sábado, 24 de janeiro de 2015

ECONOMIA - Risco de recessão.

Economista vê recessão como inevitável. E analisa resultado do ajuste para trabalhador


GuilhermeMelo_TVT
Guilherme Melo (Foto: imagem TVT)
As medidas econômicas anunciadas nos últimos dias tem deixado muito gente de cabelo em pé. Economistas de diversas linhas vêm tentando prever os resultados da manobra feita pela equipe econômica do novo governo a presidenta Dilma e a população está tentando entender como será impactada por essas medidas. O economista Guilherme Melo, do Centro de Estudos de Conjuntura Política e Economia da UNICAMP, em entrevista a TVT esclarece várias dúvidas sobre essa estratégia da presidenta Dilma, de promover um ajuste fiscal logo no começo de seu 2º mandato.
Para Guilherme, fazer um reajuste fiscal de grandes proporções, como a equipe econômica da presidenta programa é arriscado, principalmente em um momento como este, com a economia já em estagnação. Guilherme enfatiza que o ajuste pode jogar  a economia em uma recessão o que resultaria na perda de todo o circulo virtuoso de aumento de renda e emprego já criado.
“Você está arriscando isto em nome de uma suposta reconquista da confiança dos empresários. Mas não há garantia nem uma que vá haver (a reconquista)”, lembra o economista. Na avaliação de Guilherme o governo faz o ajuste para estimular o investimento e a retomada do crescimento econômico por meio dos empresários.
A força e influência dos economistas do mercado
O economista concebe que este cenário otimista até não afetaria muito a vida do trabalhador, uma vez que o peso do aumentos dos tributos em seu bolso seria compensado pelo aumento na oferta de empregos e melhores salários. O problema, pondera, é que este resultado (aumento de emprego e salários) não é garantido.
O mundo empresarial, lembra Guilherme Melo, não decide seus investimentos a partir de medidas de ajuste como as agora adotadas pelo governo Dilma, mas sim sim pelo volume da demanda que, com o aumento da carga tributária, tende a cair.
Para o economista da UNICAMP, a resposta às medidas tomadas pela equipe econômica se evidencia principalmente na pressão que se verifica por parte do do mercado financeiro. Este culpa a valorização dos salários conquistada pelos trabalhadores nos últimos anos, pelo desequilíbrio da economia. Logo, acreditam ser necessário reduzir o salário e a oferta de empregos no curto prazo. “Infelizmente a força desses economistas (do mercado) é muito grande. Eles tem uma influência enorme na determinação da dinâmica da economia brasileira” completou Melo.
2015 para o trabalhador
Guilherme é pouco otimista ao falar do ano de 2015 para o trabalhador. Segundo ele teremos que nos preparar para um 2015 muito difícil, no qual, provavelmente, teremos uma inflação muito próxima ao teto da meta, exatamente por causa do aumento de impostos que impactará os preços. O economista acredita que teremos um ano com um crescimento muito baixo e possibilidade de uma recessão econômica, o que vai impactar no mercado de trabalho.
Seu otimismo ficou guardado para os anos seguintes a este 2015, quando ele admite melhora na economia caso a aposta da equipe econômica tenha sucesso. “2015 pode ser, com sorte, um inicio de um momento de maior confiança na economia brasileira, o que pode reverter em crescimento para 2016 e 2017”, finaliza.

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