o charme que tinha.
Precisa, claro, de uma “reciclagem” em sua “cara de povo” e dela fazem parte os cabelos soltos e rebeldes, que agora brotam de uma cabeça aprisionada pelo ódio e já nada rebelde ao sistema.
Marina não deixa nada, por onde passa, senão destruição, decepções e rancores.
É uma pena porque, já disse outra vez, teve uma trajetória de lutas e de superação, vinda da pobreza.
Mas destruiu, como um mata-pau, todos aqueles que lhes serviram de apoio.
Marina Silva, que se diz a mulher da sustentabilidade e da preservação, semeia apenas a devastação, quando se trata de convívio.
Duas vezes o povo brasileiro foi-lhe generoso e generosos foram os que acharam que ela poderia vir a ser, de fato, uma nova forma de fazer política.
Ao atirar-se à campanha de Aécio, com o mesmo ódio no olhar, Marina perdeu o que tinha diante dos olhos de milhões de brasileiros que um dia imaginaram que ela fosse o caminho do novo.
O povo brasileiro não a odeia e engana-se quem pensar assim.
O povão apenas a despreza, como desprezou seu apelo para votar nos inimigos deste povo, domingo passado.
A antiga “fada da floresta” só deixa atrás de seus passos a terra arrasada.
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