Na contramão da AL, Brasil vem reduzindo a pobreza sim sr.
A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) divulgou nesta 2ª feira (ontem), seu tradicional relatório anual “Panorama Social da América Latina 2014″, que aponta a estagnação da redução da pobreza na América Latina. Desde 2012, aponta o estudo, 28,1% dos habitantes da região (167 milhões de pessoas) vivem em condições de pobreza.
A estagnação nesse índice, porém, não é unânime. Países como o Brasil apresentaram avanços. Segundo os dados, considerando renda, padrão de vida, acesso a serviços, emprego e proteção social, Brasil, Argentina, Uruguai, Chile e Venezuela foram os que mais reduziram seus níveis de pobreza. Por outro lado, se pegarmos apenas a renda, Paraguai, El Salvador, Colômbia, Peru e Chile registram queda de mais de 1 ponto percentual em seus níveis de pobreza.
O caso do Brasil merece destaque. Pelos indicadores de pobreza da CEPAL que se baseiam na PNAD, em 2005, o índice de pobreza no país atingiu 36,4%. Sete anos depois, em 2013, ele caiu – pela metade! – e chegou a 18%. Em relação aos indicadores da pobreza absoluta, o Brasil passou dos 10,7% da população registrados em 2005 para 5,4% em 2012.Aumentou um pouco em 2013, quando chegamos a 5,9%.
Em estudo apresentando no ano passado, o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) já registrava essa queda. “Entre 2001 e 2013 a taxa de extrema pobreza caiu mais da metade, saindo de 8,1% para 3,1% da população; e a de pobreza caiu quase três vezes, passando de 22,8% para 7,9%”, afirmava o documento do Ministério. Vale destacar que os números da CEPAL diferem dos do MDS porque este trabalha com conceitos do Banco Mundial (BIRD) e da ONU – que consideram, por exemplo, como enquadrado em extrema pobreza alguém que vive com menos de US$ 1,25/dia – enquanto a CEPAL trabalha com outros dados e percentuais.
Brasil precisa mesmo de uma nova geração de reformas
Independente dessa polêmica entre os critérios da CEPAL e do BIRD-ONU, o que conta neste relatório é a posição de vanguarda do Brasil e de nossas políticas e seus efeitos reais sobre a renda e o emprego no país. Mas, não há dúvidas de que é preciso uma nova geração de reformas, começando pela tributária aquino Brasil.
E, também, é preciso uma nova ordem econômica mundial para enfrentar a pobreza não apenas na América Latina, mas no mundo. No nosso continente, os governos progressistas enfrentam um novo desafio: como continuar combatendo a fome e a desigualdade social com a queda do comércio e dos preços internacionais de nossas matérias primas e alimentos, agora inclusive do petróleo e gás?
O desafio exige novas alianças e grande mobilização política e social para fazer avançar reformas estruturais e transformações no próprio comércio e nas finanças mundiais.
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