sábado, 26 de julho de 2014

POLÍTICA - As bicadas entre Alckmin e Aécio.


Altamiro Borges: Alckmin vai se vingar de Aécio?  


Nas três últimas eleições presidenciais, o tucano mineiro Aécio Neves foi acusado pelos seus próprios pares do PSDB de ter feito corpo mole nas campanhas dos paulistas José Serra e Geraldo Alckmin. Há quem afirme que esta “traição” será cobrada no pleito deste ano – ou melhor, já está sendo cobrada!

Por Altamiro Borges*, em seu Blog 


Reprodução
  
Alguns até lembram o nome de José Serra, conhecido fabricante de dossiês, ao discutir as origens das recentes denúncias sobre o aeroporto construído com R$ 14 milhões dos cofres públicos para o titio-avô do ex-governador mineiro. Outras especulações mais consistentes também ganham terreno. Em sua coluna no Estadão, a jornalista Julia Duailibi estampou um curioso título: “Aécio e Alckmin: união só nas fotos”.

Segundo a reportagem, “os candidatos tucanos Aécio Neves e Geraldo Alckmin cumprem agendas eleitorais juntas, posam para fotos sorrindo, trocam elogios mútuos, mas nos bastidores a relação não é essa maravilha. Preocupado com a sua reeleição, Alckmin adotou medidas que foram na contramão do que queria o presidenciável do PSDB. O governador paulista fechou coligação com o PSB no Estado, dando o cargo de vice para o presidente estadual do partido, Marcio França. A aliança se traduziu em palanque no maior colégio eleitoral do país para um dos adversários de Aécio, Eduardo Campos”. Em várias cidades do interior, a propaganda da parceria entre Alckmin e o presidenciável do PSB já tomou as ruas.

“No QG de Aécio em São Paulo, a orientação é criar comitês pelo interior paulista para fazer frente a essa parceria Alckmin-Campos. Os tucanos tinham em mente quatro principais cidades: Campinas, Marília, Limeira e São José do Rio Preto, que são governadas pelo PSB e que estimulam a dobradinha. Por trás desses desencontros, estão as perspectivas eleitorais de longo prazo. Alckmin é candidato a presidente em 2018 e sabe que o caminho só será possível – ou pelo menos mais fácil – com a derrota de Aécio em 2014. Mais ou menos o mesmo raciocínio que o mineiro fez em 2010, quando Serra era candidato a presidente e perdeu a eleição em Minas, onde não contou com a ajuda do correligionário”.

Até a Folha deste sábado (26) confirma que a bicadas no ninho são cada vez mais sangrentas. “A decisão do tucano Geraldo Alckmin de subir no palanque de Eduardo Campos (PSB) causou irritação no comitê de Aécio Neves (PSDB). A campanha foi surpreendida com a declaração do governador de que terá ‘muita alegria’ em pedir votos ao lado do pernambucano. ‘Nós não estávamos contando com isso. Obviamente não é um fato positivo’, diz um aliado próximo a Aécio. Sem uma vitória expressiva em São Paulo, o mineiro considera impossível chegar à Presidência”, relata o jornalista Bernardo Mello Franco, editor interino da coluna Painel. Como se observa, a vingança poderá ser maligna!

*Altamiro Borges é  blogueiro, presidente do Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé e secretário nacional de Mídia do PCdoB.

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