Veja, Época, Lula, Getúlio, Taís Araújo, Justiça e Coxinhaquistão
Por Davis Sena Filho — Palavra Livre
As
capas e o conteúdo de Veja e Época no fim de semana são de uma
miserabilidade humana, de uma perversidade de conotação fascista e de um
mau jornalismo inenarráveis. A intenção não é meramente derrotar o
adversário político, mas, sobretudo, destruí-lo, no que é relativo a sua
moral, conduta e cidadania.
Trata-se
de achincalhe, de linchamento e de imolação da imagem de uma das
personalidades mais conhecidas do mundo político, bem como admirada por
milhões de pessoas, inclusive no exterior por causa de seu profícuo
trabalho à frente da Presidência da República de um País como o Brasil,
lugar onde teve quase 400 anos de escravidão e que luta para ser
civilizado, igualitário e democrático, cujo propósito é dar às pessoas
condições de terem acesso a uma vida de melhor qualidade.
Não
existe nada igual no mundo que se considera civilizado, no ocidente e
no oriente, no que concerne à imprensa de mercado deste País.
Empresários bilionários se mobilizam e propagam suas violências de
extrema direita, diuturnamente, contra a maior liderança política do
Brasil e da América Latina, que deixou o poder com índices de aprovação
maiores do que os de Nelson Mandela, o líder negro sul-africano, que
derrotou o apartheid na África do Sul.
As
capas e os conteúdos de tais pasquins de péssimas qualidades editoriais
são verdadeiros arremedos de matérias, que Veja e Época se
especializaram e as soltaram nas ruas, como se fossem pit bulls ferozes e
vorazes para atacar, impiedosamente, seus adversários trabalhistas e
socialistas, mas tratados como inimigos viscerais desde 1930 quando
Getúlio Vargas conquistou o poder da República por intermédio de uma
revolução. Uma verdadeira revolução e não uma quartelada de direita,
como o foi o golpe civil-militar de 1964.
Cito
sempre o estadista Getúlio Vargas porque se trata do precursor do
trabalhismo brasileiro, corrente política e ideológica perseguida e
combatida a ferro e fogo pela plutocracia, não somente no Brasil, mas
também no Uruguai e na Argentina, países que também tiveram mandatários
que governaram para a maioria da população, mas foram derrubados do
poder, e, por sua vez, perseguidos, exilados e ameaçados de morte.
Dura
realidade que ocorreu com Getúlio Vargas, que se matou em 1954 e
remeteu o golpe de direita para o ano de 1964. O mesmo massacre político
aconteceu com Leonel Brizola e João Goulart, que, expulsos do País,
amargaram longo exílio. Brizola ficou exilado 15 anos, o exílio mais
longo de um brasileiro, e Jango somente pôde voltar morto da Argentina,
em 1976, para ser enterrado na cidade de gaúcha de São Borja, onde se
encontram os restos mortais de Getúlio, o pai da industrialização do
Brasil e o criador das garantias trabalhistas e sociais do povo
brasileiro, o que o estadista gaúcho chamou de “código de direitos e
carta de emancipação econômica” do trabalhador brasileiro, em discurso
no Estádio de São Januário, no Rio de Janeiro.
Sempre
foi assim no Brasil. A plutocracia, a burguesia e a pequena burguesia
(coxinha de classe média), despolitizada, colonizada e portadora de
complexo de vira-lata historicamente sempre se mobilizaram para impedir
os avanços sociais para barrar a independência do povo brasileiro,
inclusive que ele tivesse acesso à instrução, à informação e ao
conhecimento para se tornar, definitivamente, independente.
Uma
fórmula perversa, sórdida e infame de manter seus privilégios e
benefícios, sendo que cada macaco no seu galho, ou seja, o que é da
plutocracia é da plutocracia, o que é da burguesia nacional é da
burguesia nacional e, por fim, o que é do coxinha de classe média é do
coxinha de classe média, que, aliás, trata-se da pior casta, porque é
ela que fica com as migalhas do sistema capitalista e quando percebeu, a
partir do Governo Lula, que pessoas das camadas mais pobres começaram,
mesmo que timidamente, a ter acesso aos benefícios históricos da classe
média tradicional, ela revoltou-se, rebelou-se e atualmente insulta e
agride todo mundo.
