Na falta de propostas novas, tucanos tentam ressuscitar Real e FHC como novidade
Uma sessão solene no Senado ontem, oficialmente comemorativa dos 20 anos de implantação do Plano Real, na prática mais um ato de pré-campanha presidencial do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e para mostrar a disposição dos tucanos de usar o legado de FHC na campanha deste ano, deu também a chance de jornalões entrarem descarada e parcialmente na campanha, mostrando de que lado estão.
A 1ª página do jornal O Estado de S.Paulo hoje mais parece a capa de um jornal oficial do PSDB, com a foto principal trazendo o senador Aécio e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e a manchete triunfante: “PSDB diz que País precisa de ‘choque de confiança’”. Como bem ressalta o jornal e a fala dos tucanos participantes do evento, há todo um esforço do PSDB para associar a atual situação do país em 2014 à de 1994.
O próprio ex-presidente FHC, exultante por ver resgatado seu governo nesta campanha, depois de ter precisado praticamente se esconder nas campanhas presidenciais de 2002 e 2006 e de tentarem exilá-lo na de 2010, fala em “desgaste de material”, imagem que usa para dizer que o governo do PT precisa ser substituído por um da oposição – já disse que para ele tanto faz que se eleja Aécio Neves ou Eduardo Campos (PSB).
“Desgaste de material” não é o mesmo dos governos FHC e do PT
Não é bem assim, presidente. O tal “desgaste de material” a que o sr. se refere não é o mesmo, basta comparar os índices que as pesquisas sempre conferiram a seu governo naquele 2002 e nos anos que se seguiram até 2014 e os conferidos aos governos do PT e ao da presidenta Dilma Rousseff agora.
À festa do PSDB compareceu todo o grão-tucanato, menos um dos principais caciques deles, o ex-governador José Serra (candidato a presidente derrotado pelo PT em 2002 e 2010), o que mostra que a unidade tucana que eles propalam em torno da candidatura Aécio por enquanto continua de fachada.
O senador Aécio deixou claro em seu pronunciamento que o legado de FHC a ser usado na campanha não será numérico – aí eles perdem, e enseja comparações, o que não querem -, mas macroeconômico. Assim, vão explorar os velhos chavões tucanos de sempre, a desconfiança do empresariado, o “descontrole de gastos” e propostas de um conjunto de reformas que terá como carro-chefe um projeto de parceria com o setor privado, “para superar gargalos relativos à segurança pública e à mobilidade urbana”.
Artigo de Lula incomodou tucanos
Impressionante o quanto a caciquia tucana, nas entrevistas, estava abalada e se fixou toda em rebater um simples artigo em que o ex-presidente Lula exalta os 11 anos da administração petista, publicado ontem no jornal Valor Econômico. É um artigo comum, igual a tantos outros que o ex-presidente escreve, mas tudo indica que nunca um artigo do ex-presidente incomodou tanto os tucanos quanto este.
“É verdade que o Brasil se tornou competitivo, mas o presidente Lula sempre faz comparações como se a história começasse com ele. Ele disse que a inflação de 2002 era de 12% e agora é de 6%, só que em 2002 (último ano da gestão tucana) a inflação era dele, era o medo do Lula”, disse o ex-presidente FHC. A inflação era do governo FHC, como da gestão dele eram os altos indices de desemprego, as altíssimas taxas de juros, o racionamento de energia em 2001, as duas vezes em que o Brasil quebrou e foi de pires na mão pedir socorro ao FMI….
Por isso fez muito bem a ex-ministra e senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) ao comparecer à tribuna, rebater e por os pingos nos is, nessa história tão propalada pelos tucanos de que o PT só ficou contra o Plano Real, quando na prática, como disse a senadora, coube à gestão “resgatar” os pressupostos da estabilização econômica.
“Essa tendência de desmerecimento (ao PT) não faz jus à postura de Lula e do PT de apoio ao Real nove anos depois (a partir de 2003, início dos governos petistas), de salvar e resgatar o Plano Real, reafirmando os pressupostos macroeconômicos”, destacou a senadora paranaense em seu pronunciamento. Gleisi falou e exemplificou lembrando as armadilhas e ameaças à estabilização deixadas pelo governo FHC: entre outros pontos, inflação e juros altos no fim daquele governo.
