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Lançado livro que revela o papel do Egito na violação dos direitos dos palestinos; vídeo e entrevistas com os autores
Sem caminhos para Gaza: o papel do Egito na manutenção do cerco e opressão do povo palestino
Amanda De Sordi, no Monitor do Oriente
Muitos desconhecem o papel ativo do Egito na opressão ao povo palestino, apesar de compartilharem a identidade árabe, que deveria ser acompanhada de solidariedade.
É com o auxílio do Egito que Israel mantém o cruel cerco militar a, restringindo o acesso de palestinos à fronteira, controlando o espaço marítimo, terrestre e aéreo, bem como o fornecimento de energia, água e outros serviços.
O enclave territorial tem cerca de 360 km² na costa leste do Mediterrâneo e cingido entre o Egito e a potência ocupante da Palestina, o Estado de Israel.
O livro “Sem caminhos para Gaza”, escrito por Rodrigo D.E. Campos, Renatho Costa e Lucas Bonatto Diaz, mostra o papel cruel da ditadura egípcia na manutenção dessa “prisão a céu aberto”, apesar de ainda tentar aparentar um papel de mediador do conflito e de apoio à causa palestina.
O livro, publicado originalmente em Londres e que agora é lançado no Brasil pela Editora MEMO , conta o relato de viagem de quatro brasileiros que viajaram ao Egito com o objetivo de gravarem um documentário sobre a vida dentro da Faixa de Gaza.
Mas, apesar de terem conseguido visto e autorização para a travessia antes da viagem, foram recebidos por uma série de burocracias sem sentido, assédio militar e impedimentos que tinham com o único objetivo impedir que o documentário acontecesse, sem assumidamente declarar tal proibição.
O relato da viagem é contextualizado com as informações históricas e geopolíticas da região, além de também abordar o momento político brasileiro, que passou a defender Israel e, portanto, não facilitou o projeto que poderia expor os crimes cometidos pelo novo “aliado” político.
O projeto começou quando Michel Temer estava na presidência, mas diante de burocrafias e falta de resposta quanto aos vistos, os brasileiros só conseguiram viajar em 2019, quando Jair Bolsonaro, aliado dos sionistas, assumiu a presidência.
Após a presidente, eleita de forma democrática, Dilma Rousseff ser afastada do cargo em um processo de impeachment controverso, o seu vice Michel Temer assumiu o cargo, e mesmo sendo de origem árabe, o Ministério das Relações Exteriores sofreu transformações radicais, impondo um alinhamento absoluto aos Estados Unidos e “qualquer participação do Brasil em atividades que potencialmente criticassem a atuação do Estado de Israel não seria permitida pelo Itamaraty, que pretendia manter a percepção, tanto na imprensa israelense quanto em grande parcela da comunidade judaica no Brasil, de uma posição mais “amigável” e “menos crítica” do país perante Israel”.
No livro, contam que “observando nossa própria e jovem democracia desmoronar sob o domínio da extrema-direita, a solidariedade à causa palestina e ao povo de Gaza, bandeira histórica da esquerda anti-imperialista, nos instigou a agir não somente pela curiosidade, mas por obrigação moral”.
O projeto do documentário era uma parceria entre duas universidades federais brasileiras, a UNIPAMPA e a UFPel, com a Universidade Islâmica de Gaza, com o objetivo de documentar a vida no cerco.
Após as tentativas de conseguir permissão para entrar em Gaza por Israel serem negadas, os brasileiros decidiram que tentariam pelo Egito, apesar de terem sido desaconselhados a tentar esse caminho, por ser muito incerto e perigoso.
“Mantenham-se distantes do Egito, vocês não querem se meter no Sinai”, disse a eles uma organização.
A travessia de fronteira de Rafah, na fronteira sul, deveria representar uma rota alternativa à travessia de Erez, controlada pela ocupação israelense, no nordeste de Gaza.
