Com a vitória de Eduardo Cunha para a presidência da Câmara, volta-se a se insistir no assunto impeachment.
Até
o Ives Granda, pondo em risco a credibilidade na própria coerência,
chega a alegar que seria possível mesmo a um governo ilibado, mas onde
ocorressem escândalos como os da Petrobras.
E
fala com a desfaçatez ou insensatez de quem ignora que os chefes e
agentes que montaram o esquema de desvios da Petrobras foram
introduzidos ou galgaram seus postos na empresa ao longo do governo FHC.
Como se ignorasse que quem investiga o esquema é a Polícia Federal
desse mesmo governo ao qual sugere a possibilidade de um pedido de
impeachment.
Como se pode conferir neste link: Saudade do FHC ? Veja o que a BBC fez com ele ..., nem o
repórter da BBC, lá de Londres, ignora que governos brasileiros
anteriores, foram incalculavelmente mais omissos e justificaram
infinitamente mais o impeachment sugerido por Granda num contundente
assomo de falta de memória.
Não
é tão fácil pôr em dúvida a integridade de um Ives Granda, quanto se
pode questionar a de um Sérgio Moro que promove vazamentos seletivos à
Mídia de processos em segredo de Justiça. Afinal Ives Granda tem um
histórico bem distinto do de Moro e esposa que além de comprovadamente
atuarem em defesa de políticos tucanos, também atuam profissionalmente
em defesa de interesses de multinacionais petroleiras.
Será
que Granda viu na eleição de Eduardo Cunha a ampliação da possibilidade
do retorno da direita com a qual se alinha ideologicamente? Pode ser,
mas como um jurista tão perspicaz se esquece de que contra Eduardo Cunha
correm nos tribunais mais de duas dezenas de processos gravíssimos,
além de também pesar significativas referências entre as delações
premiadas do mesmo escândalo que prejulga suficiente para a
possibilidade de pedido de impeachment?
Teria se esquecido da sucessão de Joaquim Barbosa por Lewandowsky?
Nessa
altura de sua carreira, com qual direita se identifica Ives Granda? Com
a megalomaníaca de Fernando Henrique Cardoso, achincalhada por seu
próprio esteio entre as comunidades das nações como ocorreu na ocasião
documentada por este link: FHC deu vexame internacional e levou sermão de Bill Clinton
Ou
com a de José Serra, fartamente documentada por Amaury Jr. no livro “A
Privataria Tucana”, nacionalmente ridicularizada por “bolinhas de
papel”, e que serviu de chacota até para crianças como aqui se
demonstra: Aula de matemática com o Prof. José Serra - YouTube
Será com a direita alucinógena de Aécio Neves, sob risco de ter de responder as investigações da polícia civil de seu estado: A atriz Tássia Camargo conversa com Lucas Gomes Arcanjo
Não!
Não dá para acreditar que Ives Granda tenha se vendido, mas então por
que soma-se aos reles golpistas que infestam a história do país desde
que a elite vagabunda se uniu para derrubar Pedro II por causa da
abolição da escravatura e instituiu uma república que manteve o Brasil
no atraso feudalista até a revolução de 30?
Em
1964 essa mesma elite retorna ao poder para nos jogar no período
nazifascista de nossa história, sucedido por um neoliberalismo de
pretensa democracia onde governos mantidos por uma Mídia mercenária
venderam na bacia das almas as riquezas construídas pelo povo brasileiro
ao longo dos governos populares de Getúlio Vargas, Juscelino Kubistchek
e João Goulart.
Dom
Pedro II não foi um governante de esquerda. Tampouco Getúlio Vargas ou
Juscelino Kubistchek. Apesar de defender reformas de base de cunho
socialista, o fazendeiro João Goulart só era considerado de esquerda
pela direita histérica que via comunismo até na calcinha pendurada no
varal da vizinha. Mas quem viveu naqueles tempos haverá de lembrar que
apesar dos vendilhões da pátria como Carlos Lacerda, saudosamente
evocado por seu discípulo FHC, então existia também no Brasil uma
direita digna e honesta.
