Crescimento mundial quase a zero terá forte impacto no Brasil
Os dados e previsões do FMI para o crescimento global – revisados, para baixo, estão nos jornais de hoje – confirmam nossas análises: o crescimento mundial será praticamente nulo neste ano, o que terá forte impacto no crescimento brasileiro. Não se pode analisar nossas taxas de elevação do PIB, de 1,0% ou 1,5% sem levar em conta que nossa economia é dual, cresce a partir de suas relações internas e externas.
Os novos dados do FMI são mais do que esclarecedores dessa realidade. Apontam que todos países desenvolvidos crescerão abaixo de 2%. As exceções são a Grã-Bretanha, que crescerá 3,2% e apenas a China e a Índia crescerão acima dela, com 7,4% e 5,4% respectivamente, mas em queda.
A União Europeia (UE) crescerá apenas 1,1% e os Estados Unidos e o Japão apesar de todas medidas monetárias , fiscais e cambiais adotadas crescerão 1,7 e 1,6% respectivamente, um baixíssimo crescimento se levarmos em conta as medidas adotadas pelo seus governos. Mesmo assim, comparado com 2013, os EEUU perderão 1,1% e o Japão ganhará pífios 0,3%.
Vivemos, ainda, os efeitos da crise de 2008 e o cenário mundial é incerto
Na América Latina, o México crescerá 2,4% – menos 0,6% que em 2013. Como podemos constatar, vivemos ainda os efeitos da crise de 2008, e o cenário internacional é incerto o que nos leva a conclusão que devemos apoiar nosso crescimento na integração regional e em nosso mercado interno, ainda com enorme potencial dada as necessidades do país em infraestrutura econômica e social.
Temos, como repetia sempre o ex-ministro José Dirceu quando escrevia este seu blog, uma grande fronteira para crescer no setor de petróleo e gás; na infraestrutura; na indústria; e em tecnologia e educação.
Somos um país que ainda pode incorporar no mercado e na cidadania dezenas de milhões de cidadãos que demandam serviços públicos universais de saúde, educação, justiça, segurança, saneamento e habitação lazer e cultura. Há um espaço enorme para uma revolução educacional e científica e o Brasil está preparado para se tornar um exportador de serviços, tecnologias e capitais, especialmente para a América Latina e África.
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