Entretanto, a jornada dos documentaristas logo tornou-se uma “aventura perigosa nos confins da ditadura de Abdel Fattah el-Sisi e sua controversa guerra contra o terror na península do Sinai”.
O plano, que era ficar um dia no Cairo e 25 em Gaza, foi frustrado.
A cada tentativa de ir ao Sinai encontravam um novo impedimento e mesmo a autorização especial do visto que conseguiram não era reconhecida pelas autoridades egípcias. Diante de tantas pressões e reveses, Fábio acabou sofrendo um AVC, quase perdendo sua vida devido às farsas do governo egípcio.
Conseguiram permissão para entrar no Sinai após 25 dias, ainda tendo que pagar propinas, enfrentando a desconfiança e violência policial, sem água e comida, no calor do deserto egípcio.
Após atravessarem inúmeros checkpoints, enfrentarem tiros, desconfianças, interrogatórios e tentativas de extorsão.
“Os riscos do Sinai já conhecíamos, mas o fato da burocracia ser utilizada como uma arma contra oponentes, estávamos começando a perceber cada vez mais nitidamente”, contam.
Ao chegarem na fronteira, tiveram a travessia negada sem mais explicações, mostrando que o governo egípcio nunca teve realmente a intenção de permitir que o projeto se realizasse.
Os comentários e situações provaram que a inteligência egípcia havia seguido os brasileiros durante todo o tempo e depois acabaram os escoltando de volta ao Cairo em uma cena típica de filmes de ação americanos, um uso excessivo de armas e mesmo um tanque de guerra, impedindo qualquer fim de esperança de chegar a Gaza.
A viagem dos autores Renatho Costa, Rodrigo D. E. Campos e Lucas Bonatto Diaz, junto com o colega Fábio Duval, é um testemunho da luta e opressão vivida pelos palestinos que precisam entrar e sair de Gaza por inúmeros motivos, como reencontrar familiares, buscar tratamento médico ou busca por desenvolvimento econômico, social e cultural.
O fato é que a ditadura egípcia tem um papel fundamental na violação dos direitos dos palestinos, impedindo-os de exercer o direito fundamental de livre circulação.
A jornada dos brasileiros mostra a hostilidade com que palestinos -inclusive crianças e idosos- são recebidos pelas forças egípcias.
“A política de segurança de Sisi levou o bloqueio a Gaza para níveis sufocantes, mesmo sendo pouco noticiada se comparada às ações israelenses”, contam.
Como disseram os autores, “Sem caminhos para Gaza foi a metáfora vívida das contradições do chamado processo de paz da Palestina”.
O livro “Sem Caminhos para Gaza” está disponível agora via Amazon, Pagseguro e Mercado Livre.
‘Sem Caminhos para Gaza’
Entrevista com três autores que se aventuraram pela travessia do Sinai
A trajetória e persistência dos pesquisadores brasileiros Renatho Costa, Rodrigo Duque Estrada Campos e Lucas Bonatto Diaz na dura travessia na Península do Sinai é relatada por eles no livro “Sem caminhos para Gaza – uma crônica de Aventura e Fraude sob o bloqueio egípcio”.
O que era para ser um documentário sobre a vida em Gaza se transformou em livro com relatos surpreendentes de palestinos que precisam utilizar aquela passagem e dos autores do livro, que por 20 dias vivenciaram a trágica ditadura de Al Sisi.
Se engana quem pensa que Gaza vive bloqueio apenas por Israel. Os relatos apresentados no livro nos leva à clara percepção da brutalidade do bloqueio feito também pelo Egito, tão criminoso e humilhante quanto de Israel.
Cidades fantasmas e bombardeadas pelo governo egípcio, deboches, humilhações e intimidações fizeram parte da rotina desses brasileiros, que tinham como projeto inicial mostrar a difícil vida que Israel impõe aos palestinos.
