terça-feira, 28 de outubro de 2008

ELEIÇÕES AMERICANAS - a teia de aranha eleitoral.

Washington, 27 out (Prensa Latina) Com as eleições primárias de Iowa, em janeiro, começou a disputa eleitoral nos Estados Unidos, país onde um candidato pode receber a maioria do voto cidadão e no entanto não ganhar a presidência da nação.

Assim ocorreu nas eleições de 2000, quando o então candidato democrata Albert Gore teve a seu favor 50 milhões e 996 mil 116 votos, 539 mil e 947 a mais que o candidato George W. Bush, quem, no entanto, ganhou o salão oval.

Similar foi a vitória de John Quince Adams sobre Andrew Jackson em 1824.

Ambos os resultados são obra e graça dos paradoxos do sistema de Colégio Eleitoral, uma relíquia constitucional do século XVIII, ao parecer projetada para que o desenlace na disputa pela Casa Branca seja proveitosa para os interesses do grande capital.

O sistema foi estabelecido no Artigo II, Seção I da Constituição, e nem por isso deixou de ser tema de fortes controvérsias.

Existem 538 votos eleitorais, divididos entre os 50 estados e o Distrito de Columbia.

O número de votos corresponde com a cifra de legisladores que tenha cada território no Congresso federal, tanto no Senado como na Câmara de Representantes.

Cada estado está representado por dois políticos na Câmara Alta, no entanto, seus deputados na Câmera Baixa são determinados pela quantidade de pessoas que residem na localidade, registradas segundo o censo.

Para ser eleito presidente da União, um candidato precisa ao menos da metade mais um dos votos eleitorais, isto é 270.

Na maioria dos estados aplica-se o conceito de “the winner takes it all” (o ganhador leva-lho todo), de maneira que o aspirante que obtenha a maioria do voto popular em um território ganha a totalidade dos votos eleitorais.

As eleições presidenciais são realizadas a cada quatro anos, e coincidem com a renovação de um terço do Senado e com o pleno da Câmara de Representantes, a qual a cada 24 meses submete seus membros a consulta popular.

As eleições gerais realizam-se na terça-feira seguinte à primeira segunda-feira de novembro, no ano da eleição presidencial.

Tal equação significa que se 1° de novembro cair na terça-feira, então nessa data não poderá ser a convocação às urnas e terá que esperar a próxima terça-feira.

O dia da votação não é um chamado “holiday”. Os estadunidenses estão obrigados a cumprir com sua jornada de trabalho, e só podem ir votar nesse horário se forem autorizados por seus patrões ou decidirem não ir ao trabalho.

Se nenhum candidato à presidência obtém a maioria dos votos eleitorais, a Câmara de Representantes deve determinar quem é o ganhador entre os candidatos que tenham obtido mais votos no colégio eleitoral.

Com tal fim, os membros dessa instância congressional votam por estado e a delegação de cada território deposita um voto.

Se nenhum candidato à vice-presidência obtiver a maioria dos votos, o Senado tem que determinar o ganhador entre os dois que tenham obtido mais votos no colégio eleitoral.

O presidente e o vice-presidente prestam juramento e assumem seus cargos em 20 de janeiro seguinte à data da eleição.

No espetáculo eleitoral dos Estados Unidos, além dos candidatos, há outros grandes atores: os partidos políticos, e em especial, o Republicano e o Democrata, bases do esquema bi-partidista que sustenta o denominado “establishment”.

Ambas as organizações realizaram durante seis meses eleições primárias para eleger seus candidatos entre vinte aspirantes, e agora estão imersas na reta final, a só oito dias da votação, na qual os estadunidenses que vão às urnas terão dois "tickets" para eleger.

Um deles, o democrata, estará integrado por Barack Obama como candidato à presidência, e seu vice-presidente, Joseph Biden; enquanto no republicano aparecerão os nomes de John McCain para o Salão Oval e Sarah Palin, como vice-presidenta.

Resumes de pesquisas do site especializado "Real Clear Politics" indicam que Obama ganhará na maioria dos campos de batalha chave destas eleições: Colorado, Ohio, Nevada, Missouri, Carolina do Norte e Virgínia, alguns deles historicamente conservadores.

Os mesmos estudos prevêem que o democrata terá a seu favor entre 280 e 300 votos eleitorais nas eleições, muitos mais dos necessários para ser nomeado Presidente.

Uma sondagem da empresa Zogby difundido neste fim de semana mostrou que Obama supera em nove pontos percentuais seu rival, segundo a intenção de votos.

A consulta indicou que o senador por Illinois conta com 51% de apoio em nível nacional, enquanto o legislador pelo
Arizona tem 42%.

Outra notícia nada encantadora para McCain é que as finanças de Obama gozam de muito boa saúde, situação que lhe permite encher de espaços publicitários os horários de maior raiting das televisoras, dinâmica que os cofres do candidato republicano não estão em condições de assumir.
Fonte: Agência Informativa Latinoamericana.

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