quinta-feira, 25 de setembro de 2008

PETRÓLEO - Próxima descoberta do pré-sal será no sul da Bahia.

Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) - A possibilidade de encontrar petróleo sob a camada de sal na costa brasileira vai além da faixa apontada por alguns especialistas entre o Espírito Santo e Santa Catarina. Na opinião do presidente da Associação dos Geólogos de Petróleo, Marcio Mello, as chances de obter petróleo no pré-sal se estendem até Sergipe e Alagoas.

"Temos um campo de Carmópolis de 1 bilhão de barris no pré-sal em Sergipe. O pré-sal existe de Santa Catarina até Sergipe e Alagoas...A próxima descoberta do pré-sal muito em breve vai ser na bacia de Jequitinhonha, no sul da Bahia", declarou Mello nesta quinta-feira em evento do jornal O Estado de S.Paulo para discutir o pré-sal.

Entretanto, segundo ele, essa ampliação na extensão da área onde esses recursos podem ser obtidos não aumentaria as potenciais reservas de óleo e gás do país, que ele calcula estariam em torno de 50 a 55 bilhões de barris considerando as recentes descobertas.

De acordo com a Petrobras, o campo de Iara pode conter de 3 a 4 bilhões de barris de óleo equivalente, e Tupi tem reservas estimadas entre 5 a 8 bilhões de barris. Esses são os dois únicos campos, ambos na bacia de Santos, cujas reservas foram estimadas até agora.

A estatal confirmou na noite de quarta-feira o potencial do campo de Júpiter, vizinho de Tupi, mas sem ainda detalhar o tamanho da jazida, que foi apenas classificada como "grande".

GÁS EM ÁGUAS RASAS DE SANTOS

Segundo o geólogo, o Brasil tem imensas reservas de gás em águas rasas da bacia de Santos que foram deixadas de lado em função da descoberta do petróleo na camada pré-sal.

De acordo com Mello, o potencial seria de 20 a 30 TCF (trilhões de pés cúbicos), um volume que superaria em quase três vezes as reservas certificadas da Bolívia, estimadas em 12 TCF.

"Coloca uma licitação no ano que vem (para águas rasas de Santos) e vai ser uma briga imensa porque agora temos todos os dados...Sabemos que existe uma reserva da ordem, sem ser muito perdulário, potencial de 20 a 30 TCF. Isso acaba com o problema de energia na região Sudeste. Coisa fácil de achar, coisa fácil de produzir", disse ele.

Segundo Mello, o Brasil achou gás em Mexilhão, na bacia de Santos, e "parou por aí" porque o pré-sal exigiu uma maior atenção.

"Mexilhão era uma menina bonita, mas nós achamos uma mais bonita ainda", disse.

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