Nesse final de 2021, estamos completando 21 meses da pandemia da COVID-19, que infectou 288,3 milhões de pessoas em todo o mundo e causou a morte de 5,5 milhões de pessoas.
É necessário examinar criteriosamente essa mortandade, para evitar que a humanidade venha a passar novamente por catástrofes como essa.
A primeira questão que salta aos olhos é o contraste abismal entre a extensão da tragédia nos países capitalistas e nos países socialistas – China, Vietnã, RPD da Coreia, Laos e Cuba.
No mundo capitalista desenvolvido e subdesenvolvido – que compreende 80% da população mundial – foram infectados pelo coronavírus, até hoje, mais de 285,4 milhões de pessoas (99% do total) e morreram mais de 5 milhões e 400 mil pessoas (99,2% do total).
Em contrapartida, nos países socialistas – que totalizam 20% dos habitantes do planeta – foram infectados apenas 2,87 milhões de pessoas (1% do total) e morreram somente 46 mil pessoas (0,8% do total).
Alguém poderia pensar que o grande número de mortos e contaminados no mundo capitalista se deveu ao atraso e péssimas condições de vida dos chamados países do “Terceiro Mundo”, espoliados há séculos pelas potências ocidentais.
Ledo engano!
Foi exatamente nos países capitalistas mais avançados onde a pandemia contaminou mais pessoas e ceifou mais vidas, a começar pelos Estados Unidos onde – apesar de contar com apenas 4,2% da população mundial – tivemos 55,6 milhões de infectados (19,2% do total) e 847 mil mortos (16% do total).
Lhes segue com o “vice-campeão mundial” o Brasil do presidente “genocida”, que apesar de ter apenas 2,7% da população do planeta, registrou 22,3 milhões de contaminados (7,8% do total) e 620 mil mortos (11,4% do total).
Se somarmos Estados Unidos, Brasil, Grã-Bretanha, Itália, França, Alemanha e Espanha – os principais países capitalistas ocidentais, que têm 11% da população mundial – contabilizamos 120 milhões de infectados (42% do total) e 2,1 milhões de mortos (39% do total).
Como entender a amplitude dessa tragédia nos países capitalistas, em comparação com o que ocorreu nos países socialistas?
A primeira razão está na prioridade que o mundo capitalista deu aos “negócios” e ao “lucro’ das empresas – que continuaram funcionando quase normalmente – enquanto que os países socialistas privilegiaram a vida e a saúde de suas populações, paralisando as atividades produtivas sempre que necessário.
A segunda razão, foi o predomínio nos países capitalistas de uma mentalidade individualista exacerbada e de completa irresponsabilidade social, o que inviabilizou medidas coletivas para controlar a pandemia, como o distanciamento social, o uso de máscaras e a vacinação massiva. Em nome da “liberdade individual”, cada um se considerou no direito de contaminar os demais…
Já nos países socialistas – onde é cultivado um profundo sentimento de responsabilidade social – não só essas medidas de controle da pandemia foram possíveis e eficazes, como ainda se desenvolveu uma ampla solidariedade social, como a compra e entrega de produtos essenciais para as parcelas mais vulneráveis da população. Além disso, o Estado assegurou a subsistência dos trabalhadores que precisaram paralisar o trabalho.
A esse individualismo doentio, somou-se o obscurantismo e o irracionalismo de amplas parcelas da população dessas nações capitalistas-imperialistas, levando inclusive a protestos contra as medidas preventivas e contra a vacinação. Assim, apesar da abundância de vacinas nesses países, um alto percentual da sua população se nega a vacinar-se…
Uma quarta razão foi o desmantelamento dos sistemas públicos de saúde nesses países, em decorrência do “fundamentalismo neoliberal”, que levou à privatização de todos os serviços público e que entregou ao “mercado” – preocupado somente com o “lucro máximo” – a solução dos problemas sociais. E o que se viu foi a completa incapacidade das empresas privadas em enfrentar a pandemia! Um corolário disso, foi a inexistência nos países capitalistas de um planejamento sério e de políticas públicas científicas para enfrentar a pandemia.
Já nos países socialistas, a existência de um Estado forte garantiu o planejamento científico desse enfrentamento à pandemia. A experiência da China socialista é exemplar. Além de bloquear e isolar rapidamente as áreas atingidas pela pandemia – impedindo a sua disseminação a todo o país – passou a ser feita a “busca ativa” dos infectados e de quem havia tido contato com eles, através da testagem massiva, impondo-lhes um rígido isolamento. Toda e qualquer pessoa que chegava ao país precisava fazer quarentena, antes de poder circular no país.
O uso de máscaras, o isolamento social, a higienização das mãos, generalizaram-se. Foram construídos em tempo recorde hospitais específicos para os infectados com COVID-19 e feita uma ampla desinfecção nas áreas onde houve ocorrência da pandemia. O aparato produtivo foi rapidamente direcionado pra a produção de insumos e equipamentos para enfrentar a epidemia (máscaras, testes, respiradores, etc.), inclusive fornecendo-os para todo o mundo.
Por fim, a China fez um esforço concentrado – apoiando-se tanto no sistema público quanto no sistema privado de pesquisas – para desenvolver as suas próprias vacinas contra a COVID-19, declarando desde o início que elas seriam de domínio público e que suas patentes seriam cedidas gratuitamente aos países que quisessem produzi-las.
Como resultado desse esforço planificado, das 38 vacinas que hoje já se encontram nas fases III e IV de testes clínicos no mundo, 14 são chinesas (37%), apesar do país estar em um estágio inferior ao dos países capitalistas em P&D na área de vacinas. Centenas de milhões dessas vacinas chinesas foram fornecidas aos países mais pobres, principalmente da África e Ásia, além do próprio Brasil, onde tanto o IVA da Coronavac quanto da Astrazeneca vêm da China.
Em situação similar está Cuba, que – apesar do cruel e ilegal bloqueio estadunidense, que proíbe suas empresas e as empresas dos países vassalos de vender qualquer insumo ou equipamento médico a Cuba – já desenvolveu cinco vacinas próprias, de alta resolutividade, e já vacinou toda sua população. E agora começou a fornecê-las a diversos países latino-americanos e do Terceiro Mundo.
Fruto disso, dos 4,8 bilhões de vacinas aplicada no mundo, mais de 3 bilhões (62,5%) o foram nos países socialistas.
A pandemia da COVD-19 deixou clara a incapacidade das sociedades capitalistas, mesmo as mais avançadas, de enfrentar com eficácia os grandes problemas da humanidade, algo que os países socialistas – apesar do cerco que sofrem e de suas atuais dificuldades – foram capazes de fazer com grande eficiência.
É mais atual do que nunca a afirmação de Rosa Luxemburgo – SOCIALISMO OU BARBÁRIE!
Raul Carrion – 31.12.21
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