Do Brasil 247
Ex-presidente Lula participou do lançamento do programa 'Cruzada Nacional Contra a Fome' ao lado do presidente mexicano Enrique Peña Nieto; "É possível erradicar a fome no mundo, mas precisamos de governos comprometidos com os pobres", discursou o brasileiro, cuja presença causou incômodo em oposicionistas locais; marqueteiro disse que Lula "vende no México o programa 'Fome Zero' como franquia", e que teria cobrado US$ 300 mil para se apresentar; Instituto Lula assegura, no entanto, que ex-presidente não recebe cachês para participar de eventos políticos
19 DE ABRIL DE 2013 ÀS 17:43
247 - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta sexta-feira do lançamento do programa "Cruzada nacional contra a fome", do governo mexicano. Lula discursou no evento de lançamento ao lado do presidente Enrique Peña Nieto, com quem também visitou moradias e equipamentos agrícolas em Chiapas, onde conheceu artesãs locais.
A presença de Lula causou incômodo aos oposicionistas do governo local. Segundo o cientista político e marqueteiro Luis Costa Bonino publicou em seu perfil no Twitter que Lula "vende no México o programa 'Fome Zero' como franquia", dizendo que Lula cobra US$ 300 mil por "apresentação.
O Instituto Lula, por meio de sua assessoria de imprensa, rechaçou com veemência essa acusação. A afirmação oficial é que o ex-presidente não recebeu e nunca recebeu cachês para participar de eventos políticos. Lembram os auxiliares de Lula que a luta contra a fome é uma preocupação de primeira hora do ex-presidente. Os únicos casos em que ele cobra para fazer palestras, assim como faz, por exemplo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ocorrem em eventos patrocinados por empresas privadas.
Durante o evento de lançamento, Lula disse que "sim, é possível erradicar a fome no mundo". "Os ricos não precisam dos governos, quem precisa são os pobres do mundo. No Brasil, em dez anos, pudemos tirar da pobreza 33 milhões de pessoas. Geramos 19 milhões de empregos formais", discursou, reafirmando: "Sim, é possível erradicar a fome no mundo, mas precisamos de governos comprometidos com os pobres".
O ex-presidente destacou que o Brasil aumentou o crédito de 25% para 50% do PIB, destacando que "os pobres não têm bens materiais para oferecer como garantia". "O único patrimônio que têm em seu nome é sua honra. Mas os pobres pagam, porque não gostam de dever. Enquanto isso, muitos ricos não têm problema em fazer dívidas", disse.
"Falta de vergonha"
Segundo Lula, "a fome existe por falta de vergonha dos governantes mundiais, que não se preocupam com os pobres". Destacando que seus programas sociais geraram críticas da oposição ao seu governo no Brasil, Lula fez um pedido a Peña Nieto: "os pobres confiam em você, não lhes falte".
Em sua vez de falar, Peña Nieto agradeceu o "respaldo" de Lula à 'Cruzada contra a fome', que, segundo ele, também tem servido de munição para a oposição local. Segundo ele, as críticas vieram daqueles que "se preocupam com política e eleições". "A nós, pelo contrário, nos preocupa acabar com a fome". "Queremos que os 7,5 milhões de mexicanos que sofrem com a fome possam reverter esse cenário, e queremos lhes garantir dignidade social", completou.
"Meu governo começou uma cruzada nacional para acabar com a fome", destacou o presidente mexicano, dizendo que Lula obteve sucesso no Brasil, tirando 33 milhões da situação de fome. "Da Silva, não vou levá-lo para um passeio turístico, quero que você conheça uma realidade onde ainda há atraso social e fome", disse o presidente mexicano, anunciando a viagem que os dois fariam a Chiapas.
Peña Nieto diria, para finalizar, que "acabar com a fome é e seguirá sendo a prioridade permanente do governo", convocando o "esforço de todos os mexicanos para ajudar aqueles que precisam".
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