O QUE ACONTECE COM O NIÓBIO DO BRASIL?
Para: Raul Longo
Por
que o único produtor de nióbio do mundo exporta esse minério tão
utilizado na informática e nas telecomunicações à preço de banana?
Breve
resumo para que não pegou a conversa desde o começo: meu amigo Miguel
Ângelo enviou um arquivo onde se resume o genocídio promovido pela
Coltan, exploradora do Tântalo existente no Congo. O tântalo é empregado
em celulares e nas telas dos aparelhos eletrônicos de comunicação e
para extraí-lo, além de escravizarem a mão de obra feminina e infantil
instauraram uma guerra civil no Congo que foi considerada pela ONU como a
que produziu mais vítimas civis desde a II Guerra Mundial! Mais do que a
Guerra do Vietnam!
Flávio
Menezes Reis escreveu estranhando a postagem, pois conforme link para
arquivo do Wikipédia que enviou na última década a produção do Tântalo
caiu vertiginosamente em todo o mundo, inclusive Congo.
Subentendi
terem descoberto alguma matéria prima para substituir o Tântalo e fui
pesquisar para saber se não estariam explorando os produtores desse
substituto. Descubro que o substitutivo do Tântalo, inclusive com
algumas vantagens, é o Nióbio. E que estão explorando, sim, o país que
detêm 95% da produção mundial. Por coincidência esse país é o Brasil e a
produção está localizada no Estado de Minas Gerais.
Indignado,
como ficaria qualquer brasileiro, pedi socorro a meus amigos e
correspondentes, solicitando alguma explicação. Vejam aí o que recebi:
Eduardo Bernardes (geólogo, professor da UFBa):
A
história do nióbio foi assunto de uma entrevista que li na Piaui um
tempo atrás. Funciona mais ou menos assim. Preço falso imposto sonegado.
Conivência do governo de Minas. Difícil mudar, mas estamos tentando.Grande abraço
Duda
Edna Della Nina-Montanque:
O
Nióbio é mais um capitulo da obscura história de privatização da Vale,
vendida pelo FH a um grupo incluindo grupos nacionais e hoje fatiada e
distribuída às mesmas multinacionais de sempre. Pois o Nióbio
praticamente só existe aqui - em Catalão (GO), em Minas Gerais e em um outro país. A Vale explora a maior jazida, a de Catalão. Por que
você nunca ouviu falar? Porque aí não poderiam ter privatizado o que
talvez seja uma das poucas coisas corretas feitas pela milicagem que
foi a prospecção de tudo o que há no subsolo do território nacional. A
Vale então, considerado o Nióbio, não seria uma empresa deficitária, mas
altamente lucrativa. Mais ou menos como ter uma jazida de diamantes e
ao invés de dar um anel presentear a jazida inteira! Assim o Nióbio é
pouco divulgado, nenhum repórter vai a Catalão mostrar a maravilha. E
ninguém fica sabendo para onde e a que preço estão vendendo o nosso
subsolo.
Lembro
do meu pai contando que descobriram certa vez uns navios americanos,
mercantes, que gentilmente aceitavam fazer lastro nos seus barcos com
areia de praias amazônicas. Estavam roubando areia monazítica, usada
para extração de urânio.
Agora não precisam roubar; ganharam as nossas empresas e levam pelo preço que querem.
E Ana Amélia Lemos preocupada com os empréstimos que o BNDES dá às empresas. Se preocupa com os anéis e estão levando os dedos. Como mas quem leva é a iniciativa privada de grandes nações capitalistas, então tá tudo bem!
Se
alguém quiser complementar as informações e dar prosseguimento à
conversa, tudo bem! Me incumbo de repassar a todos meus correspondentes.
Abraços!
Nenhum comentário:
Postar um comentário