Quando vão investigar a CEMIG
Um bom alerta no portal Brasil 247: a necessidade de se investigar a comissão de R$ 4,6 milhões recebida pelo doleiro Alberto Youssef do empresário Pedro Paulo Leoni Ramos, na compra de pequenas centrais hidrelétricas pela Light. A Light no Rio é controlada pela CEMIG (Companhia Energética de Minas Gerais).Sob o título “Cemig: o caso esquecido pelo PT e por Sergio Moro“, o portal destaca que a operação do doleiro chegou a ser considerada suspeita pelo juiz Sergio Moro em novembro do ano passado, mas que não foi pedido nenhum esclarecimento adicional por não se tratar da Petrobras.
O Brasil 247 coloca o dedo na ferida e aponta como um dos equívocos da Lava Jato considerar o doleiro Youssef como um operador da Petrobras quando, tudo indica, ele foi “um operador das empreiteiras, que prestam serviços a políticos de todos os partidos, sem distinção ideológica”.
“Se é legítimo investigar a Petrobras, o mesmo critério deveria ser aplicado à Cemig”, aponta a reportagem ao destacar que, até agora, “nada foi perguntado ao doleiro sobre a comissão de R$ 4,6 milhões na operação da Light, paga em pleno ano eleitoral”.
Diferença de tratamento
O Brasil 247 também estranha o fato de a CEMIG ter usado a Light – que atua no Rio de Janeiro – ao invés de comprar diretamente as pequenas usinas hidrelétricas situadas em Minas Gerais, sua área de atuação. A falta de investigações sobre a CEMIG, destaca o portal, é o “principal indício de direcionamento político da Lava Jato”.
“Não há nenhum motivo para acreditar que todos os pagamentos de empresas ligadas à Petrobras a Youssef são propina e que os outros, relacionadas a outras empresas ou outros governos, de outros partidos, como o próprio PSDB, são normais. Haveria, no mínimo, uma diferença de tratamento”, frisa o texto.
Daí a necessidade de ampliação do escopo da CPI da Petrobras tal como defende a base aliada. Algo, evidentemente, que os tucanos – senador Aécio Neves à frente – não querem que aconteça.
Confiram abaixo a avaliação do juiz Moro no ano passado, transcrita pelo Brasil 247, sobre o inquérito relativo à negociação:
A Investminas Participações S/A confirmou, em petição de 21/10/2014 (evento 18) pagamento de 4.600.000,00 (R$ 4.317.100,00 líquidos) à MO Consultoria. Alegou que remunerou conta indicada por Alberto Youssef em decorrência de intermediação e serviços especializados deste na venda de suas ações na Guanhães Energia S/A para a Light Energia S/A, com intervenção a CEMIG Geração e Transmissão S/A. Juntou como prova os contratos e notas fiscais pertinentes, todos com suspeita de terem sido produzidos fraudulentamente. Alegou que Alberto Youssef seria ‘empresário que, à época, detinha conhecimento do setor elétrico e reconhecida expertise na área de assessoria comercial’. Aparentemente, trata-se de negócio que, embora suspeito, não estaria relacionado aos desvios na Petrobras.
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