quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

POLÍTICA - A "Carta ao Povo Brasileiro" de DIlma.

“A Carta ao Povo Brasileiro de Dilma Rousseff”

A grande discussão política e econômica que se desenvolve no país, o artigo “A Carta ao Povo Brasileiro, de Dilma Rousseff”, de autoria do professor Pedro Paulo Zahluth Bastos, colocada na plataforma Revista Social e Desenvolvimento, um site dedicado ao debate. A plataforma é alimentada e atualizada por catedráticos de todas as áreas da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e de outros centros de referência acadêmica nacional. Professor associado do Instituto de Economia da UNICAMP e membro do “Fórum 21: Ideias para o Avanço Social”,  Zahluth Bastos desenvolve esse artigo todo na linha da comparação entre a situação econômica vivida pelo país no começo e durante os anos de governo Lula (2003-2010) e este conturbado início econômico do segundo governo Dilma.
Zahluth começa suas comparações destacando que “antes e depois das eleições, a Carta ao Povo Brasileiro, de Dilma Rousseff foi, de fato, oposta à de Lula, mas suas primeiras nomeações eleita surpreenderam quase todos, assim como a meta fiscal anunciada por seu novo Ministro da Fazenda: 1,2% do PIB de acordo com as estatísticas do Banco Central – ou seja, sem descontar investimentos do PAC. Lembre-se que, na Casa Civil de Lula, o desconto de investimentos públicos da meta fiscal foi o motivo central de conflito com o Ministério da Fazenda chefiado por Pallocci.
“Tamanha reviravolta era necessária?”
“Tamanha reviravolta era necessária? Pode ela ser contraproducente, agravando os problemas que quer resolver, particularmente a trajetória da dívida pública? Não parece que a reviravolta fosse necessária”, já conclui o catedrático professor da UNICAMP, para explicar depois: “É verdade que a retórica contra os banqueiros na campanha presidencial apenas aprofundou o desconforto mútuo gerado pela politização da redução da taxa básica de juros e, principalmente, o uso dos bancos públicos para forçar a redução dos spreads dos bancos comerciais em 2012. Alguma reaproximação era esperada, uma vez que o governo Dilma pretende ampliar concessões de serviços públicos e enfrenta tanto grande rejeição entre investidores, quanto oposição no Congresso Nacional e na sociedade disposta a paralisar a administração.”
Zahluth lembra que em 2003 (1º do governo Lula) o risco de um default generalizado da dívida externa privada e o encarecimento trágico da dívida pública denominada em dólares exigia políticas apaziguadoras dos mercados financeiros. “Hoje, contudo, o governo é credor em dólares e boa parte do passivo externo privado, sobretudo em renda variável, é cotado em reais”, distingue o professor ao falar do ano inicial do governo Lula e deste primeiro ano do novo governo da presidenta Dilma.
Para distinguir a situação econômica do país naquele período e agora, Zahluth observa que neste início de 2015 “apesar do déficit em transações correntes, boa parte é financiado com investimento externo direto, e o diferencial de juros continuará muito atraente depois da elevação das taxas de juros nos EUA. O regime de câmbio flutuante é muito melhor administrado do que em 2002″.
“Contração fiscal pode se mostrar contraproducente”
“O pior – acentua Zahluth – é que a contração fiscal (agora) pode se mostrar contraproducente para seu objetivo declarado: evitar a perda do “grau de investimento” (investment grade) junto às desacreditadas agências de classificação de risco (Standard’& Poor’s, Moody’s, Fitch) que autorizam fundos de investimento a aplicarem na dívida pública e reduzem taxas de juros para os vários agentes privados que levantam recursos no exterior. Por quê?”
“Primeiro, porque as condições internacionais são muito diferentes daquelas há 12 anos. Em 2003, o comércio internacional estagnou, antes de crescer perto de 15% a.a. pelos cinco anos seguintes. As exportações brasileiras agregadas para os EUA e União Europeia, contudo, já dobravam em relação a 2002 e decuplicaram em relação a 2001. Também se iniciou em 2003 o boom das exportações industriais para a América do Sul e o boom das exportações de commodities para a China”, compara o professor.
“Nada semelhante – prossegue ele – é provável nos próximos anos. Ao contrário, o excesso de capacidade na indústria mundial deve continuar contendo a produção e as exportações industriais brasileiras, enquanto o preço das commodities deve ser pressionado pela elevação de juros nos EUA e pela desaceleração chinesa.”
Vale a pena, diríamos até ser indispensável a quem participa e se interessa por esse debate nacional, entrar no site Plataforma Social e Desenvolvimento e debater com esse pessoal da UNICAMP – no portal há acadêmicos de outras áreas do país – essas comparações e a situação nacional. Principalmente, se o pessoal do governo se interessar e entrar, também,  na discussão com os que estão expondo suas ideias no portal. Vejam, aqui, no portal Brasil Debate o artigo “A Carta ao Povo Brasileiro, de Dilma Rousseff”, do professor Pedro Paulo Zahluth Bastos.

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