As
virulências acontecem pelas redes sociais e também nas ruas, como
fizeram com Guido Mantega, Eduardo Suplicy, Fernando Haddad, Alexandre
Padilha, dentre outros, que foram insultados por coxinhas ferozes,
intolerantes e analfabetos políticos, que desprezam o Brasil de tal
maneira, que muitas mulheres inquilinas do “Coxinhaquistão” estão a ir
aos Estados Unidos para parir e terem rebentos norte-americanos.
Macaquice
maior não há e nem haverá, pois incomparável e inigualável.... Só que
as coxinhas americanizadas e colonizadas retornam com os recém-nascidos
para o Brasil. E por quê? Porque não são totalmente beócias ou neófitas.
A resumir: não são trouxas, porque ganham dinheiro no Brasil, por meio
de seus negócios ou de seus bons empregos. Todavia, a imbecilidade e a
ignorância são tão descabidas, que o sentimento realmente é o de pena
dessa gentinha tão medíocre e totalmente desprovida de nacionalidade,
sensatez, noção e racionalidade.
São
os pequenos mussolinis de almas nazifascistas, mentecaptos que levam há
décadas lavagens cerebrais das mídias imperialistas de caracteres
hegemônicos e totalitários. Trata-se de grupos sociais que se recusam a
dividir o bolo (renda, riqueza e benefícios), que sempre tiveram acesso,
com a cooperação do Estado.
Beneficiários
do status quo, cujas conquistas sempre vieram em forma de acesso à
universidade pública, à escola particular, ao plano de saúde, à casa
própria via bancos públicos, automóveis, eletroeletrônicos, viagens,
bolsas de estudo, shopping, cinema, restaurante, aeroportos, além do
“sonho” idiota e ridículo, porém, sectário, presunçoso e preconceituoso,
que é o de se considerar parte da “American way of life”.
Contudo,
dentre os preconceitos, o de racismo se torna o mais tangível a essa
gentalha de direita e racista, de moral pequena e extraviada, como
ocorreu agora com a atriz negra, Taís Araújo. A artista foi
impiedosamente e cruelmente insultada por ser negra e, diga-se de
passagem, uma mulher bela, talentosa, vitoriosa em sua profissão e vida
familiar. Que Taís Araújo seja redimida e que se faça justiça. Porém,
seria salutar que o bárbaro episódio lhe sirva de aprendizado e que a
atriz se torne mais politizada e consciente de sua condição de
brasileira, mulher, negra e que tem o poder de lutar, por ter
influência, contra o hediondo preconceito racial, que remonta aos tempos
da escravidão.
Trata-se
da burguesia (ricos e média alta) e da pequena burguesia (média
tradicional coxinha) que negam estabilidade política ao País e
reverberam os ataques e as intenções de golpe da direita partidária,
liderada pelo PSDB e pelas mídias mercantis, com a cooperação indevida e
ordinária de setores da Justiça, do Ministério Público e da Polícia
Federal. E o fim desse processo draconiano de desmoralização e
criminalização de lideranças políticas do PT está longe de acontecer.
Quisera
estar enganado, mas a imprensa comercial e privada deste País, um
cartel pertencente a meia dúzia de famílias bilionárias, que não medem
consequências para terem seus interesses políticos e econômicos
concretizados, continuará, até o dia das eleições presidenciais de 2018,
a repercutir todo tipo de acusações, denúncias, mentiras e manipulações
sobre os fatos e as realidades, porque o que importa é derrotar o
ex-presidente Lula, a presidente Dilma, o PT e as esquerdas.
As
capas de Veja é Época são de essência nazifascista. Se o Brasil não
tivesse uma Justiça e um Ministério Público tão vinculados ao status quo
e completamente dedicados a selecionar fatos e acontecimentos para
detonar o Governo Dilma e desconstruir a imagem de Lula, bem como ter a
intenção de prendê-lo, porque o objetivo é fazer com que o Partido dos
Trabalhadores não tenha nunca mais a oportunidade de conquistar o poder
central, seria muito difícil se criar instabilidade política e crise
institucional.