Porém, as circunstâncias os levaram a outro caminho, o que nos traz essa importante denuncia ainda pouco conhecida da ditadura egípcia sobre os palestinos.
Como surgiu o projeto de escrever um livro sobre Gaza? Por que escolheram Gaza?
Rodrigo: Já trabalhamos com outros projetos de caráter político, em 2016 gravamos um documentário sobre o Saara Ocidental e gostaríamos de dar sequência em pesquisas por disputa territorial e autodeterminação, inevitavelmente chegamos a Gaza, por inúmeras razões: a dificuldade em chegar a uma solução para dois estados, agressividade militar de Israel na Faixa de Gaza e Cisjordânia, sempre tivemos interesse muito grande como ativistas pela causa palestina, então Gaza era o natural.
Renatho: Como somos oriundos do meio acadêmico sempre fazíamos nossas produções acadêmicas e ficava restrito ao meio, era uma angústia não levar esses temas para a comunidade, que normalmente não são tratados de uma forma mais aberta, mais clara, com linguagem acessível.
Atestamos isso quando fizemos o Saara ocidental, que era um tema praticamente secreto e depois ,com o documentário, que alcançou diversos lugares em festivais do mundo, o tema passou a ser mais difundido.
Nossa proposta com o Saara era essa, e queríamos isso também com Gaza, porque Gaza tem um estigma, é um território desconhecido e se restringe apenas ao que a grande mídia trata dessa questão. Nosso projeto era mostrar o que realmente acontece lá, o nome do nosso documentário seria “ A Vida em Gaza” queríamos mostrar quem são as pessoas que vivem lá, sem esteriótipos ou preconceitos.
Lucas: O livro acabou surgindo como o último suspiro da viagem, porque a gente tinha todo o material e experiência, mas não tinha como documentar, pois fomos impedidos de chegar a Gaza. O livro foi a última saída que a gente encontrou para mostrar o que passamos em toda trajetória tentando chegar lá.
Renatho: Escrever foi uma alternativa de contar pelo menos metade do nosso projeto, contar uma história tenebrosa que é silenciada. A gente fala de Gaza, mas o bloqueio não é só dentro de Gaza. Ele se estende por todo o trajeto dos palestinos que precisam fazer a travessia. O bloqueio na verdade começa no Egito, quando os palestinos chegam ali, tem que atravessar a Península do Sinai.
O projeto contou com apoio institucional e financeiro?
Renatho: Basicamente tivemos apenas apoio institucional, Montamos o projeto dentro da nossa universidade e entramos em contato com a Universidade Islâmica de Gaza, que prontamente ofereceu a logística local. Usamos recursos próprios até mesmo para mantermos a integridade, autonomia do desenvolvimento do projeto.
Rodrigo: A organização do projeto foi realizada pelo Grupo de Análise Estratégica – Oriente Médio e África Muçulmana (GAE-OMAM), que está vinculado à Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA) e Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Tivemos também o apoio institucional de toda bancada de deputados do PSOL em Brasília, que nos ajudou pedindo autorização para entrada no Egito.
Por que escolheram o Egito para entrar em Gaza?
Rodrigo: Inicialmente a nossa ideia era entrar em Gaza a partir de Israel, primeiro porque seria a trajetória mais fácil, porque chegando em Tel Aviv tem apenas 70 km até a Eres, que é o checkpoint para entrar em Gaza.
Renatho: Entramos em contato com o governo israelense e disseram que precisaríamos de autorização do governo do Brasil para que tivéssemos escolta do corpo diplomático brasileiro até Gaza.
Ficamos cerca de 6 meses aguardando resposta do governo brasileiro e quando responderam disseram que não poderiam autorizar por questões políticas, pois essa autorização poderia gerar problemas para o governo brasileiro e coisas assim.
Rodrigo: Vale ressaltar que isso foi no final de 2018, na administração do presidente Michel Temer e seu chanceler era o José Serra que já estava em alinhamento com Israel, e que basicamente desfazia as décadas de políticas de solidariedade ou de equilíbrio do Brasil com relação ao conflito israelo-palestino, que tinha sido construído na política externa do Lula.
