quarta-feira, 24 de abril de 2013

POLÍTICA - Adiantaram a sucessão e insistem em responsabilizar o governo




O PSDB, a grande imprensa e depois o presidente nacional do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, anteciparam em quase dois anos o debate da sucessão presidencial de 2014 e ainda querem colocar na conta do governo! Todos viajam, lançam programas, assinam convênios, inauguram obras. A começar pelos governadores tucanos e pelo 1º presidenciável a entrar em campo, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), lançado no início do ano pelo ex-presidente Fernando Henrique Carodoso, lembram-se?

Mas quando a presidenta Dilma Rousseff o faz, quando ela viaja, lança programas, assina convênios, inaugura obras... é campanha. Como fizeram ontem, ao lhe perguntar se ela antecipou e já está em campanha em busca de votos. Chega a ser ridículo. Mas, também, depois da inflação do tomate, das teorias econômico-científicas construídas em torno do tomate para apresentá-lo como o vilão do recrudescimento da inflação num determinado mês, tudo é possível.

Querem saber o objetivo disso, dessa estratégia e teatro todo? Desviar a atenção do sucesso de programas sociais como o Minha Casa Minha Vida para a questão eleitoral e para sustentar a acusação da antecipação, pelo governo, da sucessão. Ontem tiveram o troco, um dos que mais os desagradam, que é a comparação entre os governos tucanos (1995-2002) e os do PT (2003-2013).

Objetivo é desviar a atenção do sucesso de programas sociais


Ao negar que tenha antecipado e/ou já esteja em campanha pela reeleição ano que vem, a presidenta Dilma falou sobre o Minha Casa, Minha Vida. Lembrou  que não havia programa desse porte durante o governo de FHC. "Eu tenho acompanhado as realizações do Minha Casa Minha Vida porque, meu querido, eu fiz este programa desde o início. Na época do presidente Fernando Henrique, não houve um programa deste porte. A última vez que houve um programa deste porte foi com o Banco Nacional de Habitação (o BNH, que existiu de 1965 a 1986). Do BNH pra cá, você não teve nenhum programa maciço de criação e construção de casas populares", comparou a presidenta.

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Dilma Rousseff
"No governo passado (FHC) - prosseguiu a presidenta - talvez pela crise do Estado, talvez por convicção, não se podia nem se cogitava conceder subsídios (à habitação). E não há como fechar a conta. Se você ganha até R$ 1.600,00 mensais não há como você sustentar sua família de três filhos e pagar uma casa ou um apartamento de dois quartos, sala e cozinha, que custam R$ 75 mil em algumas cidades".

"Não estou (em campanha), sabe por quê? Porque eu tenho obrigação durante 24 horas por dia de dirigir o Brasil. É impossível qualquer desvio dessa rota. Talvez a única pessoa que não tem interesse nenhum em discutir o processo eleitoral na metade do seu governo seja eu", analisou a chefe do Estado. A presidenta foi questionada, ainda, se a economia pode atrapalhar sua reeleição.
 
Há quem torça para as coisas darem errado no Brasil


"Tem tem muita gente que torcendo para o Brasil dar errado", respondeu."É só você olhar". Perguntada se um deles seria o senador-presidenciável tucano Aécio Neves (PSDB-MG), a presidenta afirmou: "Não perguntei para ele, meu querido, aí é sua função".  A presidenta Dilma voltou a falar sobre os "pessimistas", lembrando as previsões sobre racionamento de energia feitas no final de 2012.

"Eu estava desfrutando meus seis dias de descanso, feliz da vida, e eis que eu olho no jornal o seguinte: 'vai ter racionamento no Brasil'. Quero avisar a vocês que como estou velha nessa atividade, já vi falar que ia ter racionamento no Brasil em 2006, 2007, 2008 e 2009. Agora voltaram em 2013. É uma absoluta irresponsabilidade e absoluto pessimismo e joga contra os interesses do país dizer que vai haver racionamento quando não vai".

A presidenta falou aos jornalistas em uma cerimônia marcada pela informalidade, quebra de protocolo e som das caxirolas - a abertura da exposição "O olhar que ouve", que reúne pinturas e instalações do artista baiano Carlinhos Brown. A mostra fica aberta para o público até o dia 26 de maio no andar térreo do Palácio do Planalto, com entrada franca.
Fonte: blog do Zé Dirceu.

(Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr)

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