A prisão de Palocci e a fase 2 do golpe
Por Renato Rovai, em seu blog:
Ontem o ministro da Justiça Alexandre Moraes estava em Ribeirão Preto fazendo campanha para o tucano Duarte Nogueira, que não consegue decolar nas pesquisas e é o líder em rejeição na cidade. Comportando-se como um führer, disparou: “Teve a semana passada e esta semana vai ter mais, podem ficar tranquilos. Quando vocês virem esta semana, vão se lembrar de mim”.
No evento, todos entenderam o recado e provavelmente muitos foram informados pelo ministro: o próximo a ser preso pela Lava Jato seria o ex-ministro Antônio Pallocci, ex-prefeito de Ribeirão.
A prisão seria utilizada como trunfo na campanha de Duarte. E como Palocci é figura nacional, como mais uma pá de cal na tentativa obstinada dos setores conservadores de enterrar de vez o PT.
Em qualquer democracia, hoje o país entraria em uma imensa crise. Nenhum ministro do Supremo ficaria calado. Haveria protestos de procuradores, promotores, juízes, advogados. E a mídia repercutiria tudo com imenso destaque. Ao mesmo tempo, no Congresso os discursos contra o vazamento da informação por Moraes abririam uma imensa crise política.
Não haveria como manter o ministro no cargo. E investigações seriam abertas para entender o que ocorrera e verificar se a prisão do ex-ministro havia sido realizada com interesses outros, que não o de cumprir a lei.
Para o golpe judiciário midiático parlamentar isso é peanuts. Não há o que se discutir e a vida vai seguir na nova valsa que embala o país, a valsa do golpe.
Não há mais limite algum quando um ministro da Justiça antecipa a prisão de um adversário político no comício de um aliado. E a ordem se cumpre no dia seguinte.
O rumo das investigações está claramente definido e sua agenda segue interesses eleitorais.
Se Haddad estivesse bem posicionado na eleição de São Paulo, a Lava Jato se voltaria contra ele neste momento. Um ex-tucano disse a este blogue ainda antes da campanha começar que Dória Jr. afirmava que com Haddad não se preocupava, porque pra ele tinha o Moro.
O silêncio do judiciário não tem nada de inocente. A forma como a mídia vai tratar a prisão de Pallocci, idem.
O massacre do PT nas urnas nesta eleição municipal é parte fundamental do golpe, como já escrevi nesse artigo.
E abrirá a porta para sua fase 2, que será muito mais violenta, porque necessitará conter as ruas.
O massacre do PT e de aliados de Lula neste momento é fundamental por isso. Porque o discurso a ser utilizado é de que as ruas são a minoria petista, que deseja inviabilizar o país.
Alexandre Moraes é um dos mais perigosos ministros deste projeto. Ele está no governo não só pavimentando a candidatura de Alckmin à presidência, mas também trabalhando pra ser o candidato tucano ao governo do Estado.
E mais do que isso, buscando articular um novo campo conservador, que mistura interesses difusos e complementares. Um campo que tem pé nas elites, mas conexões com setores populares pois congrega desde amplos setores das igrejas neopetencostais a grupos criminosos, como o PCC.
Moraes não assumiu o ministério da Justiça à toa. Ele é uma pedra importante no xadrez do golpe.
E com ele não tem essa de fazer de conta.
Nos protestos antes da votação do impeachment de Dilma ele passeava em meio aos manifestantes garantindo que 200 pessoas interditassem a Avenida Paulista durante um dia inteiro.
Nos atuais, contra o governo de Temer, que reúnem até 100 mil pessoas, é ele quem dá as ordens pra o pau comer solto.
Palocci não é um santo, mas não é pior do que Aécio, Temer, Serra, Renan, Romero Juca, Eduardo Cunha e tantos outros que foram delatados por diversas vezes na Lava Jato.
Palocci só está indo preso agora porque é do PT. E porque foi um importante ministro de Lula e Dilma.
E Moraes mostrou ao antecipar em discurso isso para seus amigos, quem é que manda nesta bodega.
