O julgamento popular de Margaret Thatcher
Muita gente comemorou sua morte, e ninguém chorou.
Abaixo, você pode ler a essência da manifestação de Morrisey, cantor do Smiths, à morte de Thatcher.
Cada movimento que ela fez foi marcado pela negatividade.
Ela odiava os mineiros, ela odiava as artes, ela odiava os pobres, ela odiava o Greenpeace e os todas as entidades de proteção ambiental.
Ela deu a ordem para explodir o Belgrano já quando o navio argentino estava se afastando das Malvinas. E quando os meninos argentinos a bordo do Belgrano sofreram uma morte terrível e injusta, Thatcher deu o sinal sinal de positivo para a imprensa britânica.
Ela odiava feministas ainda que tenha sido graças a elas que o povo britânico aceitou que um primeiro-ministro pudesse realmente ser do sexo feminino.
Thatcher era um horror sem um átomo da humanidade.”
Quanto a mim: sabia, evidentemente, que Thatcher era uma figura que dividia os ingleses.
Mas não imaginava, até ver as reações a sua morte aqui na Inglaterra e em outras partes do Reino Unido, quanto o ódio que ela despertou suplantava o amor e a admiração.
Horas depois do anúncio da morte, enfrentaram-se em Manchester os dois times locais, o United e o City.
Não houve minuto de silêncio. A torcida teria devastado o tributo.
Em Liverpool, os torcedores cantavam em comemoração à morte de Thatcher. Numa tragédia em que morreram muitos torcedores no estádio do Liverpool nos dias de Thatcher, a polícia acusou a torcida local – erradamente, como se veria depois.
Thatcher condenou a torcida e apoiou a versão falaciosa da polícia. Jamais foi perdoada.
Em Glasgow, uma multidão foi às ruas celebrar a morte. Os escoceses acham que foram tratados como subespécies por Thatcher.
No twitter, o congressista George Galloway lembrou que ouviu Thatcher chamar Mandela, no Parlamento, de “terrorista”. (Alguém disse que houve justiça poética em Mandela, tão combalido, ter sobrevivido a ela.)
“Que ela arda no inferno”, disse Galloway, sob numerosas manifestações de apoio e poucas de protesto. Alguém pediu respeito a Galloway.
A melhor maneira de mostrar respeito hoje é esta, respondeu Galloway – e postou um link que ia dar no seu partido, chamado exatamente Respeito.
Fora da galhofa, Galloway disse algo que merece reflexão.
Ele comparou a reação à morte de Thatcher com a reação à morte de Chávez, um mês atrás.
O povo não é bobo.
Thatcher fez um governo dos ricos, pelos ricos e para os ricos.
Chávez governou para os pobres.
O reconhecimento da voz rouca das ruas — vital para o que vai ficar registrado para a posteridade nos livros – irrompe com potência sublime e comovedora na morte de pessoas públicas.
É a aprovação definitiva, ou a reprovação, ou a indiferença.
Chávez foi amplamente aprovado, como gritaram as filas de catorze horas formadas por venezuelanos desesperados por vê-lo pela última vez em Caracas – num lamento épico e histórico protagonizado não pelo Comandante, mas pelos excluídos ao longo da história por uma elite corrupta e predadora controlada pelos Estados Unidos.
Thatcher foi reprovada.
Abaixo, você pode ler a essência da manifestação de Morrisey, cantor do Smiths, à morte de Thatcher.
Cada movimento que ela fez foi marcado pela negatividade.
Ela odiava os mineiros, ela odiava as artes, ela odiava os pobres, ela odiava o Greenpeace e os todas as entidades de proteção ambiental.
Ela deu a ordem para explodir o Belgrano já quando o navio argentino estava se afastando das Malvinas. E quando os meninos argentinos a bordo do Belgrano sofreram uma morte terrível e injusta, Thatcher deu o sinal sinal de positivo para a imprensa britânica.
Ela odiava feministas ainda que tenha sido graças a elas que o povo britânico aceitou que um primeiro-ministro pudesse realmente ser do sexo feminino.
Thatcher era um horror sem um átomo da humanidade.”
Quanto a mim: sabia, evidentemente, que Thatcher era uma figura que dividia os ingleses.
Mas não imaginava, até ver as reações a sua morte aqui na Inglaterra e em outras partes do Reino Unido, quanto o ódio que ela despertou suplantava o amor e a admiração.
Horas depois do anúncio da morte, enfrentaram-se em Manchester os dois times locais, o United e o City.
Não houve minuto de silêncio. A torcida teria devastado o tributo.
Em Liverpool, os torcedores cantavam em comemoração à morte de Thatcher. Numa tragédia em que morreram muitos torcedores no estádio do Liverpool nos dias de Thatcher, a polícia acusou a torcida local – erradamente, como se veria depois.
Thatcher condenou a torcida e apoiou a versão falaciosa da polícia. Jamais foi perdoada.
Em Glasgow, uma multidão foi às ruas celebrar a morte. Os escoceses acham que foram tratados como subespécies por Thatcher.
No twitter, o congressista George Galloway lembrou que ouviu Thatcher chamar Mandela, no Parlamento, de “terrorista”. (Alguém disse que houve justiça poética em Mandela, tão combalido, ter sobrevivido a ela.)
“Que ela arda no inferno”, disse Galloway, sob numerosas manifestações de apoio e poucas de protesto. Alguém pediu respeito a Galloway.
A melhor maneira de mostrar respeito hoje é esta, respondeu Galloway – e postou um link que ia dar no seu partido, chamado exatamente Respeito.
Fora da galhofa, Galloway disse algo que merece reflexão.
Ele comparou a reação à morte de Thatcher com a reação à morte de Chávez, um mês atrás.
O povo não é bobo.
Thatcher fez um governo dos ricos, pelos ricos e para os ricos.
Chávez governou para os pobres.
O reconhecimento da voz rouca das ruas — vital para o que vai ficar registrado para a posteridade nos livros – irrompe com potência sublime e comovedora na morte de pessoas públicas.
É a aprovação definitiva, ou a reprovação, ou a indiferença.
Chávez foi amplamente aprovado, como gritaram as filas de catorze horas formadas por venezuelanos desesperados por vê-lo pela última vez em Caracas – num lamento épico e histórico protagonizado não pelo Comandante, mas pelos excluídos ao longo da história por uma elite corrupta e predadora controlada pelos Estados Unidos.
Thatcher foi reprovada.
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