Quarta, 21 de janeiro de 2015
Em 2016, 1% mais ricos terão mais dinheiro que o resto do mundo
Um estudo divulgado nesta segunda-feira 19 pela ONG britânica Oxfam
afirma que, em 2016, as 37 milhões de pessoas que compõem o 1% mais
rico da população mundial terão mais dinheiro do que os outros 99%
juntos. O relatório tem o objetivo de influenciar as discussões a serem
travadas no Fórum Econômico Mundial (FEM), que reúne os ricos e poderosos no resort suíço de Davos entre 21 e 24 de janeiro.
A reportagem é da CartaCapital, 19-01-2014.
O estudo da Oxfam é baseado no relatório anual sobre a riqueza mundial que o banco Credit Suisse divulga anualmente desde 2010. Na versão mais recente, divulgada em outubro 2014, o Credit Suisse mostrou que o 1% mais rico (com bens de 800 mil dólares no mínimo) detinha 48,2% da riqueza mundial, enquanto os outros 99% ficavam com os 51,8%. No grupo dos 99%, também há uma significativa desigualdade: quase toda a riqueza está nas mãos dos 20% mais ricos, enquanto as outras pessoas dividem 5,5% do patrimônio.
No estudo divulgado nesta segunda, a Oxfam extrapolou os dados para o futuro e indica que em 2016 o 1% mais rico terá mais de 50% dos bens e patrimônios existentes no mundo. "Nós realmente queremos viver em um mundo no qual o 1% tem mais do que nós todos juntos?", questionou Winnie Byanyima, diretora-executiva da Oxfam e co-presidente do Fórum Econômico Mundial. Em artigo publicado no site do FEM, Byanyima afirma que o fórum tem em 2015 o duplo desafio de conciliar a desigualdade social e as mudanças climáticas. "Tanto nos países ricos quanto nos pobres, essa desigualdade alimenta o conflito, corroendo as democracias e prejudicando o próprio crescimento", afirma Byanyima.
A diretora da Oxfam lembra que há algum tempo os que se preocupavam com a desigualdade eram acusados de ter "inveja", mas que apenas em 2014 algumas personalidades como o papa Francisco, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e a diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, manifestaram preocupação com a desigualdade social. "O crescente consenso: se não controlada, a desigualdade econômica vai fazer regredir a luta contra a pobreza e ameaçará a estabilidade global", afirma.
A Oxfam mostra que a riqueza do 1% é derivada de atividades em poucos setores, sendo os de finanças e seguros os principais e os de serviços médicos e indústria farmacêutica dois com grande crescimento em 2013 e 2014. A Oxfam lembra que as companhias mais ricas do mundo usam seu dinheiro, entre outras coisas, para influenciar os governos por meio de lobbies, favorecendo seus setores. No caso particular dos Estados Unidos, que concentra junto com a Europa a maior parte dos integrantes do 1% mais rico, o lobby é particularmente prolífico, afirma a Oxfam, para mexer no orçamento e nos impostos do país, destinando a poucos recursos que "deveriam ser direcionados em benefícios de toda a população".
Para a Oxfam, a desigualdade social não deve ser tratada como algo inevitável. A ONG lista uma série de medidas para colocar a diferença entre ricos e pobres sob controle, como fazer os governos trabalharem para seus cidadãos e terem a redução da desigualdade como objetivo; a promoção dos direitos e a igualdade econômica das mulheres; o pagamento de salários mínimos e a contenção dos salários de executivos; e o objetivo de o mundo todo ter serviços gratuitos de saúde e educação.
A reportagem é da CartaCapital, 19-01-2014.
O estudo da Oxfam é baseado no relatório anual sobre a riqueza mundial que o banco Credit Suisse divulga anualmente desde 2010. Na versão mais recente, divulgada em outubro 2014, o Credit Suisse mostrou que o 1% mais rico (com bens de 800 mil dólares no mínimo) detinha 48,2% da riqueza mundial, enquanto os outros 99% ficavam com os 51,8%. No grupo dos 99%, também há uma significativa desigualdade: quase toda a riqueza está nas mãos dos 20% mais ricos, enquanto as outras pessoas dividem 5,5% do patrimônio.
No estudo divulgado nesta segunda, a Oxfam extrapolou os dados para o futuro e indica que em 2016 o 1% mais rico terá mais de 50% dos bens e patrimônios existentes no mundo. "Nós realmente queremos viver em um mundo no qual o 1% tem mais do que nós todos juntos?", questionou Winnie Byanyima, diretora-executiva da Oxfam e co-presidente do Fórum Econômico Mundial. Em artigo publicado no site do FEM, Byanyima afirma que o fórum tem em 2015 o duplo desafio de conciliar a desigualdade social e as mudanças climáticas. "Tanto nos países ricos quanto nos pobres, essa desigualdade alimenta o conflito, corroendo as democracias e prejudicando o próprio crescimento", afirma Byanyima.
A diretora da Oxfam lembra que há algum tempo os que se preocupavam com a desigualdade eram acusados de ter "inveja", mas que apenas em 2014 algumas personalidades como o papa Francisco, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e a diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, manifestaram preocupação com a desigualdade social. "O crescente consenso: se não controlada, a desigualdade econômica vai fazer regredir a luta contra a pobreza e ameaçará a estabilidade global", afirma.
A Oxfam mostra que a riqueza do 1% é derivada de atividades em poucos setores, sendo os de finanças e seguros os principais e os de serviços médicos e indústria farmacêutica dois com grande crescimento em 2013 e 2014. A Oxfam lembra que as companhias mais ricas do mundo usam seu dinheiro, entre outras coisas, para influenciar os governos por meio de lobbies, favorecendo seus setores. No caso particular dos Estados Unidos, que concentra junto com a Europa a maior parte dos integrantes do 1% mais rico, o lobby é particularmente prolífico, afirma a Oxfam, para mexer no orçamento e nos impostos do país, destinando a poucos recursos que "deveriam ser direcionados em benefícios de toda a população".
Para a Oxfam, a desigualdade social não deve ser tratada como algo inevitável. A ONG lista uma série de medidas para colocar a diferença entre ricos e pobres sob controle, como fazer os governos trabalharem para seus cidadãos e terem a redução da desigualdade como objetivo; a promoção dos direitos e a igualdade econômica das mulheres; o pagamento de salários mínimos e a contenção dos salários de executivos; e o objetivo de o mundo todo ter serviços gratuitos de saúde e educação.
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