Uma sessão solene no Senado ontem, oficialmente comemorativa dos 20 anos de implantação do Plano Real, na prática mais um ato de pré-campanha presidencial do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e para mostrar a disposição dos tucanos de usar o legado de FHC na campanha deste ano, deu também a chance de jornalões entrarem descarada e parcialmente na campanha, mostrando de que lado estão.
A 1ª página do jornal O Estado de S.Paulo hoje mais parece a capa de um jornal oficial do PSDB, com a foto principal trazendo o senador Aécio e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e a manchete triunfante: “PSDB diz que País precisa de ‘choque de confiança’”. Como bem ressalta o jornal e a fala dos tucanos participantes do evento, há todo um esforço do PSDB para associar a atual situação do país em 2014 à de 1994.
O próprio ex-presidente FHC, exultante por ver resgatado seu governo nesta campanha, depois de ter precisado praticamente se esconder nas campanhas presidenciais de 2002 e 2006 e de tentarem exilá-lo na de 2010, fala em “desgaste de material”, imagem que usa para dizer que o governo do PT precisa ser substituído por um da oposição – já disse que para ele tanto faz que se eleja Aécio Neves ou Eduardo Campos (PSB).
“Desgaste de material” não é o mesmo dos governos FHC e do PT
Não é bem assim, presidente. O tal “desgaste de material” a que o sr. se refere não é o mesmo, basta comparar os índices que as pesquisas sempre conferiram a seu governo naquele 2002 e nos anos que se seguiram até 2014 e os conferidos aos governos do PT e ao da presidenta Dilma Rousseff agora.
À festa do PSDB compareceu todo o grão-tucanato, menos um dos principais caciques deles, o ex-governador José Serra (candidato a presidente derrotado pelo PT em 2002 e 2010), o que mostra que a unidade tucana que eles propalam em torno da candidatura Aécio por enquanto continua de fachada.
O senador Aécio deixou claro em seu pronunciamento que o legado de FHC a ser usado na campanha não será numérico – aí eles perdem, e enseja comparações, o que não querem -, mas macroeconômico. Assim, vão explorar os velhos chavões tucanos de sempre, a desconfiança do empresariado, o “descontrole de gastos” e propostas de um conjunto de reformas que terá como carro-chefe um projeto de parceria com o setor privado, “para superar gargalos relativos à segurança pública e à mobilidade urbana”.
Artigo de Lula incomodou tucanos
Impressionante o quanto a caciquia tucana, nas entrevistas, estava abalada e se fixou toda em rebater um simples artigo em que o ex-presidente Lula exalta os 11 anos da administração petista, publicado ontem no jornal Valor Econômico. É um artigo comum, igual a tantos outros que o ex-presidente escreve, mas tudo indica que nunca um artigo do ex-presidente incomodou tanto os tucanos quanto este.
“É verdade que o Brasil se tornou competitivo, mas o presidente Lula sempre faz comparações como se a história começasse com ele. Ele disse que a inflação de 2002 era de 12% e agora é de 6%, só que em 2002 (último ano da gestão tucana) a inflação era dele, era o medo do Lula”, disse o ex-presidente FHC. A inflação era do governo FHC, como da gestão dele eram os altos indices de desemprego, as altíssimas taxas de juros, o racionamento de energia em 2001, as duas vezes em que o Brasil quebrou e foi de pires na mão pedir socorro ao FMI….
Por isso fez muito bem a ex-ministra e senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) ao comparecer à tribuna, rebater e por os pingos nos is, nessa história tão propalada pelos tucanos de que o PT só ficou contra o Plano Real, quando na prática, como disse a senadora, coube à gestão “resgatar” os pressupostos da estabilização econômica.
“Essa tendência de desmerecimento (ao PT) não faz jus à postura de Lula e do PT de apoio ao Real nove anos depois (a partir de 2003, início dos governos petistas), de salvar e resgatar o Plano Real, reafirmando os pressupostos macroeconômicos”, destacou a senadora paranaense em seu pronunciamento. Gleisi falou e exemplificou lembrando as armadilhas e ameaças à estabilização deixadas pelo governo FHC: entre outros pontos, inflação e juros altos no fim daquele governo.
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