Hildegard Angel
Jornalista, ex-atriz, filha da estilista Zuzu Angel e irmã do ex-militante político Stuart Angel Jones
Por que gostam tanto de privatizar
"Gostam de privatizar para ficar com o que nos custou tanto construir. Gostam de privatizar para lucrar sozinhos, enquanto o povo que se lasque. Gostam de privatizar porque sao insensíveis, gananciosos, gelados, indecentes", escreve Hildegard Angel, do Jornalistas pela Democracia
Por Hildegard Angel, para o Jornalistas pela Democracia
Gostam de privatizar para ficar com o que nos custou tanto construir.
Gostam de privatizar para lucrar sozinhos, enquanto o povo que se lasque.
Gostam de privatizar porque sao insensíveis, gananciosos, gelados, indecentes.
Gostam de privatizar porque se julgam os donos do Brasil. E são! Porque depuseram Dilma, quando quiseram. Prenderam Lula sem provas, quando bem desejaram. Entregaram o pre-sal, as refinarias, a distribuidora, e até o nome dos postos de gasolina eles mudaram.
Mandam porque, quando decidiram e quiseram, emplacaram um idiota na Presidência do Brasil, com faixa, rampa e Palácio.
Mandam porque a mídia corporativa come nas suas mãos, e é pra eles que, de verdade, os militares batem continência.
É pra eles que o Judiciário estende no chão suas togas e as páginas da Constituição, para pisarem em cima, sapatearem, requebrarem, sambarem.
São eles que determinam que o povo passe fome, que o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida sejam extintos.
Eles decidem se as indústrias fecham e se o desemprego aumenta. Eles resolvem que os banqueiros sejam entupidos de dinheiro até lhes sair pelas narinas, e que os miseráveis morram de frio sob a chuva, e sem marquise.
Somos só meros trabalhadores, servos, escravos.
Somos figuração nessa comédia em que tucanos de bico largo abocanham tudo, promovem uma grande rachadinha nacional com os corruptos do Centrão (não era assim que os chamava o general Heleno?), e plantam um grande laranjal distribuído entre eles mesmos. Botaram a Petrobras no bolso com todos os penduricalhos.
Enfim, posso me estender aqui até o limite máximo de palavras e de revolta, e não terei dito tudo, e continuarei a ser nada, como os demais brasileiros.
Sem voz, sem esperança, sem ânimo e agora, também, sem futuro.
O país do futuro se tornou um presente monstruoso, graças a seu passado vergonhoso.
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