terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

POLÍTICA - Esse Cardozo é um mané.

Depois da subserviência, agora Cardozo acusa Veja de mentir


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O ministro, todo pimpão com a TV Veja
Cardozo processará a ‘Veja’? Duvido!
Por Altamiro Borges, em seu blog
O ministro José Eduardo Cardozo, da Justiça, sempre tão cordato e “republicano” diante da imprensa oposicionista, passou a ser alvo de ataques midiáticos nos últimos dias. De nada adiantou sua afável entrevista na semana passada à revista “Veja” – aquela que a própria presidenta Dilma chamou de “criminosa” durante a campanha eleitoral de outubro passado.
Seus supostos “amigos” nas redações agora exigem sua cabeça – no que contam com o apoio do carrasco Joaquim Barbosa, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). Diante do bombardeio, em especial da Veja, o ministro decidiu finalmente reagir. Ele até podia aproveitar a momentânea valentia para processar o pasquim da falida e decadente famiglia Civita!
Em nota oficial divulgada neste sábado (21), o Ministério da Justiça contesta as “inverdades” publicadas na edição da Veja desta semana. O tom da nota é até surpreendentemente duro, o que sinaliza que a relação amigável entre o ministro e os editores da revista da marginal foi abalada.
Depois do crime obrado pela Veja na disputa eleitoral do ano passado, que interferiu diretamente no voto de milhões de brasileiros, a própria presidenta Dilma decidiu endurecer o jogo. Ela ocupou três minutos do último programa em rede de rádio e televisão para desmascarar a revista do esgoto e anunciou que processaria os “criminosos”.
Sem maior alarido, a publicidade oficial nas páginas da Veja sumiu nas últimas semanas.
José Eduardo Cardozo poderia seguir a mesma linha de enfrentamento, sem alimentar mais falsas ilusões sobre o “jornalismo isento” da famiglia Civita.
Na nota, o Ministério da Justiça até anuncia que as pessoas que vazaram boatos à revista “serão processadas civil e criminalmente”. Mas não seria o caso de processar o veículo que difundiu as mentiras?
Fica a sugestão, mesmo duvidando que isto ocorra. Abaixo a íntegra da nota:
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Nota oficial do Ministério da Justiça
Brasília, 21/2/15 – Em face das inverdades noticiadas na matéria “O que ele sabe é dinamite pura” publicada na edição de hoje da revista Veja, o Ministério da Justiça esclarece que:
1 — É mentirosa a versão veiculada pela segunda vez pela revista Veja de que o ministro José Eduardo Cardozo tenha se reunido com o advogado da UTC Sergio Renault para tratar das investigações da Operação Lava Jato ou discutido a conveniência de um acordo de delação premiada por parte do dono da UTC, Ricardo Pessoa.
2 — O Ministro da Justiça sempre garantiu a plena autonomia das investigações realizadas pela Polícia Federal, não admitindo qualquer interferência indevida na sua condução. O mesmo tem acontecido na operação “Lava Jato”, onde várias delações premiadas já foram realizadas sem que tivesse ocorrido qualquer tentativa de obstá-las.
3 — A versão veiculada na matéria ainda se mostra mais absurda quando ignora que o Ministro da Justiça não dispõe de instrumentos para impedir ou negociar vantagem de qualquer natureza para que uma delação premiada não se consume. Ele não tem poderes para determinar o fim de uma prisão, para impedir ou mitigar uma condenação ou para efetivar qualquer medida que pudesse oferecer vantagens a um investigado em troca do seu silêncio.
4 — É lamentável que, mais uma vez, a Veja se utilize de supostas declarações de um investigado, encaminhadas à revista por pessoas que se escondem no anonimato, para buscar atingir a imagem do Ministro e de membros do governo federal. Uma vez identificadas, essas pessoas serão processadas civil e criminalmente.
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MINISTRO DA JUSTIÇA NÃO ECONOMIZA SUBSERVIÊNCIA
10/02/2015
por Breno Altman, em seu blog
O ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, deu entrevista à TV Veja.
Pouco importa o conteúdo do que disse, pois relevante é a simbologia do fato.
Como é possível, a essa altura do campeonato, sem ferir a credibilidade do PT e do governo, um de seus principais integrantes ser cordial e afável com a revista que trata Dilma, Lula e outros dirigentes petistas como bandidos?
Como é possível a presidente decidir cancelar qualquer publicidade em Veja por seu caráter golpista, mas Cardozo conceder uma longa e sorridente entrevista?
Como é possível que o ministro se cale diante das arbitrariedades cometidas por setores da Polícia Federal para incriminar o seu partido, mas resolva prestigiar o veículo que mais convoca o atropelo da ordem constitucional?
Como é possível que a presidente convoque seus ministros para a batalha da comunicação e a atitude de Cardozo seja correr para os braços de uma revista criminosa?
Como é possível acreditar em qualquer compromisso do governo com a regulamentação dos meios de comunicação se o ministro da Justiça não perde a chance de se curvar diante dos monopólios?
Como é possível que Cardozo, cotado para o STF, vá apresentar credenciais para quem faz da pressão midiática sobre a corte seu instrumento de guerra contra a democracia e os direitos constitucionais?
Como é possível Cardozo ainda ser ministro da Justiça, se a única coisa que faz é cuidar de salvar a própria pele, bajulando os setores mais reacionários do país?
São perguntas que não podem calar.

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