Acontece
que a Justiça, o MP e a PF (grande parte de seus contingentes) são
parceiros da oposição de direita capitaneada pelo PSDB, assim como dos
grandes grupos econômicos midiáticos, que não aceitam a inclusão social
dos brasileiros pobres, que é a maioria da população. Sabotam e boicotam
os programas sociais por intermédio de críticas incessantes pelas
mídias imperialistas dos magnatas bilionários de imprensa e sonegadores
de impostos.
Os
direitistas discordam e por isto são intransigentes quanto ao projeto
de País dos últimos 13 anos, que valoriza a igualdade de oportunidades, a
valorização de empresas públicas, a exemplo da Petrobras e o Pré-Sal,
além de os governos petistas efetivarem uma diplomacia independente e
não alinhada aos Estados Unidos. Os yankees que sempre tiveram e tem
interesses geopolíticos no Brasil, bem como desejam entrar no poderoso
mercado interno brasileiro livre de tarifas e taxas, além de impor a
Alca, que o presidente Lula mandou para o espaço.
O
estadista trabalhista e socialista preferiu fortalecer o Mercosul, a
Unasul, a Caricom e construir uma ponte para um futuro melhor por
intermédio dos Brics e do G-20, blocos poderosíssimos, tanto nos
aspectos populacionais e geográficos quanto no que concerne ao poder
político, econômico e militar dos cinco países, que depois da crise do
capitalismo selvagem e neoliberal de 2008, que empobreceu os
trabalhadores da Europa Ocidental e dos EUA, tornaram-se protagonistas
de uma nova era.
Uma
era que não cabe mais a prepotência, a arrogância e a violência
desmedida de países como os EUA, Inglaterra, França, Alemanha, Japão,
Canadá, dentre outros menores, como a Espanha e a Austrália, que viveram
nababescamente durante décadas, com seus povos a viver em alto padrão
às custas da exploração de riquezas dos países emergentes e pobres, a
impor “camisas de força” a inúmeros povos por intermédio de receitas
econômicas vampirescas e aviadas sordidamente pelos FMI, Bird, OMC e
OMS, que se tornaram infames em suas próprias vilezas, pois assassinos
da autoestima alheia.
Inúmeros
países pagaram suas dívidas externas ou as diminuíram bastante. E eram
essas dívidas que mantinham parte importante do alto padrão dos povos
dos países ricos, que continuam menos ricos, mas ainda ricos e,
indelevelmente, poderosos.
São
estes fatores e realidades, além de outros citados neste artigo, que
estão a levar ao desespero a escravocrata e provinciana casa grande
brasileira — a guardiã colonizada dos países imperialistas. A casa
grande traidora e apátrida, historicamente subordinada e submetida aos
interesses da gringada esperta e descolada, de alma pirata e perversa,
mas que se finge de civilizada, nobre e aristocrata quando colocam seus
reis e rainhas dentro de uma carruagem de luxo para que seus povos,
redondamente equivocados e enganados, se sintam melhores e,
consequentemente, não se revoltem por bancar o luxo dos ricaços, que
deitam, rolam e se locupletam — a rirem da cara de todo o planeta.
E
é exatamente disto que se trata: o domínio dos que são os inquilinos da
ponta da pirâmide social. Prender o ex-presidente Lula não é apenas uma
questão ordinariamente política. É muito mais do que isto. Destruí-lo
moralmente é como se a plutocracia desse um aviso aos que vem de baixo e
querem crescer em busca de igualdade de oportunidades e democracia
real. O aviso é este: “Fique no seu quadrado, porque o dinheiro, as
terras, os meios de produção, a instrução escolar, o poder político, a
Justiça, o MP e as polícias estão submetidos aos nossos interesses. Se
tentar pôr a cabeça de fora, ela será decepada”. Ponto.
É
assim que a banda do establishment, ou seja, do sistema de capitais
toca. Por isto temos capas sórdidas, infames, o jornalismo bandido e de
esgoto da Veja, da Época e da IstoÉ. A violência nas ruas, a
intolerância, as expressões racistas e os preconceitos de classe sempre
estiveram na essência moral e ideológica de parte importante da
sociedade brasileira.
