Luiz Carlos de Freitas: Mercadante apoia Alckmin, Neca Setubal critica
Por que no te callas, Mercadante?
Publicado em 20/11/2015
por Luiz Carlos de Freitas, no Avaliação Educacional, sugestão do Ítalo Agra
Mercadante, Ministro da Educação, perdeu uma ótima oportunidade para ficar calado, ao lavar as mãos ante a luta dos estudantes de São Paulo para barrar a reorganização privatista de Alckmin:
“Em audiência no Senado, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse que a medida tomada pelo governo paulista ao separar os alunos por faixa etária é “recomendável” do ponto de vista pedagógico, mas que a transferência exige cautela.”
“Questionado, Mercadante disse que não se sentia confortável “em falar da rede alheia”, que é comandada pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB-SP), mas defendeu que a educação deve ser uma questão “suprapartidária”.
Sim, mas aí, ele já tinha falado. O complemento adicionado, só piorou, pois mostra sua concepção idealizada de educação suprapartidária. Revela o grau de submissão das ideias às conveniências do dia-a-dia da política mal feita.
O suprapartidarismo na educação fragiliza as lutas contra a privatização da educação pública e contra a destruição do magistério. Em um momento em que estamos com um dos maiores movimentos contra a política de Alckmin liderado pelos estudantes, a fala do ministro é absolutamente inconveniente.
Em contraposição, o CENPEC, liderado por Maria Alice Setubal que apoiou Marina nas últimas eleições, objeto de crítica ferrenha do PT nas últimas eleições, divulgou nota criticando com propriedade a reorganização das escolas em São Paulo.
“A proposta prevê o fechamento de mais de 90 escolas no estado, o que significa redução de custos e de investimentos em educação. Para as famílias, a proposta acarretará em complicada logística com o deslocamento dos filhos para diferentes escolas, prejudicando a organização familiar e, possivelmente, aumentando os gastos com transporte escolar, além da quebra de importantes vínculos afetivos formados com alunos, professores e funcionários das escolas que frequentam. No caso do deslocamento, mesmo em um raio de 1,5 quilômetro (anunciado como a distância máxima entre as escolas), especialmente nos territórios de alta vulnerabilidade, a mudança pode gerar insegurança entre as famílias. Estudos do Cenpec indicam que nesses locais, principalmente as mães, já empreendem grandes esforços para assegurar a educação de seus filhos”.
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