Fonte: Blog Democracia&Política
FHC CONFESSA PREVARICAÇÃO! "EU SABIA DE TUDO"
[FHC ABAFOU CORRUPÇÃO PARA ATENDER INTERESSES DAS PETROLEIRAS ESTRANGEIRAS]
Para poder quebrar monopólio da Petrobras, FHC fingiu não saber de esquema de corrupção
"Com a ofensiva da direita conservadora, o ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso resolveu botar a cabeça para fora do buraco e lançar o livro "Diários da Presidência – volume I", com anotações do tucano dos dois primeiros anos de seu governo.
Por Dayane Santos
É claro que ele selecionou muito bem o que supostamente seria publicável e vendável, mas deixou escapar um fato - por um ato falho ou propositalmente - que confirma mais uma vez que ele sabia do esquema de corrupção na Petrobras.
Segundo o “diário” de FHC, ele teria sido alertado sobre um "escândalo" na Petrobras em 1996. O ex-presidente descreve uma conversa que teve com ninguém menos que Benjamin Steinbruch, o dono da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), a maior companhia siderúrgica da América Latina que foi privatizada em 1993. Steinbruch foi nomeado por FHC para o conselho da Petrobras.
Relata o tucano: "Eu queria ouvi-lo sobre a Petrobras. Ele me disse que a Petrobras é um escândalo. Quem manobra tudo e manda mesmo é o Orlando Galvão Filho, embora Joel Rennó tenha autoridade sobre Orlando Galvão". FHC está se referindo ao então presidente da BR Distribuidora (Galvão Filho) e ao então presidente da estatal (Joel Rennó).
O que FHC não conta é que foi nesse mesmo ano que o jornalista Paulo Francis fez uma denúncia ao vivo na TV, durante o programa "Manhattan Connection", sobre um esquema de corrupção na estatal.
Ainda de acordo com as anotações seletivas de FHC, o que tirava seu sono era que na estatal "todos os diretores da Petrobras são os mesmos do conselho de administração".
E apesar de dizer no livro-diário que se tratava de "uma coisa completamente descabida" e que estava muito indignado levando até a pensar que o fato necessitava de uma “intervenção", o ex-presidente tucano admitiu que não fez nada.
"Acho que é preciso intervir na Petrobras. O problema é que eu não quero mexer antes da aprovação da lei de regulamentação do petróleo pelo Congresso [que era muito generosa e interessante para as petroleiras estrangeiras], e também tenho que ter pessoas competentes para botar lá", diz.
Enquanto a oposição tucana tenta dar um golpe no mandato da presidenta Dilma Rousseff por atrasar pagamentos aos bancos públicos para assegurar os programas sociais, o seu líder FHC confessa que se omitiu diante de fatos que ele mesmo admite a necessidade de intervenção, como presidente que era, mas se absteve para servir aos seus interesses e "do mercado".
Quebra do monopólio do petróleo
Além dessa anotação do tucano que agora ele decide revelar, a história já mostrou que o verdadeiro interesse de FHC era privatizar a Petrobras e entregá-la ao cartel internacional de petróleo.
A lei que FHC se refere é a 9.478/97, de paternidade de David Zylbersztajn - seu genro e diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP) durante o seu governo. Ele liderou a quebra do monopólio da Petrobras na exploração do petróleo no Brasil, realizando o primeiro leilão de áreas de exploração aberto à iniciativa privada, nos dias 15 e 16 de junho de 1999.
Foi justamente essa quebra de monopólio, tão esperada e desejada pelos tucanos [atendendo interesses das petroleiras estrangeiras], que facilitou os esquemas de corrupção na estatal. então, apesar de tentar transformar a decisão de não intervir em uma ação cautelosa, os fatos mostram o contrário e mais, revelam que a preocupação não era de proteger e fortalecer a estatal, mas enfraquecê-la para entregá-la aos cartéis [estrangeiros].
Esses fatos também são confirmados pelos depoimentos de réus confessos nas investigações da Operação Lava Jato. Embora os tucanos, com apoio da grande mídia, tentam mudar os fatos para favorecer seus interesses golpistas e criminalizar o governo PT, Pedro Barusco, ex-gerente da estatal e funcionário de carreira, confessou que os desmandos em propinas já existiam desde 1997, período citado por FHC.
Facilitou corrupção
Barusco detalhou em depoimento de delação premiada que começou a cobrar propina de empresas que pretendiam firmar contratos com a Petrobras, entre as quais, a empresa holandesa SBM. Na época, Barusco era gerente de Tecnologia de Instalações.
