Em países como Paquistão e Afeganistão, o horror é diário.
Você vai ver milhões de vezes as imagens da lastimável tragédia da Maratona de Boston.
As emissoras de televisão vão passar as cenas durante muitos dias, e novos detalhes trarão dor, choque e raiva.
O que ocorreu é um horror. É uma desgraça. É um absurdo.
Cada vítima tem que ser lamentada e para sempre lembrada nos esforços pela paz mundial.
E que as famílias encontrem forças para seguir adiante.
Mas não se esqueça das pessoas que, longe dos holofotes, longe de todos nós, vivem esta situação pavorosa não ocasionalmente – mas todos os dias.
As mortes lá se acumulam o tempo todo: crianças, mulheres, velhos.
Em países como o Paquistão e o Afeganistão, a morte é precedida pela visão aterrorizante de aviões não tripulados que sobrevoam cidades e aldeias quase que ininterruptamente antes de soltar bombas que matam 50 civis para cada terrorista.
Lamente, lamente muito, os acontecimentos de ontem em Boston.
Mas reserve um pouco de sua justa indignação para os mortos invisíveis que estão tão longe de você e das emissoras de televisão.
É possível que, se não fosse tanta a brutalidade vivida cotidianamente naquelas terras tão devastadas, não tivéssemos agora que nos amargurar com as imagens de Boston que veremos tantas vezes nestes dias.
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