Monopólio sobre digitalização de livros pelos Google gera polêmica
O projeto Pesquisa de Livros no Google, desde sua implementação em outubro do ano passado, tem sido acusado de centralizar as informações e de homogeneizá-las. Atualmente, a empresa é responsável por coletar os livros e controlar a forma de acesso e seu alcance. A empresa pode ter o controle sobre todos os livros protegidos por direito autoral nos Estados Unidos, segundo especialistas ouvidos pelo The New York Times. Isso se o acordo estabelecido for mantido na justiça do país.
O Google está digitalizando os acervos de algumas das principais bibliotecas de EUA, entre elas a biblioteca pública de Nova York e das universidades Stanford e Harvard. Muitos livros já têm 20% de seu conteúdo disponibilizado na internet.
"O Google vai desfrutar de algo que pode apenas ser chamado de monopólio - um novo tipo de monopólio, não de ferrovias ou aço, mas de acesso à informação," escreveu ao New York Review of Books Robert Darnton, dirigente do sistema de bibliotecas de Harvard. "O Google não tem competidores sérios."
Para Daniel Clancy, diretor de engenharia da Pesquisa de Livros do Google, a empresa não pode ser demonizada pelo monopólio, já que ela disponibiliza as informações gratuitamente. Ele afirma que não há interesse no controle do conteúdo disponibilizado.
Para alguns estudiosos, a ação não apenas não é autoritária como democratiza a informação. Para Thomas Augst, professor de Inglês da Universidade de Nova York que estuda a história das bibliotecas, livros digitalizados devem aumentar o acesso aos livros.
No acordo está previsto a instalação de um computador para cada biblioteca pública, o que, na opinião de Darnton, cria “uma nova razão para visitar bibliotecas públicas (...), que têm função comunitária, uma função simbólica que só pode se realizar se as pessoas estiverem lá”.
Fonte:Revista Fórum
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