Houve contato com o governo egípcio antes da viagem?
Rodrigo: Quando o governo do Brasil e de Israel recusaram ajuda para entrar por Tel Aviv, a única alternativa foi entrar em contato com a embaixada do Egito no Brasil. Inicialmente eles disseram que talvez não desse tempo suficiente para buscar essa autorização.
Com o apoio do PSOL, conseguimos dos deputados uma carta para a embaixada do Egito, na qual foi explicada a importância do projeto. Isso nos ajudou a conseguir o visto de múltiplas entradas e também um protocolo de segurança.
Lucas: Segundo a embaixada, com esse protocolo entraríamos em segurança no Egito e depois em Gaza.
Renatho: Estávamos muito otimistas com esse registro. Imaginamos que seria uma viagem segura e que entraríamos em Gaza com facilidade, mas não foi o que aconteceu.
Visto especial de protocolo de segurança
Quais foram as dificuldades enfrentadas no Egito?
Lucas: De início a gente já percebeu um clima não tão amigável para um país turístico, já no aeroporto passamos por muitas dificuldades. Fomos controlados desde que chegamos, muitos policias à paisana e militares por todos os lados nos vigiando o tempo todo.
A viagem do primeiro checkpoint até Gaza é de cerca de 240 km e pode durar vários dias por causa de milhares de checkpoints impostos pelos egípcios. São milhares de dezenas desses postos de controle.
Renatho: Esses checkpoints não oferecem a menor estrutura. Em alguns deles temos que ficar trancados dentro do carro em um calor infernal, os soldados não deixam ninguém circular. Foi muito chocante e triste ver pessoas de todas as idades espoliadas dos direitos básicos.
A situação era extremamente tensa e exaustante, tanto psicologicamente como fisicamente. Um dos integrantes do projeto, teve um AVC, ficou três dias internado na UTI e teve que voltar ao Brasil.
Rodrigo: A gente ia ficar um dia em Cairo e 30 dias em Gaza e o que aconteceu é que ficamos 20 dias no Cairo, sendo 3 dias em um verdadeiro pesadelo na península do Sinai. Certo dia me confundiram com um palestino, mesmo com meu passaporte brasileiro. O soldado me fez sair do carro sob a mira de uma metralhadora k47. Ele me xingava muito e nervoso deu vários tiros para alto. Foi muito tenso.
Qual foi a justificativa dos egípcios para negarem a entrada em Gaza?
Rodrigo: Em nossa última tentativa, conseguimos chegar até o portão de Rafah. Docentes da universidade islâmica nos aguardavam do outro lado do portão e após oito horas de espera apareceu um soldado dizendo que o general não tinha autorizado nossa entrada.
Sem nenhuma conversa, o soldado mandou a gente embora aos gritos. Estávamos apenas a alguns metros da imigração para entrar em território palestino. Na volta percebemos que havia um número maior de soldados e uma grande tensão no ar.
Até então, não sabíamos que naquele mesmo dia o ex-presidente Mohmamad Morsi havia falecido na prisão (durante a sessão de julgamento). Quando chegamos ao hotel, funcionários nos informaram que os policiais nos proibiram de sair do quarto. Se quiséssemos algo, era para pedir pelo telefone. O detalhe é que o telefone estava quebrado.
No dia seguinte recebemos ordem de deportação da Península do Sinai. Montaram uma grande operação com tanques de guerras, carro antibomba e vários soldados com aparato enorme de armas para nos levarem ao Cairo.
Foram poucas as imagens que produzimos da viagem que conseguimos salvar, o exército deletou tudo.
Como definem o governo do Egito?