Contudo,
a direita brasileira e os segmentos sociais que a apoiam por votar nela
ou simplesmente convergem para suas ideias e propósitos estão a perder o
controle e, evidentemente, que a sociedade fica dividida e os ânimos
afloram em forma de crise e conflitos, sendo que muitos deles chegam às
vias de fato. É o que tem acontecido no Brasil, mas a oligarquia que
controla os meios de comunicação, os coronéis midiáticos e seus
empregados de confiança se eximem de quaisquer culpabilidades e tocam a
vida como se nada tivesse acontecido, enquanto o País pega fogo e
fascistas do Congresso, do empresariado, da Justiça, do MP e da PF
colocam a mão na massa com o objetivo de não deixar Dilma Rousseff
governar, se possível derrubá-la por meio de um impeachment à moda
paraguaia e, finalmente, destruir, desconstruir e linchar o
ex-presidente Lula para que ele nunca mais ouse sair da pobreza e se
tornar o presidente mais importante da história da República, juntamente
com Getúlio Vargas, dois trabalhistas, e, se tem uma coisa que a
direita, a casa grande, a oligarquia detesta é mandatário trabalhista no
poder, seja quem for e na época que se der.
A
capa de Veja com Lula de presidiário é um acinte, uma molecagem sórdida
e infame da famiglia Civita, que há décadas tenta desestabilizar a
democracia brasileira, bem como conspira para que presidentes de
esquerda sejam derrubados e se edifiquem crises constitucionais sem
precedentes, de forma que a direita brasileira, fascista, violenta e
preconceituosa, continue a se locupletar com o poder do Estado e com as
riquezas do Brasil para ela gastar bilhões lá fora, além de sonegar e
enganar o Fisco, como acontece nos escândalos do HSBC, Zelotes e
Banestado, cuja parte influente do PIB brasileiro está envolvida.
Por
seu turno, a imprensa panfletária e autora do jornalismo bandido e de
esgoto finge que não vê. E mais do que isto: protege a plutocracia e
volta seus canhões para o Lula e o Lulinha, seu filho, que virou alvo de
uma juíza, cujo marido é prefeito do PSDB em Santa Catarina, e de um
promotor do DF, cuja promotoria há anos persegue o líder petista e
inconvenientemente faz política para favorecer a oposição de direita.
Ponto. Sobre a PF, não é necessário falar muito. Trata-se de um órgão
policial criado pela ditadura militar e que até hoje vive na Guerra Fria
e se comporta como uma guarda pretoriana dos interesses da direita
brasileira.
Se
vivêssemos em um País que a Justiça é séria e republicana, os magnatas
bilionários donos da Veja, da Época e da IstoÉ estariam presos ou a
responder processos severos, com multas milionárias. A leviandade dessa
gente é incomensurável e rompe com todos os limites do respeito, da
civilidade e do que é leal e honesto. E por quê? Porque adversários e
até inimigos políticos podem se conduzir a respeitar a democracia e os
direitos garantidos pela Constituição, independente da luta política e
pelo poder.
Como
pode o empresariado de comunicação fazer o que quer e como lhe
aprouver? E juiz, promotor e policial se dar ao direito de se
partidarizar e criminalizar qualquer ação de governo, bem como
judicializar a política? Respondo: pode. E por quê? Porque setores da
Justiça, do MP e da PF são intrinsecamente vinculados ao status quo, ao
sistema capitalista, como ele se apresenta: injusto e explorador. Esses
setores do Estado defendem, antes de tudo, o patrimônio privado e os
interesses da casa grande.
Veja,
Época e IstoÉ se superaram e no momento são as porta-vozes do
verdadeiro e genuíno jornalismo de esgoto, o jornalismo de molecagem — o
jornalismo bandido. Que o digam todos os contraventores da democracia e
do Direito — os áulicos do Coxinhaquistão. É isso aí.
|
Carlos Augusto de Araujo Dória, 82 anos, economista, nacionalista, socialista, lulista, budista, gaitista, blogueiro, espírita, membro da Igreja Messiânica, tricolor, anistiado político, ex-empregado da Petrobras. Um defensor da justiça social, da preservação do meio ambiente, da Petrobras e das causas nacionalistas.
segunda-feira, 2 de novembro de 2015
MÍDIA - Veja, Época, Lula, Getúlio, Taís de Araujo.
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