Joaquim de Carvalho
Colunista do 247, foi subeditor de Veja e repórter do Jornal Nacional, entre outros veículos. Ganhou os prêmios Esso (equipe, 1992), Vladimir Herzog e Jornalismo Social (revista Imprensa). E-mail: joaquim@brasil247.com.br
Um desafio a Moro: apresentar o nome de um cliente que tenha atendido nos Estados Unidos
Tacla Durán suspeita que o ex-juiz tenha alugado seu nome para a Alvarez & Marsal montar operação destinada a comprar empresas no Brasil
O ex-juiz declarado parcial pelo Supremo Tribunal Federal fez um desafio a Lula e a Bolsonaro na live com o correligionário Kim Katuguiri: abrir as próprias contas.
No caso de Lula, a proposta chega a ser risível, já que o ex-presidente e familiares tiveram a vida devassada pela Lava Jato e não se encontrou nenhum crime.
Se Moro gosta de desafio, faço um a ele: apresentar o nome de um único cliente que tenha atendido como contratado da Alvarez & Marsal.
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Ou um parecer que tenha escrito durante os doze meses em que manteve contrato com o grupo norte-americano.
O advogado Rodrigo Tacla Durán, especialista em direito tributário e perseguido pela Lava Jato (fato reconhecido pela Interpol), suspeita que o ex-juiz tenha alugado seu nome para a Alvarez & Marsal ampliar sua atuação no Brasil.
Em dezembro, alguns dias depois de encerrado o contrato com Moro, a Alvarez & Marsal aprovou na Comissão de Valores Mobiliários o registro de uma Spac, sigla em inglês para Special Purpose Acquisition Company.
Será a primeira empresa deste tipo no Brasil e sua finalidade é comprar companhias brasileiras. Funciona assim: os investidores dão uma espécie de cheque em branco para a Spac, sem saber que companhias comprarão.
É uma aposta nos gestores, não nas empresas que serão compradas. No Brasil, depois da Lava Jato, as companhias em geral perderam valor, sobretudo as da área da construção pesada.
O real também foi desvalorizado, o que tornou ativos no País baratos.
O nome de Moro no Brasil não vale quase nada, dado que não há mais dúvida sobre a parcialidade com que agiu e também por ter usado a magistratura para enriquecer.
Mas, para investidores estrangeiros, pode ter algum valor, daí a suspeita de Tacla Durán, que hoje mora na Espanha, onde mantém empresa de consultoria.
Nos últimos três dias, Tacla Durán mencionou a Spac três vezes em seu Twitter, com desafio a Moro.
“Russo (é como ele chama Moro, também conhecido assim pelos procuradores da Lava Jato), muda o disco… para ser presidente da República, precisa muito mais do que isso, não poder ser monotemático! Aproveita e explica os seus serviços para a SPAC da Alvarez & Marsal. Quais empresas a SPAC da sua empregadora irá comprar no Brasil?”, disse.
Em outra postagem, perguntou: "Esse cheque em branco da Alvarez & Marsal é para comprar as empresas que você quebrou na operação que você 'comandou'? Tem compliance essa empresa que você operou?”
Por fim, questionou: “Russo, vai abrir também o que foi recebido para a SPAC da Alvarez & Marsal? Ou vai abrir só o que vai declarar no Brasil e deixar outra parte para declarar nos EUA?”.
Com a palavra, Sergio Moro.
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