Rodrigo: O Egito vive uma ditadura sanguinária desde que o presidente Mohammad Morsi [eleito democraticamente] foi deposto. A partir daí Al Sisi começa a governar com terror, alinhamento automático com os EUA e por tabela com Israel também.
É impressionante o Estado de exceção: pessoas andando de cabeça baixa, tanques militares espalhados por todos os lugares, todo tipo de força de segurança atuando na região do Sinai.
Vimos cidades inteiras foram destruídas, inclusive cidades turísticas. Chegamos a pensar que tivesse sido Israel, mas egípcios nos confirmaram que foi bombardeio do exército egípcio com a desculpa de que estaria destruindo túneis do Hamas.
A cada 15 minutos se escutam tiros de metralhadoras e explosões. A região do Sinai é permanentemente tensa e a força do exército é exagerada.
Como foi o contato com os palestinos na Península do Sinai?
Rodrigo: O primeiro checkpoint militar que beira o canal de Suez, que tentamos cruzar, fica em uma estrada onde só passam palestinos, ou seja, os palestinos não podem utilizar as estradas comuns, por onde os egípcios costumam entrar para passar à península do Sinai.
Ali você já percebe uma espécie de apartheid, uma segregação, que já ocorre porque os palestinos precisam usar uma via extremamente militarizada para poderem atravessar para o canal do Suez.
De manhã já tem fila gigante sob um sol de 50°, sem nenhuma infraestrutura. Há no local uma mesquita totalmente precária, um local muito sujo em que os palestinos ficam esperando até o momento em que a cancela se abre. Ficamos por oito horas nesse local aguardando para entrar.
Enquanto estávamos na fila desse checkpoint entrevistamos vários palestinos e a gente narra isso em nosso livro.
São histórias terríveis, como a de uma família que estava a mais de uma semana no Cairo e teve que ficar em um porão, no subsolo do aeroporto do Cairo, em um quarto com presos criminosos, esperando autorização para poderem viajar.
Às vezes acontece do palestino conseguir passar em um checkpoint mas ser preso no próximo. Muitas vezes eles precisam pagar subornos aos soldados para prosseguir. O que aconteceu conosco não chega nem perto do que os palestinos sofrem diariamente na pele.
Renatho: Outra forma de opressão exercida pelos soldados é a forma de tratamento. Eles usam expressões para desqualificar e humilhar os palestinos
Como vocês enxergam o apoio dos países árabes aos palestinos?
Capa do livro publicado em inglês pela MEMO Publishers, em julho de 2020 [MEMO Publishers]
Renatho: Eu vejo apenas um apoio formal, como por exemplo o Al- Sisi, presidente do Egito. Se analisarmos o discurso dele na ONU, concluiremos que ele é o maior apoiador da Palestina, quando na verdade tem compromisso muito próximo aos EUA. Assim também é com a Arábia Saudita. Então esses apoios vejo como retóricos, formais. Os países condenam Israel, mas, na prática, isso não acontece. Ações efetivas a gente não tem visto com muita frequência.
Vocês pensam em retomar o projeto e tentar novamente entrar em Gaza?
Lucas: Pela travessia do Egito é praticamente nula a possibilidade de retornar, ainda mais com nossa história, após a publicação desse livro. Acredito que até mesmo por questão de segurança, não dá para ir pelo Egito.
Renatho: Existe a possibilidade de ir com parlamentares em missão para Gaza por Israel. Acho que seria uma possibilidade desde que tenhamos respaldo do governo brasileiro,. Se conseguirmos autorização de Israel, possivelmente iremos. Mas não é um plano que conseguiríamos realizar agora.
O livro foi publicado apenas em inglês, tem alguma previsão de quando será traduzido para o português?
Rodrigo: O livro foi escrito originalmente em português e depois foi traduzido para a publicação em inglês pela editora MEMO Publishers. Agora estamos buscando parceria no Brasil para publicação em português. Esperamos que até o final do ano a gente já tenha algum projeto pronto para pensar no lançamento em 2021 .
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