Uma
direita decente como aquelas que construíram grandes economias e formou
sociedades como a do Japão, da Alemanha, do Reino Unido e outros países
da Europa ou os Estados Unidos que apesar de seus desníveis e defeitos
nunca foram governos tão degradantes quanto os das elites, dos coronéis,
da política café-leite. Não foram tão iníquas e tirânicas quanto a dos
esquadrões da morte, das torturas, da censura, do exílio, morte e
desaparecimentos políticos. Não foram tão saqueadoras e piratas quanto
as que repassaram a Vale do Rio Doce pelo valor de seu faturamento
anual. Nem tão vergonhosas aos seus cidadãos quanto o que se demonstrou
no programa jornalístico de maior audiência na Inglaterra ou em
encontros de lideranças internacionais como aquele em que tomamos pito
de Bill Clinton.
Já
tivemos personalidades bem maiores e mais dignas na direita brasileira,
mas com quem Ives Granda se identifica agora? Com aqueles tantos que
por uma maior exposição na desacreditada Mídia brasileira saem a
especular sobre medidas evidentemente prejudiciais à população, à
história, ao futuro e ao presente do país?
Para
haver equilíbrio político/ideológico em uma nação ambos os lados são
imprescindíveis e para isso precisamos reconstruir aquela direita digna,
decente, honesta. Urge reinventá-la para a manutenção do sucesso das
classes empresariais, manutenção do sucesso da indústria e do comércio,
da economia nacional.
Se
foi um líder de esquerda quem nos resgatou do mais crítico momento
sócio/econômico de nossa história quando fomos ao fundo do poço da
dívida externa, das reservas do tesouro nacional, assistindo pela janela
dos ônibus e automóveis as levas de desabrigados e desempregados que
erravam sem rumo pelas beiras de estrada, famílias atiradas para debaixo
dos viadutos, submetidos ao maior descrédito internacional; nem por
isso podemos nos acomodar na crença de que apenas os políticos de
esquerda sejam capazes de construir países e sociedades justas e
economias estáveis. Precisamos também da visão e previsão dos políticos
de direita, mas evidentemente não daqueles que nos levaram àquela tão
drástica e mundialmente vergonhosa condição de subserviência como
maiores devedores internacionais. Condição inadmissível para um país do
nosso tamanho com nossos potenciais naturais e as possibilidades de
nosso povo.
O
Brasil precisa, sim, de uma direita. De uma nova direita que retome os
ideais de grandes nomes que já povoaram a história dessa linha
ideológica e política. Embora, hoje, muitos acreditem nunca terem
existido nada de interesse pátrio na direita brasileira, nomes a serem
exaltados já foram tantos que relacioná-los aqui seria fastidioso.
O
período da Ditadura Militar eliminou muito do que havia de melhor entre
a esquerda brasileira, mas pior foi o mal que praticou contra a própria
direita brasileira, praticamente extinguindo aí a coerência, a
inteligência, a dignidade. Aí quase que só sobraram piratas,
saqueadores, corretores de negociatas fraudulentas, arautos de
escândalos, mentiras, portas vozes de falcatruas, falsificadores,
oportunistas e demagogos chinfrins. E o sumo disso tudo, a versão
brasílica dos mercenários, sempre são os golpistas.
Sobretudo
para evitar, para barrar, para acabar e extinguir com essa praga que
por toda nossa história sempre nos colocou na condição de vassalos de
impérios e especuladores estrangeiros, precisamos de uma direita real,
forte e digna. Uma direita que se imponha impedindo o golpismo, uma
direita anti golpista e legalista como a de Rui Barbosa ou do Marechal
Teixeira Lott.
Uma
das poucas esperanças de retomada da perdida dignidade da direita
brasileira era o nome de Ives Granda, mas agora que pela Folha de São
Paulo recorre a artigos e itens para construir teses golpistas de
impeachment, claramente desrespeitando a vontade popular expressa nas
urnas há menos de um trimestre, é de se perguntar qual a esperança de
alguma racionalidade entre essa direita que se comporta como matilha de
cães insanos?
Ou será uma manada ansiosa por abismos?
Qual
abismo? É só clicar em cada link dos abaixo relacionados para
reconhecer pra onde poderemos ser arrojados pelos golpistas que tanto se
esforçam para cavar um impeachment contra a vontade da maioria do povo
brasileiro. Mas se até ao Ives já falta, quem da direita brasileira será
capaz de reconhecer que mundialmente se vive o pior e mais burro
momento para o golpe que pretendem:
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