Ainda segundo Barusco, os pagamentos variavam de acordo com o valor do contrato, ou seja, não passava pelos caixas da Petrobras. Os valores dos contratos variavam entre US$ 25 milhões e US$ 50 milhões, o que fez Barusco acumular verdadeira fortuna num curto espaço de tempo.
Entre as obras que tiveram pagamentos ilegais, o ex-diretor citou um acordo, firmado em 1997 ou 1998, para o fornecimento de um navio para a Transpetro."
FONTE: escrito por Dayane Santos no Portal "Vermelho", com informações de agências (http://www.vermelho.org.br/noticia/271761-1). [Título e trechos entre colchetes acrescentados por este blog 'democracia&política'].
COMPLEMENTAÇÃO
Pelo jornalista e escritor Paulo Moreira Leite, diretor do "247" em Brasília
Agora é oficial: FHC sabia e não fez nada!
"Ao registrar em seu livro de memórias a confissão de que tinha todos os meios para investigar um esquema de corrupção na direção da Petrobras e não tomou nenhuma providência a respeito, Fernando Henrique Cardoso prestou um inestimável serviço ao país.
Embora o caso possivelmente possa ser considerado prescrito, se tivesse sido descoberto e denunciado durante seu mandato, entre 1995 e 2002, o então presidente poderia ter sido enquadrado no crime de prevaricação, tipificado no artigo 319 do Código Penal ("Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal").
Se fosse um funcionário público comum, uma condenação poderia dar em pena de prisão, de três meses a um ano, mais multa. Como era presidente da República, FHC poderia ser alvo de um processo que poderia levar ao impeachment. Mais fácil que o penoso trabalho de Helio Bicudo e Miguel Reale Jr. Imaginou?
Para além de eventuais consequências jurídicas, resta a questão política atual.
Informado pelo empresário Benjamin Steinbruch sobre quem comandava o esquema na maior empresa brasileira, Fernando Henrique nada fez. Isso permite questionar a credibilidade de quem, no início de 2015, enchia o peito para falar da Lava Jato. FHC disse no início do ano que era preciso chegar aos "altos hierarcas" envolvidos nas investigações -- uma referência a Lula e Dilma.
Mas quando podia fazer sua parte, Fernando Henrique preferiu ficar quieto.
"Por que FHC cruzou os braços?", perguntei aqui neste espaço, em fevereiro, num texto que debatia o silêncio tucano sobre uma denúncia de Paulo Francis, em 1996. Agora sabemos por quê.
Conforme "O Globo", Fernando Henrique tenta justificar a postura com o argumento de que pretendia fazer mudanças nas regras da Petrobras e não queria atrapalhar um debate que julgava necessário. Como se sabe, seu governo tomou medidas favoráveis a privatização da exploração do petróleo [como querem as petroleiras estrangeiras], enfrentando uma vigorosa greve de resistência de petroleiros que não permitiu que fosse até o fim em seus planos.
Mas o argumento não ajuda o ex-presidente.
FHC assinou, no Planalto, o decreto 2745, que eliminou a necessidade de licitação nos investimentos da Petrobras -- uma porteira aberta para a formação do clube de empreiteiras que iria dividir as obra da empresa em conversas entre amigos, sem disputa real.
O decreto 2745 é obra da assessoria jurídica do Planalto no governo de Fernando Henrique, cujo chefe era Gilmar Mendes, mandado ao Supremo no último ano de governo tucano. Hoje no TSE, Gilmar foi o ministro que mandou investigar possíveis ligações entre o esquema da Petrobras e a campanha de Dilma, abrindo ali uma das estradas da oposição para tentar chegar ao impeachment de qualquer maneira.
É até gozado, não?
O que se expressou, na atitude de FHC, foi uma moral de ocasião, de quem desperdiçou ótima oportunidade para estimular um debate honesto sobre a corrupção no Estado brasileiro. Comprova-se, agora, que ele não conheceu [não quis conhecer] a situação de perto durante seu governo. Também tomou a decisão de não investigar.
É uma postura que, pelo exemplo, só ajuda a desmoralizar -- confesso que isso não me deixa nem um pouco incomodado -- gravatões tucanos que estimulavam atitudes fascistas nas diversas CPI da Petrobras.
