Para acalmar investidores sobre eleição na Grécia, banco dos EUA compara líder de esquerda a Lula
Bank of America Merrill Lynch argumenta que Alexis Tsipras, do Syriza, poderia acelerar reformar estruturais no país europeu
Em meio à tensão gerada pela possível vitória do partido de esquerda
Syriza na eleição grega, marcada para o próximo domingo (25/01),
especialmente nos organismos ligados ao mercado financeiro, o Bank of
America Merrill Lynch em Londres tratou de acalmar seus investidores. A
instituição enviou na última semana um informe aos clientes avaliando
que o medo dos mercados pode não ter fundamento e compara o líder do
Syriza, Alexis Tsipras, ao ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da
Silva.
“Vejamos o ex-presidente do Brasil Lula da Silva (2003-2010), um ex-líder sindicalista de esquerda que demonstrou que o medo dos mercados [em relação a sua ascensão ao poder] era infundado, e agora lhe dão o crédito pela impressionante trajetória econômica do Brasil”, diz o comunicado.
Vitor Sion/Opera Mundi
Alexis Tsipras lidera o Syriza, partido de esquerda favorito às eleições gregas deste domingo
“Embora o ambiente externo da Grécia seja mais complicado, o caso de Lula prova que Tsipras poderia surpreender positivamente de forma semelhante os mercados, acelerando reformas estruturantes”, acrescenta.
No entanto, o banco adverte que a vitória do Syriza pode gerar “volatilidade nos mercados” durante o primeiro semestre do ano, enquanto o eventual governo estiver negociando um novo acordo sobre o pagamento da dívida pública grega, que, estima-se, está equivalente a 177% do PIB (Produto Interno Bruto) do país.
O Syriza lidera as pesquisas de intenção de voto na Grécia, com cerca de 4 pontos percentuais de vantagem em relação ao governista Nova Democracia. No domingo (18/01), o jornal I Kathimerini publicou levantamento em que o partido de esquerda tem 34,5% das preferências, ante 30,2% do principal rival.
Reestruturação da dívida
Quanto à reestruturação da dívida, que é uma das promessas eleitorais de Tsipras, o banco destaca que “os últimos relatórios do FMI apontam a necessidade de uma reestruturação da dívida grega, com um corte de 35 bilhões de euros no cenário base e de 110 bilhões de euros no cenário pessimista. As nossas estimativas estão em linha com o cenário mais pessimista”.
O líder do Syriza defende que a dívida pública da Grécia, de cerca de
322 bilhões de euros (ou R$ 993,5 milhões), é insustentável e que as
metas de pagamento aos credores, estabelecidas pela troika – grupo
formado por Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco
Central Europeu, que detém cerca de 80% da dívida -, são impraticáveis.
Wikicommons
Lula é citado como exemplo de político que conseguiu dobrar o ceticismo dos mercados
“O resto da Europa não quer aceitar demandas pouco razoáveis da Grécia, diante da preocupação que existe sobre o crescimento da popularidade de partidos antieuropeus na Espanha, na Itália e em outros países”, pondera o banco.
‘Grexit’
Os investidores temem o fantasma do ‘Grexit’ – neologismo que se refere à saída da Grécia da zona do euro –, cenário que se criou desde 2010, quando o país se viu obrigado a pedir o resgate financeiro. Voltou à tona em 2012, quando o partido de direita Nova Democracia, do primeiro-ministro Antonis Samaras, venceu a acirrada eleição, mas o Syriza ganhou força.
A expressão, novamente, voltou à pauta com a possibilidade do partido de esquerda ascender ao poder, apesar de Tsipras já ter declarado que quer contribuir para a estabilidade na zona do euro, creditando a Samaras essas especulações com a finalidade de causar medo na população. Estima-se que a economia grega represente 2% do PIB da zona do euro.
“Vejamos o ex-presidente do Brasil Lula da Silva (2003-2010), um ex-líder sindicalista de esquerda que demonstrou que o medo dos mercados [em relação a sua ascensão ao poder] era infundado, e agora lhe dão o crédito pela impressionante trajetória econômica do Brasil”, diz o comunicado.
Vitor Sion/Opera Mundi
Alexis Tsipras lidera o Syriza, partido de esquerda favorito às eleições gregas deste domingo
“Embora o ambiente externo da Grécia seja mais complicado, o caso de Lula prova que Tsipras poderia surpreender positivamente de forma semelhante os mercados, acelerando reformas estruturantes”, acrescenta.
No entanto, o banco adverte que a vitória do Syriza pode gerar “volatilidade nos mercados” durante o primeiro semestre do ano, enquanto o eventual governo estiver negociando um novo acordo sobre o pagamento da dívida pública grega, que, estima-se, está equivalente a 177% do PIB (Produto Interno Bruto) do país.
O Syriza lidera as pesquisas de intenção de voto na Grécia, com cerca de 4 pontos percentuais de vantagem em relação ao governista Nova Democracia. No domingo (18/01), o jornal I Kathimerini publicou levantamento em que o partido de esquerda tem 34,5% das preferências, ante 30,2% do principal rival.
Reestruturação da dívida
Quanto à reestruturação da dívida, que é uma das promessas eleitorais de Tsipras, o banco destaca que “os últimos relatórios do FMI apontam a necessidade de uma reestruturação da dívida grega, com um corte de 35 bilhões de euros no cenário base e de 110 bilhões de euros no cenário pessimista. As nossas estimativas estão em linha com o cenário mais pessimista”.
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“O resto da Europa não quer aceitar demandas pouco razoáveis da Grécia, diante da preocupação que existe sobre o crescimento da popularidade de partidos antieuropeus na Espanha, na Itália e em outros países”, pondera o banco.
‘Grexit’
Os investidores temem o fantasma do ‘Grexit’ – neologismo que se refere à saída da Grécia da zona do euro –, cenário que se criou desde 2010, quando o país se viu obrigado a pedir o resgate financeiro. Voltou à tona em 2012, quando o partido de direita Nova Democracia, do primeiro-ministro Antonis Samaras, venceu a acirrada eleição, mas o Syriza ganhou força.
A expressão, novamente, voltou à pauta com a possibilidade do partido de esquerda ascender ao poder, apesar de Tsipras já ter declarado que quer contribuir para a estabilidade na zona do euro, creditando a Samaras essas especulações com a finalidade de causar medo na população. Estima-se que a economia grega represente 2% do PIB da zona do euro.
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