Tomas Anael Granados Jimenez
Nações Unidas, 28 out (Prensa Latina) O presidente da Assembléia Geral da ONU, o nicaragüense Miguel d’Escoto, disse hoje que o bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos a Cuba é expressão de “uma obsessão doentia” de Washington contra essa ilha.
“Simplesmente, o governo estadunidense não tolera que exista um lugar como Cuba que se levanta como heroína da solidariedade e defensora de valores que o mundo necessita para a sobrevivência da espécie humana”, disse d’Escoto à Prensa Latina.
O veterano diplomata, político e sacerdote nicaragüense fez estas declarações na véspera da 16ª votação anual na Assembléia Geral de um projeto de resolução contra o bloqueio econômico que os Estados Unidos impõe a Cuba por quase 50 anos.
Essa resolução recebeu no ano passado o apoio quase unânime da Assembléia Geral quando 184 de seus 192 membros votaram a favor de que o governo estadunidense suspendesse essa medida coercitiva contra Cuba.
Para a votação dessa resolução neste ano, que acontecerá amanhã, é esperado um novo apoio abrumador dos membros do supremo organismo da ONU, mas d’Escoto expressou seu desgosto por essa vontade ser sistematicamente ignorada.
“Em qualquer evento, como o tema do bloqueio estadunidense a Cuba, as resoluções da Assembléia Geral são tomadas como simples recomendações sem nenhuma obrigatoriedade”, protestou o ex-chanceler sandinista.
“Em várias ocasiões perguntei de que serve a Assembléia quando votações com maioria abrumadora que refletem os desejos de 95% dos membros da ONU são ignoradas completamente”.
O diplomata nicaragüense falou a respeito que um dos temas em sua agenda de trabalho corresponde a um clamor universal há pelo menos 15 anos como é o fortalecimento da Assembléia Geral como parte do processo de reformas da ONU.
“A partir de sua posição no Conselho de Segurança, os Estados Unidos quis sempre ignorar a Assembléia Geral porque eles têm medo da Assembléia, porque tem medo da democracia”.
Segundo d´Escoto, um dos membros permanentes do Conselho de Segurança que identificou como muito aliado aos Estados Unidos lhe perguntou por que mais democratização da ONU, quando este organismo está baseado no princípio de um Estado um voto.
“Essa é uma pergunta cínica, porque de que servem os votos se não consideram o que acontece no caso do bloqueio estadunidense contra Cuba”, expressou o presidente da Assembléia Geral.
Fonte: Agência Informativa Latinoamericana.
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