Ontem o ministro da Justiça Alexandre Moraes estava em Ribeirão Preto fazendo campanha para o tucano Duarte Nogueira, que não consegue decolar nas pesquisas e é o líder em rejeição na cidade. Comportando-se como um führer, disparou: “Teve a semana passada e esta semana vai ter mais, podem ficar tranquilos. Quando vocês virem esta semana, vão se lembrar de mim”.
No evento, todos entenderam o recado e provavelmente muitos foram informados pelo ministro: o próximo a ser preso pela Lava Jato seria o ex-ministro Antônio Pallocci, ex-prefeito de Ribeirão.
A prisão seria utilizada como trunfo na campanha de Duarte. E como Palocci é figura nacional, como mais uma pá de cal na tentativa obstinada dos setores conservadores de enterrar de vez o PT.
Em qualquer democracia, hoje o país entraria em uma imensa crise. Nenhum ministro do Supremo ficaria calado. Haveria protestos de procuradores, promotores, juízes, advogados. E a mídia repercutiria tudo com imenso destaque. Ao mesmo tempo, no Congresso os discursos contra o vazamento da informação por Moraes abririam uma imensa crise política.
Não haveria como manter o ministro no cargo. E investigações seriam abertas para entender o que ocorrera e verificar se a prisão do ex-ministro havia sido realizada com interesses outros, que não o de cumprir a lei.
Para o golpe judiciário midiático parlamentar isso é peanuts. Não há o que se discutir e a vida vai seguir na nova valsa que embala o país, a valsa do golpe.
Não há mais limite algum quando um ministro da Justiça antecipa a prisão de um adversário político no comício de um aliado. E a ordem se cumpre no dia seguinte.
O rumo das investigações está claramente definido e sua agenda segue interesses eleitorais.
Se Haddad estivesse bem posicionado na eleição de São Paulo, a Lava Jato se voltaria contra ele neste momento. Um ex-tucano disse a este blogue ainda antes da campanha começar que Dória Jr. afirmava que com Haddad não se preocupava, porque pra ele tinha o Moro.
O silêncio do judiciário não tem nada de inocente. A forma como a mídia vai tratar a prisão de Pallocci, idem.
O massacre do PT nas urnas nesta eleição municipal é parte fundamental do golpe, como já escrevi nesse artigo.
E abrirá a porta para sua fase 2, que será muito mais violenta, porque necessitará conter as ruas.
O massacre do PT e de aliados de Lula neste momento é fundamental por isso. Porque o discurso a ser utilizado é de que as ruas são a minoria petista, que deseja inviabilizar o país.
Alexandre Moraes é um dos mais perigosos ministros deste projeto. Ele está no governo não só pavimentando a candidatura de Alckmin à presidência, mas também trabalhando pra ser o candidato tucano ao governo do Estado.
E mais do que isso, buscando articular um novo campo conservador, que mistura interesses difusos e complementares. Um campo que tem pé nas elites, mas conexões com setores populares pois congrega desde amplos setores das igrejas neopetencostais a grupos criminosos, como o PCC.
Moraes não assumiu o ministério da Justiça à toa. Ele é uma pedra importante no xadrez do golpe.
E com ele não tem essa de fazer de conta.
Nos protestos antes da votação do impeachment de Dilma ele passeava em meio aos manifestantes garantindo que 200 pessoas interditassem a Avenida Paulista durante um dia inteiro.
Nos atuais, contra o governo de Temer, que reúnem até 100 mil pessoas, é ele quem dá as ordens pra o pau comer solto.
Palocci não é um santo, mas não é pior do que Aécio, Temer, Serra, Renan, Romero Juca, Eduardo Cunha e tantos outros que foram delatados por diversas vezes na Lava Jato.
Palocci só está indo preso agora porque é do PT. E porque foi um importante ministro de Lula e Dilma.
E Moraes mostrou ao antecipar em discurso isso para seus amigos, quem é que manda nesta bodega.
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