O liberalismo clássico, ou seja, onde o mercado se “auto-regula” e o Estado não deve intervir, foi praticamente abandonado com a crise de 1929 e a subseqüente Grande Depressão. Após isso e até meados do século XX, muitos países adotavam o que se podia chamar de “Escola Keynesiana” na economia. Ou seja, o Estado intervém na economia a fim de garantir que as recessões, que são períodos naturais de acomodação de uma economia, fossem as mais brandas possíveis. Contudo, com o aumento do petróleo na segunda metade do século XX e outros problemas econômicos (como inflação em países desenvolvidos), muitos países começaram a questionar a intervenção do Estado na economia e os neoliberais pregaram que, novamente, deveríamos deixar que os mercados fossem independentes dos governos.
Mas vivemos uma época histórica. Em mais uma grande crise financeira e talvez econômica, vemos o poder até então absoluto dos EUA derreter junto com seus títulos hipotecários e bancos falidos. Já se fala em multipolaridade, em era pós-hegemônica norte-americana. Daqui para frente os hoje chamados países emergentes ganharão força no cenário político, financeiro e econômico internacional. Assistimos a derrocada de um império e a ascensão dos vassalos. Mas eu ainda me assusto com o capitalismo. Não importa se agora ele se apoiará sobre um número maior de países. O capitalismo só sobrevive para a frente.
Sempre que o mundo vive um período de prosperidade econômica, todos ficam felizes. Mas eis que todos já compraram suas TVs, computadores, celulares, móveis, automóveis e mesmo imóveis. E todos começam a guardar dinheiro, pois já não sabem mais o que comprar. Neste momento em que a poupança de dinheiro é maior que a demanda por bens e serviços, o mundo sofre um ajuste. Uma recessão natural para equilibrar a relação entre oferta e demanda. Mas como uma pequena ferida capaz de necrosar todo um membro, parece que há um enorme solavanco. E eis que o capitalismo vira socialismo. O sistema quebra da noite para o dia, o governo precisa intervir na economia, estatizar bancos, socializar prejuízos de bancos e estimular que as pessoas comprem mais e mais. Ou seja, o capitalismo é incapaz de conviver com o comodismo, com o marasmo, com a satisfação de já ter tudo: é preciso ter sempre mais. Senão, o capitalismo agoniza como um bebê chorão e pune a todos com desemprego, inflação e miséria.
Fonte: Blog Uma Visão do Mundo.
Um comentário:
O liberalismo clássico, ou seja, onde o mercado se “auto-regula” e o Estado não deve intervir, foi praticamente abandonado com a crise de 1929 e a subseqüente Grande Depressão.
Parei de ler aqui.
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