Globo vai fazer cobertura desde cedo pra levar mais gente aos atos de domingo
Escrito por: Renato Rovai
Fonte: Blog do Rovai
Fonte: Blog do Rovai
A direção de jornalismo da Globo já teria informado que vai usar o Globo Notícia para criar um clima mais quente da cobertura.
A direção de jornalismo da Globo já convocou jornalistas para fazer
cobertura ao vivo dos atos desde o domingo cedo. E já teria informado
que vai usar o Globo Notícia para criar um clima mais quente da
cobertura.
O Globo Notícia, para quem não sabe exatamente do que se trata, é
aquele expediente que a emissora que apoiou o golpe de 64 utiliza em
momentos raros. No meio da programação surge aquela musiquinha em clima
de emergência e algum âncora de plantão narra a notícia grave.
Foi assim, por exemplo, na morte de Tancredo, que aconteceu num domingo, em meio a um Fantástico.
A Globo não faz isso em eventos.
Mas já fez algo bastante semelhante em 20 de junho de 2013, quando exibiu flashes dos protestos desde às 15h45.
Naquele dia, a Globo deixou de transmitir a Copa das Confederações,
porque a a Fifa não permitia interrupções nas transmissões dos jogos.
Surpreendendo a muitas pessoas (não a este blogueiro), a Globo ainda
decidiu priorizar a transmissão dos protestos e não transmitiu as
novelas Flor do Caribe e Sangue Bom.
Os âncoras e repórteres ficavam defendendo os protestos e anunciando a
chegada de milhares de pessoas à Paulista. A Globo News chegou a colocar
três protestos simultaneamente na tela.
Às 19h30, o Homer, digo o Bonner, substituiu Patrícia Poeta na narração
do ato e anunciou o início do Jornal Nacional uma hora mais tarde (no
horário de costume) sem escalada de manchetes.
A Globo e seus repórteres focaram a cobertura do ato destacando a
rejeição a PEC 37. Como se todos que estivessem na Paulista naquele dia
tivessem ido com aquele objetivo.
Ao convocar seus repórteres para fazer essa cobertura no domingo a
Globo vai buscar levar mais gente aos atos. É claramente essa a
estratégia. E, claro, vai chamar o ato buscando destacar o movimento
pró-impeachment de Dilma.
Se o governo não fizer nada contra isso, estará aceitando que a Globo lidere uma tentativa de golpe midiático.
Em abril de 2001, Gustavo Cisneros fez exatamente isso na Venezuela. E
além da cobertura-convocatória ao vivo das manifestações, surgiram
cadáveres atingidos por franco-atiradores.
Esse blogueiro tem ojeriza a alarmismo, mas os responsáveis pelo
jornalismo da Globo sabem exatamente onde a entrada de uma concessão
pública com a força de audiência da emissora pode fazer as coisas
chegarem.
E se faltava algum ingrediente para as manifestações de domingo ligarem
o alerta máximo. Essa provocação da Globo é a gota d´água.
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