Não custa lembrar que o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, abriu seu depoimento na CPI com um power point didático, onde exibia as quantias que cada partido -- PT e PSDB à frente -- havia recebido de cada uma das grandes empreiteiras denunciadas na Lava Jato. No mesmo dia, o líder do PSDB Carlos Sampaio defendeu a extinção legal do PT, logo depois que um provocador soltou um grupo de ratos na sala de depoimentos. Vaccari foi preso no dia seguinte pela manhã e encontra-se detido até hoje."
Por Dayane Santos
É claro que ele selecionou muito bem o que supostamente seria publicável e vendável, mas deixou escapar um fato - por um ato falho ou propositalmente - que confirma mais uma vez que ele sabia do esquema de corrupção na Petrobras.
Segundo o “diário” de FHC, ele teria sido alertado sobre um "escândalo" na Petrobras em 1996. O ex-presidente descreve uma conversa que teve com ninguém menos que Benjamin Steinbruch, o dono da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), a maior companhia siderúrgica da América Latina que foi privatizada em 1993. Steinbruch foi nomeado por FHC para o conselho da Petrobras.
Relata o tucano: "Eu queria ouvi-lo sobre a Petrobras. Ele me disse que a Petrobras é um escândalo. Quem manobra tudo e manda mesmo é o Orlando Galvão Filho, embora Joel Rennó tenha autoridade sobre Orlando Galvão". FHC está se referindo ao então presidente da BR Distribuidora (Galvão Filho) e ao então presidente da estatal (Joel Rennó).
O que FHC não conta é que foi nesse mesmo ano que o jornalista Paulo Francis fez uma denúncia ao vivo na TV, durante o programa "Manhattan Connection", sobre um esquema de corrupção na estatal.
Ainda de acordo com as anotações seletivas de FHC, o que tirava seu sono era que na estatal "todos os diretores da Petrobras são os mesmos do conselho de administração".
E apesar de dizer no livro-diário que se tratava de "uma coisa completamente descabida" e que estava muito indignado levando até a pensar que o fato necessitava de uma “intervenção", o ex-presidente tucano admitiu que não fez nada.
"Acho que é preciso intervir na Petrobras. O problema é que eu não quero mexer antes da aprovação da lei de regulamentação do petróleo pelo Congresso [que era muito generosa e interessante para as petroleiras estrangeiras], e também tenho que ter pessoas competentes para botar lá", diz.
Enquanto a oposição tucana tenta dar um golpe no mandato da presidenta Dilma Rousseff por atrasar pagamentos aos bancos públicos para assegurar os programas sociais, o seu líder FHC confessa que se omitiu diante de fatos que ele mesmo admite a necessidade de intervenção, como presidente que era, mas se absteve para servir aos seus interesses e "do mercado".
Quebra do monopólio do petróleo
Além dessa anotação do tucano que agora ele decide revelar, a história já mostrou que o verdadeiro interesse de FHC era privatizar a Petrobras e entregá-la ao cartel internacional de petróleo.
A lei que FHC se refere é a 9.478/97, de paternidade de David Zylbersztajn - seu genro e diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP) durante o seu governo. Ele liderou a quebra do monopólio da Petrobras na exploração do petróleo no Brasil, realizando o primeiro leilão de áreas de exploração aberto à iniciativa privada, nos dias 15 e 16 de junho de 1999.
Foi justamente essa quebra de monopólio, tão esperada e desejada pelos tucanos [atendendo interesses das petroleiras estrangeiras], que facilitou os esquemas de corrupção na estatal. então, apesar de tentar transformar a decisão de não intervir em uma ação cautelosa, os fatos mostram o contrário e mais, revelam que a preocupação não era de proteger e fortalecer a estatal, mas enfraquecê-la para entregá-la aos cartéis [estrangeiros].
Esses fatos também são confirmados pelos depoimentos de réus confessos nas investigações da Operação Lava Jato. Embora os tucanos, com apoio da grande mídia, tentam mudar os fatos para favorecer seus interesses golpistas e criminalizar o governo PT, Pedro Barusco, ex-gerente da estatal e funcionário de carreira, confessou que os desmandos em propinas já existiam desde 1997, período citado por FHC.
Facilitou corrupção
Barusco detalhou em depoimento de delação premiada que começou a cobrar propina de empresas que pretendiam firmar contratos com a Petrobras, entre as quais, a empresa holandesa SBM. Na época, Barusco era gerente de Tecnologia de Instalações.
Ainda segundo Barusco, os pagamentos variavam de acordo com o valor do contrato, ou seja, não passava pelos caixas da Petrobras. Os valores dos contratos variavam entre US$ 25 milhões e US$ 50 milhões, o que fez Barusco acumular verdadeira fortuna num curto espaço de tempo.
