O ano é 2021 e continuamos vendo situações de pessoas mantidas em condições análogas às da escravidão. É o caso de Geraldo Duarte, um homem de 93 anos que recebia um salário mínimo por mês para trabalhar como caseiro para a família de médicos Dilascio Detomi no município mineiro de São João del-Rei. Ele foi resgatado em uma ação conjunta entre o Ministério do Trabalho, a Polícia Federal e o Ministério Público do Trabalho, a partir de uma denúncia anônima, e agora a família resiste em cumprir com suas obrigações trabalhistas. Durante 26 anos, Geraldo nunca recolheu contribuição para o INSS, não recebeu 13º nem tirou férias. Analfabeto, o caseiro teria uma dívida “de gratidão” com os Dilascio Detomi e dizia que não podia sair do sítio dos empregadores sob nenhuma hipótese. A casa onde vivia com a esposa Maria Inês tinha goteiras, telhado quebrado, forro apodrecido e fiação em más condições. Quando chovia, eles ficavam molhados, no frio e no escuro, para evitar choques elétricos. Como geralmente acontece em casos como esse, a situação da família que o mantinha ali era bem diferente. A casa da qual era caseiro servia de diversão de final de semana para a família Dilascio Detomi e tinha piscina, churrasqueira e área gourmet. A propriedade está registrada em nome de cinco pessoas da mesma família. Dois são médicos em São João del-Rei e frequentadores do sítio: os pediatras Cristiane Maria Dilascio Detomi e Carlos André Dilascio Detomi. Este último também atua como cirurgião e é coordenador do curso de Medicina do Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves. Além das condições precárias e dos descumprimentos trabalhistas, o caseiro Geraldo Duarte teria sofrido assédio por parte dos empregadores ao menos duas vezes desde o início das investigações. A família se posicionou por meio de nota em que afirma que “a forma como a situação está sendo exposta não condiz com a realidade dos fatos”. As informações na íntegra sobre a situação de Geraldo Duarte e a resposta da família Dilascio Detomi estão na reportagem de Daniel Giovanaz que você pode acessar neste link. Não basta não ser racista É preciso ser antirracista, já diz Angela Davis. Mas por que isso? O que significa ser antirracista? Por que existe um dia da consciência negra? Produzimos uma série de conteúdos explicando essas e várias outras questões para o mês da consciência negra. Você pode encontrar todos eles aqui ou acessar direto alguns dos destaques: Aprenda para nunca mais dizer: veja aqui 3 frases que parecem ingênuas, mas alimentam o racismo. O agro é... violência e desmatamento Multinacionais com sede nos Estados Unidos têm responsabilidade sobre violações socioambientais que se agravam ano a ano no Cerrado. Ao comprarem soja de produtores desmatadores ou envolvidos em conflitos fundiários, gigantes como ADM, Bunge e Cargill financiam a violência e a destruição no segundo maior bioma do Brasil. Essa é uma síntese das denúncias apresentadas pela organização Global Witness no relatório Semeando conflitos. A publicação vem à tona em meio a debates na União Europeia sobre o veto a importações de alimentos de áreas desmatadas, incluindo soja e carne. Entenda aqui. |
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