Graças a Gilmar, Toffoli e Fux, Cunha ganha tempo
Ricardo Kotsch
Tudo o que Eduardo Cunha quer agora é ganhar tempo, entregar
os anéis para não perder os dedos, ou seja, o mandato e a presidência da
Câmara. Para isso, ganhou a ajuda na quarta-feira de três ministros do
Supremo Tribunal Federal _ Gilmar Mendes, Dias Toffli e Luiz Fux _ que,
com suas ausências, fizeram adiar para hoje o final do julgamento de
Cunha, quando o placar já estava 6 a 0 para transformá-lo em réu por
corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Fux estava em Portugal, mas Mendes e Toffoli, que sempre atuam em parceria, resolveram sair no meio da sessão sem dizer os motivos nem para onde iam. Foi a segunda derrota do antes imbatível presidente da Câmara _ durante a madrugada, o Conselho de Ética, por 11 votos a 10, já tinha decidido pela abertura de processo contra ele por quebra de decoro.
Na verdade, foram derrotas parciais porque, no STF, os ministros ainda podem mudar o voto e qualquer um deles pode pedir vistas. Na Câmara, manobra de última hora fez o relator Marcos Rogério retirar a acusação de recebimento de propina na Petrobras, deixando apenas aquela de Cunha ter mentido na CPI da Petrobras quando negou ser dono de contas na Suíça, o que pode lhe dar uma punição menor, sem a cassação do mandato.
Na melhor das hipóteses, o relatório final do Conselho de Ética só será votado pelo plenário da Câmara daqui a três meses, quando estarão começando as festas juninas. Em seguida, vem o recesso de julho, a campanha eleitoral e...
No Supremo, a defesa de Eduardo Cunha, que está sendo comandada pelo ex-procurador geral da República, Antonio Fernando de Souza, o mesmo que apresentou a denúncia contra os réus do mensalão do PT, é baseada na falta de documentos para provar o recebimento de propina pelo deputado, como se corruptos passassem recibo. Além disso, todos se lembraram ontem que, ainda recentemente, o ministro Gilmar Mendes pediu vistas durante o julgamento que proibiu o financiamento empresarial de campanhas, e levou mais de um ano para devolver o processo.
Ainda é cedo para dar Eduardo Cunha como vencido e sempre se pode esperar que ele venha com novas pautas-bomba. Acuado, o presidente da Câmara virou um franco-atirador, com o único objetivo de salvar o mandato e o cargo, enquanto tenta ressuscitar o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
Só quem poderá detê-lo em sua escalada de vingança será o mesmo STF, se terminar de votar na tarde desta quinta-feira a abertura do processo e, em seguida, decidir se aceita ou não o pedido de afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Câmara apresentado pela Procuradoria Geral da República.
Preparem-se: fortes emoções nos aguardam nas próximas horas.
Fux estava em Portugal, mas Mendes e Toffoli, que sempre atuam em parceria, resolveram sair no meio da sessão sem dizer os motivos nem para onde iam. Foi a segunda derrota do antes imbatível presidente da Câmara _ durante a madrugada, o Conselho de Ética, por 11 votos a 10, já tinha decidido pela abertura de processo contra ele por quebra de decoro.
Na verdade, foram derrotas parciais porque, no STF, os ministros ainda podem mudar o voto e qualquer um deles pode pedir vistas. Na Câmara, manobra de última hora fez o relator Marcos Rogério retirar a acusação de recebimento de propina na Petrobras, deixando apenas aquela de Cunha ter mentido na CPI da Petrobras quando negou ser dono de contas na Suíça, o que pode lhe dar uma punição menor, sem a cassação do mandato.
Na melhor das hipóteses, o relatório final do Conselho de Ética só será votado pelo plenário da Câmara daqui a três meses, quando estarão começando as festas juninas. Em seguida, vem o recesso de julho, a campanha eleitoral e...
No Supremo, a defesa de Eduardo Cunha, que está sendo comandada pelo ex-procurador geral da República, Antonio Fernando de Souza, o mesmo que apresentou a denúncia contra os réus do mensalão do PT, é baseada na falta de documentos para provar o recebimento de propina pelo deputado, como se corruptos passassem recibo. Além disso, todos se lembraram ontem que, ainda recentemente, o ministro Gilmar Mendes pediu vistas durante o julgamento que proibiu o financiamento empresarial de campanhas, e levou mais de um ano para devolver o processo.
Ainda é cedo para dar Eduardo Cunha como vencido e sempre se pode esperar que ele venha com novas pautas-bomba. Acuado, o presidente da Câmara virou um franco-atirador, com o único objetivo de salvar o mandato e o cargo, enquanto tenta ressuscitar o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
Só quem poderá detê-lo em sua escalada de vingança será o mesmo STF, se terminar de votar na tarde desta quinta-feira a abertura do processo e, em seguida, decidir se aceita ou não o pedido de afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Câmara apresentado pela Procuradoria Geral da República.
Preparem-se: fortes emoções nos aguardam nas próximas horas.
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