Entre as obras que tiveram pagamentos ilegais, o ex-diretor citou um acordo, firmado em 1997 ou 1998, para o fornecimento de um navio para a Transpetro."
FONTE: escrito por Dayane Santos no Portal "Vermelho", com informações de agências (http://www.vermelho.org.br/noticia/271761-1). [Título e trechos entre colchetes acrescentados por este blog 'democracia&política'].
COMPLEMENTAÇÃO
Pelo jornalista e escritor Paulo Moreira Leite, diretor do "247" em Brasília
Agora é oficial: FHC sabia e não fez nada!
"Ao registrar em seu livro de memórias a confissão de que tinha todos os meios para investigar um esquema de corrupção na direção da Petrobras e não tomou nenhuma providência a respeito, Fernando Henrique Cardoso prestou um inestimável serviço ao país.
Embora o caso possivelmente possa ser considerado prescrito, se tivesse sido descoberto e denunciado durante seu mandato, entre 1995 e 2002, o então presidente poderia ter sido enquadrado no crime de prevaricação, tipificado no artigo 319 do Código Penal ("Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal").
Se fosse um funcionário público comum, uma condenação poderia dar em pena de prisão, de três meses a um ano, mais multa. Como era presidente da República, FHC poderia ser alvo de um processo que poderia levar ao impeachment. Mais fácil que o penoso trabalho de Helio Bicudo e Miguel Reale Jr. Imaginou?
Para além de eventuais consequências jurídicas, resta a questão política atual.
Informado pelo empresário Benjamin Steinbruch sobre quem comandava o esquema na maior empresa brasileira, Fernando Henrique nada fez. Isso permite questionar a credibilidade de quem, no início de 2015, enchia o peito para falar da Lava Jato. FHC disse no início do ano que era preciso chegar aos "altos hierarcas" envolvidos nas investigações -- uma referência a Lula e Dilma.
Mas quando podia fazer sua parte, Fernando Henrique preferiu ficar quieto.
"Por que FHC cruzou os braços?", perguntei aqui neste espaço, em fevereiro, num texto que debatia o silêncio tucano sobre uma denúncia de Paulo Francis, em 1996. Agora sabemos por quê.
Conforme "O Globo", Fernando Henrique tenta justificar a postura com o argumento de que pretendia fazer mudanças nas regras da Petrobras e não queria atrapalhar um debate que julgava necessário. Como se sabe, seu governo tomou medidas favoráveis a privatização da exploração do petróleo [como querem as petroleiras estrangeiras], enfrentando uma vigorosa greve de resistência de petroleiros que não permitiu que fosse até o fim em seus planos.
Mas o argumento não ajuda o ex-presidente.
FHC assinou, no Planalto, o decreto 2745, que eliminou a necessidade de licitação nos investimentos da Petrobras -- uma porteira aberta para a formação do clube de empreiteiras que iria dividir as obra da empresa em conversas entre amigos, sem disputa real.
O decreto 2745 é obra da assessoria jurídica do Planalto no governo de Fernando Henrique, cujo chefe era Gilmar Mendes, mandado ao Supremo no último ano de governo tucano. Hoje no TSE, Gilmar foi o ministro que mandou investigar possíveis ligações entre o esquema da Petrobras e a campanha de Dilma, abrindo ali uma das estradas da oposição para tentar chegar ao impeachment de qualquer maneira.
É até gozado, não?
O que se expressou, na atitude de FHC, foi uma moral de ocasião, de quem desperdiçou ótima oportunidade para estimular um debate honesto sobre a corrupção no Estado brasileiro. Comprova-se, agora, que ele não conheceu [não quis conhecer] a situação de perto durante seu governo. Também tomou a decisão de não investigar.
É uma postura que, pelo exemplo, só ajuda a desmoralizar -- confesso que isso não me deixa nem um pouco incomodado -- gravatões tucanos que estimulavam atitudes fascistas nas diversas CPI da Petrobras.
Não custa lembrar que o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, abriu seu depoimento na CPI com um power point didático, onde exibia as quantias que cada partido -- PT e PSDB à frente -- havia recebido de cada uma das grandes empreiteiras denunciadas na Lava Jato. No mesmo dia, o líder do PSDB Carlos Sampaio defendeu a extinção legal do PT, logo depois que um provocador soltou um grupo de ratos na sala de depoimentos. Vaccari foi preso no dia seguinte pela manhã e encontra-se detido até hoje."
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