Nunca antes na história desse país se mentiu tanto com a desculpa de informar
Mauro Donato, Diário do Centro do
Mundo
Estufar o peito e bradar “mídia manipuladora” muitas vezes faz com que sejamos confundidos com adolescentes rebeldes e criadores de mitos.
Mas quando vemos a fotografia da ativista Sininho
(Elisa Quadros Sanzi) inserida por meio de fusão em outra imagem, “recortada” através
de ferramentas como o photoshop como pode ser observado na Veja desta semana,
passamos do mito para o hiper-realismo (a manipulação de imagens, digitalmente ou não, é
amplamente condenada no jornalismo).
Quando vemos que um ato em desagravo ao deputado Marcelo Freixo contou com a presença de vários artistas e lotou o auditório do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ devido às invencionices criadas a respeito do envolvimento do deputado com os autores do disparo de rojão, percebemos que paciência tem limite.
No evento estavam presentes artistas como Caetano Veloso, que
escreve para o Globo (a TV não teve como ignorar e noticiou o ato no Jornal
Nacional desta segunda-feira tendo a lividez cínica de, ao final, dizer que
“entendia o desconforto” de Freixo, mas que “estava segura de que havia cumprido
fielmente seu papel de informar”. Informar? Mentir mudou de
nome?).
Quando vemos a nota tímida, minúscula, quase um rodapé de página, anunciando que um segurança do metrô admitiu que foram funcionários que acionaram os botões “secretos” de emergência que cortaram a energia das estações — e não, como gritavam as manchetes garrafais endossando a versão do governador Alckmin e seu fiel escudeiro Fernando Grella, os “vândalos” de sempre –, comprova-se que existe má fé.
Credibilidade é
tudo, já dizia a campanha publicitária de um determinado jornal que hoje faz
parte desse grupo “orquestrado”, para usar termo tão caro a eles. Se hoje
subestimam a inteligência de seus leitores e pouco se preocupam com o fato de
jogarem no lixo os escrúpulos e o compromisso com a verdade, de que servem? A
quem se destinam? Por quem são financiados, quais os reais interesses na
depredação da honestidade — afinal, o que querem esses imensos black blocs
corporativos? Por que dão destaque a uma manipulação de foto na qual o aparelho auditivo de
Fidel Castro foi deletado (igualmente condenável), mas inserem uma pessoa num
outro cenário que não aquele em que a foto foi realizada?
A tal “mídia manipuladora” soltou suas travas de vez. Perdemos todos, pois o contraponto, o embate saudável é que colabora para um ambiente intelectualmente profícuo, para elucidação de casos, para aceitação das diferenças.
A mentira não colabora em nada."
Estufar o peito e bradar “mídia manipuladora” muitas vezes faz com que sejamos confundidos com adolescentes rebeldes e criadores de mitos.
Quando vemos que um ato em desagravo ao deputado Marcelo Freixo contou com a presença de vários artistas e lotou o auditório do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ devido às invencionices criadas a respeito do envolvimento do deputado com os autores do disparo de rojão, percebemos que paciência tem limite.
Quando vemos a nota tímida, minúscula, quase um rodapé de página, anunciando que um segurança do metrô admitiu que foram funcionários que acionaram os botões “secretos” de emergência que cortaram a energia das estações — e não, como gritavam as manchetes garrafais endossando a versão do governador Alckmin e seu fiel escudeiro Fernando Grella, os “vândalos” de sempre –, comprova-se que existe má fé.
A tal “mídia manipuladora” soltou suas travas de vez. Perdemos todos, pois o contraponto, o embate saudável é que colabora para um ambiente intelectualmente profícuo, para elucidação de casos, para aceitação das diferenças.
A mentira não colabora em nada."
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